Palavras públicas a José Cachide
Meu caro José Cachide:
Decidi dirigir-lhe estas públicas palavras por dois simples motivos que, estou certo, bem os entenderá. O primeiro, por uma questão de coerência da minha pessoa, prende-se pelo facto de, em vários momentos, ter escrito, neste meu próprio espaço, que o meu caro passa por ser a solução ideal para liderar os destinos do nosso clube no futuro (não sei se breve ou mais longo prazo); o segundo motivo, justifica-se, obviamente, pela sua decisão em apresentar, pela segunda vez, a sua demissão junto do Presidente da Mesa da Assembleia-geral, General António Graça. Motivos que, para mim, requerem que lhe dirija estas palavras que, estou certo, o meu caro José Cachide não se importará que as partilhe com quem de bem visita este meu sítio.
Meu caro:
Digo-lhe, desde já, que não fui apanhado de surpresa por esta sua decisão de abandonar o Beira-Mar. Há muito que se vinha apercebendo que o meu caro José Cachide se vinha demarcando de algumas iniciativas promovidas por alguns dirigentes do Beira-Mar. O senhor, já se percebeu, não é dado a feiras de vaidades. Prefere o trabalho em detrimento das passerelles de pseudo-notáveis que procuram nas fotografias o meio de promoção por excelência. O senhor é mais dado a trabalhar, como se costume dizer, no anonimato e deixar para os justos (leia-se, jogadores e treinadores) a primazia das primeiras páginas e os louros das vitórias. Gosto, confesso, de dirigentes dessa qualidade, dessa estirpe. Cada um faz aquilo que lhe compete e, no final, a «César o que é de César». Arrancar-lhe novidades é missão difícil, senão mesmo impossível. O meu caro sabe que o segredo é a alma do negócio. Pelo que só partilha algo quando as coisas já estão decididas. No futebol, isso é primordial. Essa maneira de ser e de agir faz o sucesso tornar-se uma doce realidade.
Ao recuar na minha memória, depressa chego ao momento em que o meu caro chegou ao Beira-Mar. Um perfeito desconhecido que depressa fez questão de demonstrar quem era e para o que vinha. Disse, a muitos, que «mentir não minto, posso é omitir.» Esta frase sintomática serviu-lhe como cartão de apresentação. Uma frase que, diga-se em abono da verdade, valeu, no final da temporada, um título de campeão ao Beira-Mar, a subida de divisão e o reconhecimento público de que o clube estava no caminho certo.
A verdade é que com o passar do tempo o meu caro foi dando conta de alguma impaciência pela forma como os destinos do clube iam sendo geridos. Algo não lhe agradava e, em consequência disso mesmo, nesse mesmo final de época quis dar por terminada a sua missão. Porque o mérito é-lhe devido, muitos conseguiram demover-lhe essa intenção. Eu fui um deles. Quis demonstrar que seria primordial que o meu caro José Cachide continuasse no clube. Felizmente que repensou a sua decisão e continuou. Ainda assim, pouco, ou nada, mudou. Porque muitas vezes queixou-se que os punhais iam sendo espetados nas suas costas. Aguentou como um combatente que vê a batalha sendo perdida mas que não desiste. Manteve-se firme no seu posto ao lado de jogadores e treinadores. Curioso, já viu?, como em duas temporadas teve ao seu lado quatro (!) treinadores e mais de meia centena de jogadores. Sem que algum viesse a público reclamar falta de solidariedade em relação a si. No final, a guerra, infelizmente, foi perdida e o Beira-Mar desceu de divisão. Agora, o tempo obriga a uma mudança de estratégia.
Meu caro José Cachide:
A experiência que já ganhou certamente que lhe permitiu conhecer os mais bem guardados segredos que o mundo do futebol encerra. Esse mundo que muitos apelidam de cão e onde a verdade desportiva por vezes sai distorcida. O meu caro José Cachide já ganhou um estatuto considerável que o coloca como uma figura incontornável no nosso Beira-Mar. Brevemente os sócios vão-se juntar para uma Assembleia-geral. Parece que a sua intenção é não marcar presença. Peço-lhe: não faça. Justifique essa imagem de valente combatente que deu a conhecer e enfrente, no bom sentido, os sócios. Dê a cara por si. Pelo seu trabalho e diga de sua justiça. Diga o que quer para o Beira-Mar e para si, enquanto dirigente desportivo. Diga, no local de direito por excelência, o que lhe vai na alma com educação e altivez. As Assembleias-gerais são o local certo para, em família «auri-negra», discutir as melhores soluções para um clube quase centenário que, aos olhos de alguns, está à beira de cair no abismo e no esquecimento do futebol de primeiro plano.
Meu caro José Cachide:
Decidi dirigir-lhe estas públicas palavras por dois simples motivos que, estou certo, bem os entenderá. O primeiro, por uma questão de coerência da minha pessoa, prende-se pelo facto de, em vários momentos, ter escrito, neste meu próprio espaço, que o meu caro passa por ser a solução ideal para liderar os destinos do nosso clube no futuro (não sei se breve ou mais longo prazo); o segundo motivo, justifica-se, obviamente, pela sua decisão em apresentar, pela segunda vez, a sua demissão junto do Presidente da Mesa da Assembleia-geral, General António Graça. Motivos que, para mim, requerem que lhe dirija estas palavras que, estou certo, o meu caro José Cachide não se importará que as partilhe com quem de bem visita este meu sítio.
Meu caro:
Digo-lhe, desde já, que não fui apanhado de surpresa por esta sua decisão de abandonar o Beira-Mar. Há muito que se vinha apercebendo que o meu caro José Cachide se vinha demarcando de algumas iniciativas promovidas por alguns dirigentes do Beira-Mar. O senhor, já se percebeu, não é dado a feiras de vaidades. Prefere o trabalho em detrimento das passerelles de pseudo-notáveis que procuram nas fotografias o meio de promoção por excelência. O senhor é mais dado a trabalhar, como se costume dizer, no anonimato e deixar para os justos (leia-se, jogadores e treinadores) a primazia das primeiras páginas e os louros das vitórias. Gosto, confesso, de dirigentes dessa qualidade, dessa estirpe. Cada um faz aquilo que lhe compete e, no final, a «César o que é de César». Arrancar-lhe novidades é missão difícil, senão mesmo impossível. O meu caro sabe que o segredo é a alma do negócio. Pelo que só partilha algo quando as coisas já estão decididas. No futebol, isso é primordial. Essa maneira de ser e de agir faz o sucesso tornar-se uma doce realidade.
Ao recuar na minha memória, depressa chego ao momento em que o meu caro chegou ao Beira-Mar. Um perfeito desconhecido que depressa fez questão de demonstrar quem era e para o que vinha. Disse, a muitos, que «mentir não minto, posso é omitir.» Esta frase sintomática serviu-lhe como cartão de apresentação. Uma frase que, diga-se em abono da verdade, valeu, no final da temporada, um título de campeão ao Beira-Mar, a subida de divisão e o reconhecimento público de que o clube estava no caminho certo.
A verdade é que com o passar do tempo o meu caro foi dando conta de alguma impaciência pela forma como os destinos do clube iam sendo geridos. Algo não lhe agradava e, em consequência disso mesmo, nesse mesmo final de época quis dar por terminada a sua missão. Porque o mérito é-lhe devido, muitos conseguiram demover-lhe essa intenção. Eu fui um deles. Quis demonstrar que seria primordial que o meu caro José Cachide continuasse no clube. Felizmente que repensou a sua decisão e continuou. Ainda assim, pouco, ou nada, mudou. Porque muitas vezes queixou-se que os punhais iam sendo espetados nas suas costas. Aguentou como um combatente que vê a batalha sendo perdida mas que não desiste. Manteve-se firme no seu posto ao lado de jogadores e treinadores. Curioso, já viu?, como em duas temporadas teve ao seu lado quatro (!) treinadores e mais de meia centena de jogadores. Sem que algum viesse a público reclamar falta de solidariedade em relação a si. No final, a guerra, infelizmente, foi perdida e o Beira-Mar desceu de divisão. Agora, o tempo obriga a uma mudança de estratégia.
Meu caro José Cachide:
A experiência que já ganhou certamente que lhe permitiu conhecer os mais bem guardados segredos que o mundo do futebol encerra. Esse mundo que muitos apelidam de cão e onde a verdade desportiva por vezes sai distorcida. O meu caro José Cachide já ganhou um estatuto considerável que o coloca como uma figura incontornável no nosso Beira-Mar. Brevemente os sócios vão-se juntar para uma Assembleia-geral. Parece que a sua intenção é não marcar presença. Peço-lhe: não faça. Justifique essa imagem de valente combatente que deu a conhecer e enfrente, no bom sentido, os sócios. Dê a cara por si. Pelo seu trabalho e diga de sua justiça. Diga o que quer para o Beira-Mar e para si, enquanto dirigente desportivo. Diga, no local de direito por excelência, o que lhe vai na alma com educação e altivez. As Assembleias-gerais são o local certo para, em família «auri-negra», discutir as melhores soluções para um clube quase centenário que, aos olhos de alguns, está à beira de cair no abismo e no esquecimento do futebol de primeiro plano.
Meu caro José Cachide:
Reflicta tudo o que viveu nestes últimos tempos. Elabore um projecto credível, ganhador e sustentado para o nosso Beira-Mar e reúna-se com os da sua confiança. Apresente-se como uma solução a breve prazo e vá à luta. À luta eleitoral para colocar no patamar elevado o clube que nos une. Falta muito pouco tempo para o centenário do Beira-Mar. Não seria descabido nem impossível que com um projecto sério, justificado, com uma equipa de confiança e no máximo respeito pelos sócios e pelas mais elementares regras do «fair-play» se possa comemorar os 100 anos de vida do clube com o título de campeão nacional da Liga principal. Os mais difíceis desafios só são enfrentados pelos que nasceram para ganhar. Pelos que vêem no impossível apenas o nada. Diga, aos sócios que, quando eles quiserem, o meu caro José Cachide é candidato a presidente do Sport Clube Beira-Mar. Esses punhais espetados nas suas costas considere-os, por favor, como medalhas de quem não se abate com facilidade.
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