domingo, setembro 10, 2006

Este futebol podre e fedorento

Vagueio pela Internet, devoro jornais e vejo ininterruptamente a televisão. Sempre na constante procura de notícias sobre futebol. De uma modalidade que tanto me apaixona e que infelizmente não consigo viver sem ela. Adoro futebol, é verdade, mas daquele futebol jogado dentro das quatro linhas onde os pormenores técnicos do Ricardo Quaresma, do Nani, do João Moutinho, do Simão e do Rui Costa me fazem encantar. Do futebol ilustrado pelas claques que num constante coro entoam canções de apoio cujas letras me levam à emoção. Confesso que já chorei a ouvir os Ultras Auri-Negros a cantar. O futebol é belo e mágico quando jogado por quem sabe e emoldurado por quem o apoia. Gosto de ver bom futebol, é verdade. Adoro quando o Beira-Mar sobe ao relvado e procura fazer frente aos ditos grande. E quando lhes ganha? Torna-se num momento inesquecível. Num momento que desejamos ardentemente que se prolongue por muito tempo. Interminável, até. A estreia oficial do novo Estádio do Benfica foi simplesmente inolvidável. Eu fui um dos que vi o Beira-Mar vencer e convencer. Um resultado (2-1) memorável, cujo jogo, no final, não teve comentários a casos nem acusações a falhas do árbitro que pusesse em causa o justo resultado final. Este futebol é demasiado belo. Tal como o futebol que a nossa selecção nos tem presenteado. O último campeonato do mundo foi mais um momento para recordar até à eternidade. As vitórias frente à Holanda e Inglaterra deixaram-me sem palavras. São momentos únicos. Confesso, uma vez mais, que choro com facilidade. Sou assim, e agora? O Ricardo, o Figo, o Deco, o Simão, o Cristiano Ronaldo e todos os outros dignos representantes do nosso pais durante o Alemanha 2006 foram os grandes causadores da minha comoção.
Mas, estes momentos são efemures. Porque nós, por cá, temos uns artistas que estragam a beleza que é o futebol bem jogado. Temos umas verdadeira sanguessugas que mais não fazem do que viver à custa deste espectáculo nem que para isso o viciem. O futebol português, o futebol jogado fora das quatro linhas sobrepõe-se, infelizmente, às fintas do Simão, às trivelas do Quaresma, à magia do Nani ou à classe do João Moutinho.
O futebol português está podre e fedorento. São casos e mais casos onde os indícios de corrupção abundam e os arquivamentos desses casos humilham a nossa justiça. Este é um futebol estragado que nos faz ser a chacota da Europa. Para este futebol, não dou um cêntimo sequer. Vou aos estádios a acompanhar o Beira-Mar por uma questão profissional. Porque para ver jogos com resultados antecipadamente combinados não contem com o meu contributo. Por momentos, no meio de jornalistas credenciados, dou comigo a pensar que os atletas que lá em baixo, no relvado, correm e lutam por dignificar o clube que representam e porque é a sua profissão mais não estão do que a serem usados por uns quantos que ganham milhões à custa do seu sacrifício. Brincar com a dignidade do ser humano é crime. Fazê-lo a troco de dinheiro fácil dos contribuintes deveria merecer castigo exemplar. Mas não. Tudo continua a ser feito como se Portugal fosse uma anarquia.Em bom rigor vos digo, tomara que a FIFA nos castigue severamente. Que os clubes portugueses sejam banidos das competições europeias e que a selecção fique de fora das eliminatórias para o próximo campeonato da Europa. Talvez ai, talvez, os verdadeiros culpados deste nosso futebol podre e fedorento sejam castigados e banidos. A bem de quem anda por bem no futebol que se quer justo. Por isso, pelo apuramento da verdade desportiva espero que o Gil Vicente vá com a sua luta até ao fim. Não estou a favor deste clube e contra o Belenenses. Estou tão só a favor da verdade e da justiça.

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