terça-feira, maio 04, 2004

ENTRADAS ASSIM, DISPENSO!

Tinha fé, muito sinceramente, que o Beira-Mar pudesse fazer uma gracinha nas primeiras jornadas desta novíssima SuperLiga.
Confesso que, mal tive conhecimento do sorteio, confidenciei com os meus amigos que o Beira-Mar tinha francas hipóteses de somar nove pontos nas três primeiras jornadas. Eu passo a explicar: logo a estrear o Marítimo. Equipa que conta, para esta época, com um treinador novo pouco familiarizado com os seus jogadores e que, valha a verdade, não está tão forte como em anos anteriores. Paralelamente, os primeiros jogos são férteis em surpresas. Que o diga o Alverca vencedor frente ao Gil Vicente.
Depois, bem depois seriam dois jogos seguidinhos em casa. Boavista, longe do Boavistão que tanto furor fez nos tempos de Ricardo, Bosingwa, Silva, Petit, Litos, Jaime Pacheco, etc; de seguida, o primodivisionário Alverca uma autêntica saborosa sobremesa para completar o ramalhete de nove pontos de enfiada.
Mas, e até ao momento, as contas estão a sair completamente deturpadas. Dois jogos equivalem a duas derrotas. Pior que isso são as crónicas que pouco abonam a favor do Beira-Mar.
Na Madeira o Beira-Mar foi inofensivo. Chegou-se ao ponto de vários escribas referirem que o nosso clube não criou qualquer oportunidade flagrante de golo. A melhor unidade em campo, aliás, foi Juninho Petrolina. Jogador que pertence a um sector - meio campo - onde o Beira-Mar está, ao que parece, bem servido. Não será nesta parte do terreno que existirão problemas para a equipa auri-negra.
Na segunda partida, o filme foi… o mesmo! Ou seja, uma total e inexplicável inoperância atacante, um jogador - Osório - a brilhar a meio do terreno e a defesa a meter água. Irra que isto já começa a ser demais!
Meus amigos, ou muito me engano, e espero e desejo que me engane redondamente, ou o Beira-Mar vai passar por muitos sufocos ao longo do corrente campeonato. Dois jogos, duas derrotas e zeros golos marcados. Faz falta, de facto, Fary ou um jogador de fino recorte técnico capaz de fazer a diferença na zona nevrálgica do terreno.
E aquilo que escrevo, perdoem-me a imodéstia, é com conhecimento de causa. Já esta temporada tive a oportunidade de assistir ao jogo Beira-Mar/Naval, derrota por uma bola a… zero; Beira-Mar/Espanhol de Barcelona, empate a… zero; e o treino frente à Sanjoanense, da II Divisão B, vitória por cinco bolas a zero num jogo em que Fary deu o seu contributo.

O QUE MAIS GOSTEI
Não é, não senhor, a primeira, segunda ou, até mesmo, a terceira vez que escrevo sobre a claque do Beira-Mar. Já os elogiei e já os critiquem. Estou, volto a dizê-lo, perfeitamente à-vontade para escrever o que bem me apetece. Sempre, claro está, na linha da correcção, respeito e verdade. E a verdade é que no embate frente ao Boavista os Ultras Auri-negros foram simplesmente brilhantes. Sofremos dois golos, é verdade, mas a claque jamais parou de incentivar a equipa. Um exemplo e uma lição para muitos adeptos cheios de bazófias.
Parabéns ultras!

O PRÓXIMO JOGO
Frente ao Alverca, vindo da segunda divisão de honra, espera-se uma postura totalmente diferente destes dois desafios iniciais. É sempre importante, e aconselhável, começar a amealhar pontos logo de início. Faz bem às prestações futuras dos próprios atletas como ao coração dos adeptos. Caramba, ninguém esquece o sofrimento vivido durante a temporada anterior. O próprio António Sousa fez questão de referir ter sido a pior época da vida dele.
A turma ribatejana não se apresentou como uma equipa constante. Capaz de um brilharete - vitória em Barcelos - desiludiu tudo e todos ao baquear em casa frente ao Marítimo - bastardo do nosso Beira-Mar.
O trabalho deve ser desenvolvido ao nível técnico-táctico mas também ao nível psicológico. Aliás, nestas vertentes julgo que reside a melhor e mais importante contratação do clube para esta época. Bruno Moura tem sido uma agradável surpresa. Apenas 25 anos de idade, mais novo que alguns atletas, mas senhor de um reportório de exercícios invejáveis. Os seus treinos não se limitam a este aspecto. Noto que é muito bom conversador não deixando de falar com os jogadores mesmo no final da sessão de treino. Estou, para já, satisfeito com o nosso preparador físico. Já agora: não foi assim que Mourinho iniciou a sua carreira nos tempos em que esteve no Estrela da Amadora?
Mas voltando ao desafio da próxima jornada, relembro o último embate entre Beira-Mar e Alverca, em Aveiro. Foi no dia 21 de Outubro de 2001. A jornada era a nove e o árbitro Duarte Gomes. O Alverca entrou a todo o gás inaugurando o marcador. O Beira-Mar reagiu bem e deu a volta ao resultado. Os ribatejanos ainda empataram a partida a duas bolas. Mas os últimos 20 minutos foram diabólicos. Um Beira-Mar de grande estirpe e classe chegou aos seis golos. Dois foram de Demétrios, lembram-se dele?. Ai que saudades!
Na altura, a vitória garantiu-nos o quarto lugar.
Não há jogos iguais, o que pode haver são atitudes e posturas constantes!


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