domingo, junho 11, 2006

Perdida a Supertaça...

... é hora de recomeçar o projecto. Já com alicerces devidamente construídos e consolidados. A secção de Futsal do Beira-Mar, liderada por André Cester Costa, tem matéria prima de qualidade. Um punhado de jogadores, no plantel sénior, que dão garantias suficientes de que para o ano é que é. A subida não nos fugirá. Segundo me disseram, também na formação trabalha-se bem pelo que o futuro está devidamente assegurado. O futuro é, assim o podemos dizer, bastante risonho. Pois que venha depressa a nova temporada.
Estive, como colaborador do Diário de Aveiro, a acompanhar o Beira-Mar na disputa da Taça de Futsal da Associação de Futebol de Aveiro e nos dois encontros, diante do Lamas Futsal Clube, para a Supertaça do mesmo organismo. E por aquilo que vi, o Beira-Mar mostrou duas caras. Completamente opostas. Em Lourosa, diante do ARCA, primeiro, e frente ao Fundo de Vila, na final, o conjunto orientado por Luís Vieira arrasou, por completo, a concorrência. Foi claramente a melhor equipa nos dois dias. Recordo, por momentos, os comentários dos jornalistas, e respectivos convidados, da rádio Águia Azul que definiram o Beira-Mar como um dos conjuntos mais fortes do distrital aveirense e o melhor na «Final Four» de Lourosa. E só não era o melhor, mas sim «um dos melhores», porque o tira-teimas, para o facto, estaria reservado durante a discussão da Supertaça. Nem mais! Frente a frente o campeão (Lamas Futsal Cube) e o vencedor da Taça e segundo cassificado do campeonato, a uns míseros dois pontos de distância, (Beira-Mar).
Chegados à hora "H" qual não foi o meu espanto, e escrevo isto como sócio e adepto do Beira-Mar, vejo um Beira-Mar amedrontado e descaracterizado perante o Lamas. Demasiado forte tal observação? Calma. Vamos por partes, para ver se me entendem. Em Santa Maria de Lamas, já com Jorge Martinho no comando técnico da equipa, o Beira-Mar sentiu, e de que maneira, o ambiente hostil que se viveu no Pavilhão do Lamas. Portaram-se mal os adeptos locais, é certo, mas dentro das quatro linhas os jogadores têm que ser imunes ao que se passa nas bancadas. E não responder a provocações. É difícil consegui-lo, aceito que sim, mas para vestir "aquela" camisola temos que ser mentalmente muito fortes. E se queremos provar que somos superiores ao adversário, devêmo-lo fazer jogando mais e melhor e marcando mais golos. Não nas arruaças e nos impropérios. Ai não nos devemos importar, minimante que seja, em sermos inferiores. Esse título não nos interessa. É para os outros e damo-lo com muito gosto. A estratégia do Lamas Futsal Clube mostrou ser eficiente e eficaz. A ausência de Moreira não explica tudo.
Pensava eu que o segundo jogo serviria para acertar as contas. Isto é, demonstrar que afinal somos, de facto, a melhor equipa e deveriamos ser merecedores da subida de divisão. Puro engano. O Beira-Mar, ainda que tenha tentado bastante mas só na segunda parte, desiludiu novamente. A outra estratégia do Lamas, porque em apoio estavam inferiores ao Beira-Mar, voltou a resultar em cheio. Logo no segundo minuto toca de arrumar com Moreira com uma entrada "a matar". Depois, foi só gerir a ansiedade e, nos monentos certos, dar as estocadas fatais. Isto perante algum desnorte beiramarense. As atitudes mediocres que se passaram não são dignas para quem veste as cores do Beira-Mar. Não me importa o comportamento insurrecto do adversário. Estão lá os árbitros e as autoridades para o avaliar e ajuizar. O que me incomada são atitudes feias dos nossos. Agredir o adversário, ainda que de cabeça quente, é reprovável e não dignifica a nossa nobre instituição. Caro Zeca, se ler este humilde post quero-lhe dizer que não esperava este seu comportamento. Já tive a oportunidade de o elogiar nas páginas do Diário de Aveiro. O elogio que fiz foi porque você o mereceu. Para mim, você encarna bem o espírito da prática do Futsal. Os seus "gritos de guerra", dados olhos nos olhos do adversário, são demonstrativos do que deve ser um atleta desta modalidade. Mas se o faz tão bem, deveria aceitar quando é o adversário a fazê-lo na sua cara. Então o homem faz o que lhe compete e para que é pago, isto é marca um golo e demonstra-o indicando que é campeão, como é natural e verdadeiro, e você agride-o daquela forma? O que é que lhe deu? Já viu se o fizessem a si de cada vez que "explode" de alegria quando faz um corte ou marca um golo? Homem, você estava sempre a levar na cara em todos os jogos! Não estrague o seu futuro desportivo, porque tem muita qualidade, e penitencie-se, junto dos seus colegas e de quem agrediu, pelo mal que fez. Que lhe sirva de lição para o futuro.
Daqui a duas épocas, já na terceira divisão nacional, vamos acertar, de uma vez por todas, as contas com o Lamas Futsal Clube. Porque, para já, reconheçamo-lo, eles foram superiores a nós. Pontualmente!
Alguns não entendem, porque não sabem, o porquê da saída de Luís Vieira, antes da Supertaça, do comando técnico do Beira-Mar. Eu sei e entendo. E vi, nestes dois jogos, o Luís Vieira a dar o seu inestimável apoio à equipa e ao Jorge Martinho. Até nisto somos grandes.

3 Comentários:

Às 1:07 da tarde , Blogger Nuno Q. Martins disse...

Tens razão em tudo o que dizes, Sérgio.
Nalgumas fases da época faltou-nos humildade, noutras, faltou-nos a concentração. De facto, a nossa equipa fez um bom campeonato e foi bastante prejudicada pelas arbitragens. No entanto, o Lamas conseguiu ser ainda melhor (não sei a que custo) e subiu aos nacionais com indiscutível mérito.

Em relação aos incidentes, é claro que não podemos "bater palmas" mas, ainda assim, temos que dar algum desconto aos jogadores do Beira-Mar nesta fase depois do clima de terror criado pelo Lamas nas duas recepções à comitiva auri-negra. Aquela entrada sobre o Moreira logo no início da partida, sendo do conhecimento público que o jogador iria jogar debilitado, foi maldosa e só podia resultar em expulsão. Esteve mal o árbitro ao não perceber que a intenção do jogador do Lamas foi agredir e não disputar a bola. Lamentável... Os jogadores do Beira-Mar não ganham dinheiro para jogar à bola. São amadores e trabalham à semana para conseguir honrar as cores auri-negras aos fins-de-semana. Apesar de não aplaudir certas atitudes, sou obrigado a compreende-las.

Um abraço.

 
Às 12:39 da manhã , Blogger Pedro Neves disse...

Enquanto sócio do Beira-Mar só posso estar satisfeito com a prestação da equipa de futsal. Não concordo que o Lamas tenha sido melhor no campeonato. Concordo com o que foi escrito no blog do futsal do Beira-Mar. o Lamas mereceu ganhar a Supertaça, mas não merecia subir de divisão.
As agressões dos jogadores do Beira-Mar??? Nunca defendo a violência, mas...tudo tem limites. Esta gente de Lamas é escumalha (sim, não tenho problemas em escrevê-lo!) do pior. É preciso dizer tudo aquilo que foi feito anteriormente para que, por exemplo, o Zeca, tenha perdido cabeça. Não é desculpa, mas estou como o Nuno, ou seja, consigo até entender.
O que de facto continuo sem entender é a saída da equipa técnica. Sergio, se sabes, porque não escalreces os leitores do diário e adeptos do Beir-Mar?
Uma nota final, para lamentar o facto, de ao longo de toda a época, não ter visto uam unica vez, ninguem da Direcção do clube em nenhum momento alto da temporada. Nem na Taça, nem no campeonato, nem na Supertaça.
Continuo a defender que a nossa Direcção tem feito, globalmente, um bom trabalho, mas há que reconhecer que para eles, o que conta é apenas o futebol. E está mal.

 
Às 1:13 da tarde , Blogger Sérgio Loureiro disse...

Coração à parte, é preciso falar com a cabeça assente no devido lugar e recorrer à insubstituível razão. Já o referi, e não me importo nada de o repetir, que é muito difícil aceitar as provocações que se passam no decorrer do jogo, tanto dentro como fora das quatro linhas. Começamos por admitir: houve culpas dos dois lados. Uns mais do que outros. Concordo, porque vi, que em Lamas os adeptos locais tiveram atitudes reprováveis e que roçaram intimamente a pouca vergonha. Para tal, é preciso saber o que escreveram os árbitros. Como é preciso denunciar que o Lamas Futsal Clube, sabendo o clima de tensão que se iria viver num Lamas vs Beira-Mar muito à custa da troca de animosidades nos blogues, apenas solicitou a presença de 3 (!) elementos da GNR. Muito pouco que não evitou, por exemplo, que um dos árbitros fossem agredido e os jogadores do Beira-Mar insultados de forma cobarde e com vastos motivos para abandonarem o pavilhão.

Sobre a agressão do Zeca, por muito que o Nuno e o Pedro a entendam (não consigo perceber onde é que a violência é entendível) sei de fonte segura que o Zeca, numa atitude louvável, dirigiu-se ao balneário do Lamas e tenha apresentado as suas desculpas ao agredido. Que, aliás, foram aceites.

Para breve, irá ser feita uma análise global à temporada do futsal do Beira-Mar. Fica descansado, Pedro, que os leitores do Diário de Aveiro irão saber, entre outras coisas, como é que se processou a saída do Luís Vieira.

Um abraço a todos,

Sérgio Loureiro.

 

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