quarta-feira, julho 04, 2007

Navegar com tranquilidade rumo à Liga. Porquê?


Assola-me, de alguma maneira, a preocupação em saber que o Beira-Mar vai, na próxima temporada, competir na inferior Liga de Honra. Os objectivos a atingir neste divisão terão que ser, forçosamente, outros. Muito bem diferentes do que se estivesse na Liga maior. Aqui, luta-se pelos lugares cimeiros; para ser campeão, valha a verdade. Na Liga, luta-se para não descer. Deixar adversários suficientes para evitar a queda no cadafalso.
Acontece que lutar para subir causa, naturalmente, pânico nos sócios e adeptos. Causa arrepio pelo possível fracasso. Viver assolado pela preocupação é ter esta terrível leve sensação de do insucesso. Leve, escrevi eu, porque o me sossega e tranquiliza é verificar que no Beira-Mar há um dirigente que eu catalogo de peixe de águas profundas. Nem mais, nem menos que José Cachide. Pela enésima vez, elogio Cachide. Faço-o porque a forma como se comporta no meio futebolístico é garantia de bons resultados. Deixem-no trabalhar como ele gosta e à sua maneira e verifiquem se o sucesso não é dado garantido. Há duas épocas, ainda Cachide era um homem perfeitamente desconhecido no futebol. Bastou uma temporada para aquilatar da sua categoria. Dois títulos: de campeão e de «fair-play». Que melhor cartão de visita se pode pedir a alguém com este curriculum desportivo.
O ano passado, a descida foi uma nua e crua realidade. Cachide estava lá, sim senhor. Mas basta recordarmos os percalços havidos com tanta troca de treinadores e, sejamos honestos, demasiados e deploráveis conflitos internos; basta puxar a memória atrás e lembrarmos dos erros de arbitragens e resultados manifestamente infelizes. Com tudo isto misturado, acredito que tenha sido difícil, senão impossível, a Cachide levar a nau «auri-negra» a bom porto.Resta-me, fracamente, o consolo que época nova significará, acredito eu, uma inevitável vida nova. Cachide ao leme e as tormentas parecerão doces e calmas águas para uma fácil navegação à costa. Rumo à Liga. Ao lugar que o Beira-Mar pertence por histórico direito próprio.

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