quarta-feira, março 19, 2008

Mística «auri-negra» já se vê no relvado


Notáveis devem seguir exemplo

Em clima de pura contradição vive, actualmente, o Beira-Mar. De moribundo no campeonato, passou a sério candidato à subida de divisão. Nos órgãos sociais, de duas listas no último acto eleitoral, já com o clube condenado à descida, anuncia-se, agora, uma clara desmotivação (ou será desinteresse) para as eleições do próximo dia 12 de Abril. Neste cenário, a criação de uma Comissão Administrativa parece ser a solução mais… natural.
Parece-me consensual que o Beira-Mar vive um momento delicado. Não que esteja em causa o seu futuro, a sua existência. O passado serve-nos como exemplo que quando toca a rebate os sócios movimentam-se e procuram soluções. Para já, há uma clara ideia que ninguém se está para incomodar com uma hipotética candidatura. Alguns, sentem-se desiludidos pela forma como saíram, outros encontram na indisponibilidade de tempo o argumento razoável para não «pegarem» no clube.
Nada mais errado!
O clube tem viabilidade. Tem solução. Não tem culpa dos erros cometidos no passado, seja ele recente ou mais dilatado. Precisa que gostem dele e que o coloquem no patamar a que pertence: na divisão principal e com garantia de lá permanecer.
Mas não precisa «só» disso. É urgente um projecto global que o torne, efectivamente, um emblema de toda uma região. Um projecto onde se discuta o futuro das actividades amadoras. Aqui, parece-me razoável colocar à consideração dos seus associados um escrutínio para que sejam eles, os únicos donos do clube, a escolherem que modalidades devem existir. E, a partir dai, chamar os mais capazes para, autonomamente, conduzirem a modalidade para altos voos na sequência dos pergaminhos do clube.
Na formação, encontramos uma outra área que deve ser tratada e trabalhada com carinho, cuidado e muita dedicação. Chamar os jovens e promover-lhes boas condições de trabalho e de continuidade na equipa principal. Abrir as portas à sociedade e não refugiar-se no nome Beira-Mar onde só cabem «alguns».
No futebol profissional, acabar com esta dependência do poder político e incentivar as parcerias. Com entidades da nossa região e não permitir a entrada de investidores estrangeiros que, sejamos francos, nem sabem quem é o Beira-Mar. No distrito de Aveiro, desenvolvido, trabalhador, empreendedor temos a universidade, temos empresas privadas, das mais diversas áreas, que podem e devem contribuir para um Beira-Mar maior, credível e que seja veículo primordial no desenvolvimento de quem aposte nele.
Importante, senão mesmo primordial, a existência de uma política de comunicação eficiente e eficaz. Que leve o Beira-Mar mais além e que não o feche como uma concha privada onde só cabem uns poucos.No terreno do jogo, a equipa principal parece ter recuperado a mística ganhadora «auri-negra». Estamos quase lá acima. É a vez dos responsáveis seguirem o exemplo e dar uma outra dinâmica e vitalidade ao Sport Clube Beira-Mar.

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