quinta-feira, dezembro 30, 2004

"Justiça é não fazer a outrém o que não queríamos que nos fizessem"
Lamennais , Félicité

Ricardo Silva no Beira-Mar! Mesmo assim prefiro o Zeman de volta. Não concebo, não perdoou a quem nos quer fazer mal. Auguro para os primeiros dias do novo ano um futuro diferente para o nosso Beira-Mar. Quero ver ainda mais apoiantes à causa de se realizar uma assembleia-geral extraordinária. Como diz a claque: "o Beira-Mar tem que estar acima de todo NÓS".
Feliz ano de 2005.
N.B.: descobri, agora, que os post`s do meu blogue só comporta 5 comentários. Para o caso, podem utilizar o meu e-mail ou, porque nada tenho a esconder, através do meu telemóvel: 966357683.

"A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente"
Camus, Albert

Digo-vos, em bom rigor, que me começa a faltar a paciência para com certas atitudes tomadas por esta direcção. Aliás, enquanto pessoas nada tenho contra Mano Nunes e Alberto Roque ou, até mesmo, Redondo. Tenho-os como homens extradorfdinários que sempre me receberam com total lisura e bondade cada vez que necessitei dos seus serviços para o Diário de Aveiro. Inclusivamente, estava o Beira-Mar em «black-out» apenas e só para com o Diário de Aveiro e mesmo nessa altura nunca deixaram de falar para mim.
No entanto, a recente demissão de Zeman foi, para mim, o "transbordar do copo de água". Inconsebível como se dispensa, a troco de nada, um defesa-central de altíssima qualidade. Agora que ele estava a recuperar de uma forma extraordinária; que se preparava para formar com Alcaraz uma dupla muito mais eficaz do que aquelas que temos tido até ao momento; nem acredito no que está a acontecer.
Parceria desgraçada com o Stellar Group; constantes mudanças de treinadores; plantel desequilibrado; último treinador sem qualidade e dispensa de um grande jogador. É muito para podermos continuar quietos.
Sempre fui a favor de que os mandatos são para serem cumpridos até ao seu final. Mas, vislumbrando-se uma catástrofe...
Proponho que nos juntemos para ser elaborado um documento, assinado por um grupo de sócios alargado, a ser entregue ao presidente da mesa da assembleia geral exigindo, de imediato, a convocaçãod e uma assembleia-geral extraordinária com o ponto único a ser a discuissão da actual situação do nosso clube.
Alguém está comigo?

terça-feira, dezembro 28, 2004

"É horrível assistir à agonia de uma esperança"
Simone de Beauvoir

Não tenho memória de uma época tão sem sentido como esta que o Beira-Mar está a viver. Passámos de clube que, aos olhos da opinião pública, mostrava pautar-se pela estabilidade, gerador de confiança para sócios e adeptos, apetecível a qualquer técnico para colocar em prática um projecto ganhador de futuro e que qualquer jogador ambicionava representar para, de um momento para o outro, ameaçar em cair no vazio e vislumbra, cada vez com maior nitidez, o panorama de um temporada desastrosa.
Vamos, meus amigos, estrear, este ano, a quarta equipa técnica (!). Sem quaisquer resultados práticos e infelizes por motivos vários.
Se Mick Wadsworth entrou logo com o pé esquerdo face ao que se dizia ser como o "pior treinador do mundo", já Manuel Cajuda trazia, consigo, uma imagem de bom técnico, com provas dadas nos clubes por onde passou e fazendo sonhar os sócios e adeptos com um possível qualificação para as competições europeias. Certo é que durante o consulado de Cajuda a única medalha que conquistámos foi a vitória no Dragão. Nada mau. Afinal, sempre podemos dizer com vaidade que em casa do campeão do mundo nunca perdemos. No entanto, o reverso dessa medalha é que Cajuda deixou-nos nos últimos lugares da classificação e com uma frase enigmática: "comigo, em Portugal mandam os portugueses!"..
Last, but not least Paulino assumiu, ainda que interinamente, o comando da equipa numa fase crítica e dirigiu-a em Coimbra. Para mim, que marquei presença nesse jogo, o Beira-Mar jogou um futebol de qualidade. Aliás, saí de lá com destino à capital da região do Centro, Aveiro, com a sensação de ter deixado dois pontos na cidade dos estudantes. Pergunto: não seria sensato dar uma oportunidade a Paulino confiando-lhe os destinos do Beira-Mar por mais algum tempo?
Em verdade vos digo que toda esta confusão teve o seu epicentro, na minha opinião, com o acordo firmado entre o Beira-Mar e o Stellar Group. Cheira-me a esturro esta parceria. Não vislumbrei, até à data, qualquer benefício para o meu clube. Bem pelo contrário! Os intervenientes colocados no meu clube, por esse grupo, são de qualidade duvidosa: Mick Wadsworth pouco tempo aqui esteve e abandonou o clube envolto em mistério; jogadores como Pablo Rodriguez, Murray, etc. ainda não mostraram qualidades para envergarem a laboriosa camisola amarela e preta. Um tal de Chovanec foi contactado mas não contratado. Bem vistas as coisas, parece-me que existem razões suficientes para reavaliar as vantagens nessa parceria. Assiste justa causa em favor do Beira-Mar. Parafraseando Joseph Joubert "quem tem imaginação, mas não tem cultura, possui asas, mas não tem pés". Isto significa que o Beira-Mar vai tendo imaginação, é verdade, mas à medida que vai caindo não tem pés para se segurar. E a prova disso mesmo é vamos caindo na classificação da SuperLiga.
Com o tempo a passar, esta paragem no campeonato em nada foi aproveitada pelo novo treinador assegurado pela actual direcção: Luís Campos.
Baseando-me, uma vez mais, na minha própria opinião, direi que não o treinador que mais me agrada. Por onde quer que passe, Luís Campos será sempre recordado como o técnico que na mesma época foi co-responsável pela descida de duas equipas: Varzim e Setúbal. Também se deve referir, em abono da verdade, que essas formações não possuíam jogadores com qualidade suficiente para fazer muito mais. Para os mais esquecidos, este ano Luís Campos foi demitido do Gil Vicente.
Já alguém dizia "eu vou aonde me leva o meu pensamento. Talvez chegue à paz do meu coração". E no meu pensamento, o meu Beira-Mar ainda vai a tempo de se reencontrar com o caminho da tranquilidade, da paz, do sossego e das vitórias.
Feliz Ano Novo, a todos!

terça-feira, dezembro 14, 2004

"Não desculpo de modo algum aos homens de acção que não vençam, uma vez que o êxito é a única medida do seu mérito".
Gustave Flaubert
LEI DA ROLHA NÃO PODE CALAR ADEPTOS
Infeliz! No mínimo, é assim que podemos classificar a atitude assumida pela direcção, em concordância com o plantel profissional do Beira-Mar, à recente tomada de posição em não falar para a comunicação social. Desse modo, ficamos sem saber de que forma é que Manuel Cajuda iria justificar a vergonhosa exibição produzida pelo meu clube diante do débil Moreirense. A contar com a desastrosa produção (?) feita no Estoril, já vamos em dois jogos desastrosos realizados pelo Beira-Mar esta temporada.
Mas o que mais me revolta nem é a inesperada derrota do passado Domingo. À primeira vista parece inacreditável, mas é verdade. O que me custa mais a aceitar é o oportunismo descabido protagonizado pelo clube ao adoptar o já celebre "black-out". Eu nunca entendi muito bem aonde é que se quer chegar com esta medida. A obrigação de ninguém do clube falar serve para castigar quem? Os adeptos, que desta forma não sabem da voz dos seus ídolos o que lhes vai na alma? Os jornalistas, que, julgam alguns, ficam sem nada para fazer? Os jogadores, que para alguns continuam a não saberem falar e são pagos apenas para dar uns pontapés, com algum efeito, na bola? Expliquem-me, por favor, porque facilmente chego à conclusão que todos os clubes que ao "fecharem a matraca" aos seus actores principais enveredam por uma via sinónima de cobardia.
Chego a pensar, e custa-me muito escrever isto, que por momentos a direcção estaria à espera de um desaire frente ao Moreirense. Antevendo tal quadro, seria ideal que ninguém do plantel falasse à imprensa sobre a hipotética, que viria a confirmar-se real, derrota. Assim é fácil. Vangloriasse o brilharete obtido diante do apenas e só campeão nacional, europeu e mundial e refugiasse no silêncio depois do desastre frente ao todo-poderoso Moreirense.
Será que a direcção não tem qualquer confiança neste plantel? Ao menos que apresente argumentos válidos para esta lei da rolha. Agora, quem não devem ficar calados são os adeptos. É inadmissível que uma semana depois de terem surpreendido o país ao vencer no Dragão, tenham sido goleados pelo conjunto que, no meu entender, é o mais fraquinho da SuperLiga. Alguma coisa de muito estranho está a acontecer no Beira-Mar.
Torna-se urgente que se adoptem medidas para evitar que situações deste tipo voltem a acontecer.
O Beira-Mar não pode continuar a viver momentos de instabilidade como o que está a viver. Julgo que houve tempo suficiente para preparar o clube e dotá-lo de condições mínimas para fazer uma época tranquila. E é neste momento mais delicado que se deve tomar conta do leme com bravura e sabedoria. Porque, tal como disse Públio Siro "qualquer um pode tomar o leme quando o mar está calmo".
Este diz que disse relativamente às saídas nocturnas de jogadores; as figuras tristes que, segundo se consta, fazem na praça pública têm que acabar. Das duas uma: ou alguém faz prova válida de que isto é verdade, e aplica-se a devida justiça, ou acabe-se com as suspeitas.
Pobre vida de um sócio/adepto que vive na constante ânsia de ver o seu clube subir aos patamares mais altos do nosso futebol. Uns dias acorda-se com a ilusão de que agora é que vai ser, para no dia imediatamente seguinte chegar à desolante conclusão de que essa subida fica uma vez mais adiada. Haverá, ao menos, alternativa…
Não posso deixar passar esta oportunidade para criticar veementemente todos aqueles que no passado Domingo pediram a todo o custo que Ribeiro fosse substituído. Acho uma tremenda falta de respeito, de vergonha e uma ingratidão atroz que me deixa desiludido. Sabendo que Ribeiro é aveirense; formado nas camadas jovens do Beira-Mar; serviu e serve com dedicação, brio e elevado profissionalismo o nosso clube; sempre deu a cara nos momentos mais difíceis, torna-se extremamente difícil compreender o porquê dos assobios e dos constantes apelos à sua substituição. Como não tenho memória curta e curvo-me perante o muito que deu e irá continuar a dar, se Deus quiser, ao meu Beira-Mar resta-me dizer: "perdoa-lhes amigo Ribeiro; eles não sabem nada daquilo que fazem".

segunda-feira, dezembro 06, 2004

O acordar do gigante adormecido
Os jornais desportivos, e não só, foram unânimes em considerar Paulo Sérgio como o herói da vitória do Beira-Mar em pleno Estádio do Dragão.
Na apreciação feita pelo Diário de Aveiro, o experiente guardião foi considerado como o melhor jogador em campo.
Afinal, o número 12 aveirense fez aquilo que melhor sabe: defender bem seja qual for o adversário que apareça pela frente. Na passada sexta-feira, Paulo Sérgio surgiu, inesperadamente, como titular da baliza auri-negra. Um punhado de magníficas defesas e muita tranquilidade, evidenciada ao longo da partida, resultaram naquela que foi a primeira vitória da equipa na era-Manuel Cajuda.
Natural do Barreiro, Paulo Sérgio Rodrigues Firmino nasceu no dia 13 de Novembro de 1970. Conta, por isso mesmo, com apenas 34 anos de idade. Estreou-se na primeira divisão no dia 22 de Agosto de 1993, lançado pelo treinador Raul Águas, no empate a zero bolas entre o Estrela da Amadora e o, na altura, "seu" Vitória de Setúbal. Ao todo, Paulo Sérgio totaliza, até ao momento, 114 jogos na divisão maior do nosso futebol, divididos pelo Vitória de Setúbal, Campomaiorense e Beira-Mar.
Indo para a terceira temporada de amarelo e preto vestido, dificilmente Paulo Sérgio esquecerá a quinta jornada da temporada passada. Jogava-se o Beira-Mar / Paços de Ferreira quando ao minuto 85, a um cruzamento largo para a área aveirense, Paulo Sérgio tenta chegar à bola, por entre defesas e avançados contrários. Consegue tocar no esférico, mas cai desamparado. Estendido no chão, o guarda-redes não se movia, continuando de cabeça para baixo e tronco enrolado, tal e qual como tinha caído no relvado. Colegas de equipa e adversários, de braços no ar, pediam assistência rápida. A lesão, de facto, era grave. Os gritos ecoavam entre a massa associativa até ao momento em que entrou a ambulância. Foi a lesão mais grave por que passou Paulo Sérgio.
Já esta temporada, assumiu a titularidade na jornada inaugural frente ao Benfica. Uma nova lesão, menos grave contudo, levou-o a nova travessia no deserto. Para recuperar a forma, chegou a jogar pelo Avança, clube-satélite do Beira-Mar.
No entanto, e dando razão a Gustave Flaubert, "talento é paciência sem fim". Paulo Sérgio está de volta e em grande forma.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Relembrar 23/02/2002
São, neste preciso momento, 17 horas e 18 minutos. Falta pouco mmenos de três horas para o meu BEIRA-MAR jogar frente ao todo-poderoso FC Porto em pleno Estádio do Dragão. Infelizmente, não poderei acompanhar os Ultras Auri-Negros na deslocação ao Porto. Questões profissionais obrigam-me a ficar em Aveiro.
Mesmo assim, relembro esse fantástico dia 23 de Fevereiro de 2002. Treinados por António Sousa, os laboriosos jogadores do meu clube impuseram-se brilhantemente frente aos comandados de José Mourinho. Uma vitória por 3-2 e o explodir de alegria em todos os beiramarenses. Será que hoje vou comemorar semelhante feito?
Talvez a audição de Pinto da Costa, no tribunal de Gondomar, produza efeitos negativos nos jogadores do FC Porto.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Tomar banho na Ria
Segundo se consta, Paul Murray e McPhee resolveram, na madrugada de Sábado para Domingo, tomar "uns copos" na zona da Praça do Peixe. Pior do que isso, passearam-se de tronco nu e tomaram banho nas belas águas da Ria de Aveiro. «Um regalo», diz quem viu.
Não é que a vida privada dos atletas do meu clube me diga respeito. A questão fulcral está na forma como expoêm a vida, nocturna no caso, aos olhos dos outros. E a Direcação, o que fez? Até à data, rigorosamente nada!
Não admirta, por isso mesmo, que estejamos na posição em que estamos.
Mostro, também, a minha indignação pelo facto de Murray já ter envergado a braçadeira de capitão.