quinta-feira, abril 10, 2008

A propósito do comentário do Francisco Dias


A opinião pessoal aqui postada pelo Francisco Dias, a quem agradeço pelo conteúdo e pela pertinência, características que fazem do (meu) capitão Francisco uma pessoa interessante de ouvir e ler, levam-me a abrir um texto especificamente para o argumentar.
A questão das modalidades amadoras sempre foram, são e continuarão a ser motivo de discussão, no bom sentido, relativamente à sua existência e, quantas vezes, resultados obtidos.
Falar hoje no futsal, basquetebol, judo, natação, boxe ou ginástica é falar, precisamente, disso mesmo. De uma realidade actual. Mas, se recuássemos no tempo, teríamos que mencionar o Hóquei em Patins, a patinagem artística, o atletismo e o andebol. Ou seja, o ecletismo do Beira-Mar foi e ainda é uma marca característica e, ao mesmo tempo, identificadora do próprio clube.
O problema está, essencialmente, na sua sustentabilidade. E, na mesma linha de raciocínio, assegurar essa sustentabilidade, como refere, e bem, o Francisco Dias.
Vem isto, também a propósito, sobre o debate em torno das constantes dificuldades que as secções das modalidade amadoras (sobre)vivem. Não a vale a pena escondê-lo ou assobiar para o lado, fazendo de conta que não se vê e não se ouve. É esta realidade que convém começar seriamente a pensar em mudar… mudar este quadro existencial. «A realidade de hoje é que, infelizmente, o futebol profissional tem vindo a retirar recursos financeiros que por direito próprio são das secções», diz o Francisco, com razão e, certamente, conhecimento de causa.
O pontapé de saída que dei, confesso que limitado à blogosfera e à minha humilde pessoa, passa por trazer à discussão pública a continuidade de todas as actuais modalidades amadoras, debaixo do guarda-chuva, carregado de buracos, da modalidade-mãe, aquela que o Francisco diz que «obrigatoriamente terá que ser sempre uma prioridade».
Pergunto: por que não fazer um referendo interno aos sócios para saber qual a modalidade que deverá continuar em actividade? Uma, duas, três modalidades? Não sei! O número deverá ser definido de acordo com a sustentabilidade do clube e, mais importante que isso, as pessoas que se disponibilizam para lhe(s) dar um projecto/um rumo. Importante, logo de início, dotar a(s) secção(ões) de uma autonomia clara. Uma autonomia que permita à modalidade utilizar apenas e só os elementos identificados do Sport Clube Beira-Mar: emblema, cores e equipamento.
Dizer-se que com a construção do novo Pavilhão tudo poderá ser diferente. Não acredito. Primeiro, porque ninguém sabe quando é que o Pavilhão vai ser construído, onde vai ser construído e, reparem bem, se vai mesmo ser construído; depois, porque a haver pavilhão novo, a inércia é tão fácil de subsistir…
Na minha opinião, um clube não é grande pela quantidade… é-o pela qualidade.

4 Comentários:

Às 4:52 da tarde , Blogger Unknown disse...

Meu Caro Sérgio

Leio com atenção o teu blogue e fiquei satisfeito pelo seu regresso à normalidade.

As actividades amadoras e a sua sustentabilidade é um assunto muito pertinente e que dá azo a muitas e diversas discussões.

Quanto perguntas na actual sondagem “que modalidade amadora deve ficar ligada ao Beira-Mar” e quando sugeres que os sócios deviam pronunciar-se sobre qual a escolhida, pressupõe o término de uma ou mais modalidades, e isso neste momento acho que não faz sentido, e digo-te o porquê.

As modalidades amadoras desde o início desta época são autónomas financeiramente: Pagamentos a treinadores, arbitragens, policiamento, transportes, etc…O único encargo que a direcção do clube tem para com as actividades do pavilhão tem haver com a utilização e manutenção do espaço desportivo (água, luz, limpeza, etc…).

Existe é receitas directamente relacionadas com as secções e para as secções que ficam retidas no futebol profissional. Por exemplo, cada secção amadora que reside no Alboi tem direito a uma verba anual da publicidade exterior do pavilhão. São pagamentos feitos em várias tranches ao longo do ano, e neste momento temos (basquetebol) 3 dessas prestações em atraso, tendo só sido paga este ano a primeira delas. Isso é dinheiro que já entrou no clube…qual será o seu paradeiro!

Repara que neste momento o cenário está invertido. Não são as modalidades amadoras que dão prejuízo ao clube, mas sim o clube é que está em falta para com as secções amadoras.

O futebol profissional não se pode apoderar de verbas que são adquiridas pelas secções amadoras, pois estas trabalham para ser sustentáveis, e é assim que vão continuar a trabalhar!

Não queremos tirar nenhum cêntimo ao futebol profissional, só queremos que o Beira-Mar cumpra e direccione o dinheiro das amadoras efectivamente para as amadoras…e não o desvie para outros fins!

As amadoras terão de existir, e neste momento o futsal e o basquetebol estão a garantir o seu espaço no clube e na sociedade aveirense.

Faço um apelo aos teus leitores, para aparecerem no Alboi, pois neste momento é o único espaço que vive o clube todos os dias da semana!

Abraço

Hugo Reis

 
Às 5:05 da tarde , Blogger JMO disse...

Sérgio,

Deixei o meu comentário no meu blog. Verifica em http://aveirolx.blogspot.com/2008/04/modalidades-amadoras.html

Abraço

 
Às 5:13 da tarde , Blogger Sérgio Loureiro disse...

Amigo Hugo:

obrigado pela passagem nesta minha/nossa modesta casa.

Tu identificas bem os problemas que existem com as modalidades amadoras. Tu sabes, porque os vives por dentro. És um beiramarense interessado e preocupado. Por isso, perdes (ou será que ganhas, para bem do clube) tempo com o nosso Beira-Mar. Um exemplo de dedicação...

Mas é precisamente no eco das tuas preocupações que eu gostaria que as pessoas tentassem encontrar soluções. Nem que para isso seja preciso escolher as modalidades que devem continuar, ou (re)surgir, no clube. Que se limpe o actual estado e comece da estaca zero.

Só assim, julgo eu, teremos um Beira-Mar digno dos seus fundadores e desejos.

Um abraço,

Sérgio Loureiro.

 
Às 5:24 da tarde , Blogger Sérgio Loureiro disse...

João:

já li o teu texto. Difere, é verdade, um pouco da linha do meu pensamento. Mas a ideia com que fico é que todos os que já entraram nesta discussão permitem-me concluir que om assunto é mais actual que nunca e motivador de debate. Primeiro objectivo conseguido!

Encontras o primeiro erro (acho que único) por ter colocado, na sondagem, apenas as modalidades que existem. Pois é precisamente essas que devem estar em discussão. Se eu, por ventura, colocasse um tópico para "outra" e tivesse um voto que fosse teríamos, penso eu, um problema acrescido: afinal, havia um sócio que dispensava as que já existem e dava razão de vida a uma outra. Funcionaria como uma bola de neve. Isso não, não gostava que acontecesse.

JMO,

as actividades culturais são-o isso mesmo: de cultura. Não entram em discussão porque, à partida, não acarretam custos e serão sempre bem-vindas. Haja quem as crie e mantenha.

Obrigado pela consideração que deste ao tema.

Sérgio Loureiro

 

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