terça-feira, maio 04, 2004

O BEIRA-MAR EM ACÇÃO
Ao contrário do que estava previsto, marquei presença no Estádio 1.º de Maio, em Braga. Graças ao meu amigo Nuno Marques, e sua namorada, pude ver, ao vivo e em directo, uma das mais brilhantes e magníficas exibições do Beira-Mar. Um regalo, um orgulho e um prazer que me deram a possibilidade de saborear tal exibição e resultado com um largo sorriso nos lábios e uma fé, cada vez mais inabalável, numa época temporada.
A vingança - palavra feia, é certo, mas a única que me vem à memória - foi servida de uma forma fria ou, dito por outras palavras, geladíssima. Recorde-se, uma vez mais, que na única oportunidade que vi o Beira-Mar em Braga, tinha regressado vergado ao amargo sabor de uma derrota pelos mesmos 2-0.
Julgo que o futuro será bem risonho para o meu clube. Nota-se que a equipa respira saúde e confiança. Demonstram, os jogadores, desde o jogo com o Alverca, prazer em jogar futebol. Um futebol pensado, rectilíneo, calculista e, acima de tudo, ambicioso. Em Braga todos pudemos constatar que a equipa funcionou como um verdadeiro conjunto onde ninguém assume protagonismo principal. Todos sabem quais as funções que têm que desempenhar em campo. A vitória é sempre de todos; a derrota não isenta ninguém de culpas.
O mérito deste triunfo deve ser estendido à equipa técnica. E aqui gostaria de reflectir um aspecto muito próprio. Sem querer ferir ninguém, mas sendo sempre justo e sincero, cada vez mais me interrogo acerca das competências do novo preparador físico, Bruno Moura. Já não é a primeira vez que tenho a oportunidade de escrever sobre a sua metodologia de treino, vista do lado de fora. Sinto que o Beira-Mar fez a mais importante e acertada contratação, esta época, com o Bruno Moura. Nos treinos mostra ser interventivo, cuidadoso, metódico e disciplinador. Durante os jogos, sem dar nas vistas, senta-se no banco junto ao túnel e tira, pontualmente, apontamentos relacionados com o desenrolar da partida.
Se por acaso o Bruno Moura estiver a ler estas linhas, peço-lhe que não me leve a mal. No sentido de me esclarecer melhor sobre o seu modo de pensar, sobre o seu percurso académico questionei um grande amigo meu, colega do Bruno Moura nos seus tempos de estudante do ensino superior. Aquilo que ele me disse, foi que o Bruno nunca se gostou de exibir por ser filho de quem é nem, muito menos, pelos conhecimentos que eventualmente tem. A sua grande característica reside na humildade aliada à força de vontade e ao estudo. Ora, parecendo ser tudo isto verdade, atrevo-me a dizer que um dia mais tarde o Beira-Mar irá ter o orgulho de dizer que nos seus quadros esteve o Bruno Moura.
Para já, que recebe os meus mais rasgados elogios pela sua forma de trabalhar.

O QUE MAIS GOSTEI
Fiquei felicíssimo quando o árbitro deu por terminado os 90 minutos de um excelente jogo de futebol. Na altura apeteceu-me extravasar a imensa alegria que estava a viver. Ergui os braços em direcção ao céu e agradeci a Deus pela vitória. Foram duas equipas com muito brio que desenvolveram um futebol vistoso e alegre. De imediato, olhei para o relvado. Alguns jogadores do meu clube corriam em direcção à bancada onde estavam os Ultras Auri-Negros, e restantes adeptos, para agradecerem o apoio incondicional que lhes deram. Mesmo ao lado os adeptos do Braga. E que fizeram eles? Assobiaram o Beira-Mar por ter derrotado a equipa da casa? Arremessaram objectos em sinal de fúria e tristeza? Nada disso. Gostei imenso do tributo, em forma de salva de palmas, com que presentearam os jogadores do meu Beira-Mar. Tudo foi perfeito. Um quadro pintado, lindo de morrer!

O PRÓXIMO JOGO
Depois da vitória em Braga e dessa exibição simplesmente fantástica, todos estamos ansiosos pelo próximo jogo. O Estrela da Amadora vem a Aveiro moralizado com a vitória obtida frente ao Marítimo (1-0), na última jornada. João Alves, técnico amadorense, disse, no final do jogo, que a sua equipa era muito boa quando joga frente aos primeiros classificados. Ora, como o Beira-Mar vai no cimo da classificação, todos o cuidado é pouco.
A carreira, durante esta temporada, do Estrela tem ficado um pouco aquém das expectativas. Já leva quatro derrotas frente a Belenenses (4-1), Nacional da Madeira (4-0), Moreirense (1-2) e Gil Vicente (5-1). Resultados positivos foram, de facto, contra os líderes da prova. Um empate com o FC Porto (1-1) e a tal vitória sobre os madeirenses. No computo geral, 16 (!) golos sofridos e apenas quatro marcados. Júlio César (2 golos), Sabry e Miran são os marcadores de serviço.
Recordando o último embate entre Beira-Mar e Estrela da Amadora, em Aveiro, temos que recuar até à temporada de 2000/2001. A jornada era precisamente a última dessa época. Ambos os conjuntos jogavam com tranquilidade. O meu clube já tinha assegurada a manutenção enquanto que o adversário já tinha certo o… último lugar. Fruto dessa tranquilidade, o jogo foi vivo e aberto. O resultado foi uma igualdade a três bolas. Entrou melhor a turma de Carlos Brito - na altura o treinador - inaugurando o marcador por intermédio de Cristóvão, aos oito minutos. Semedo, aos 14, aumentou a vantagem. No segundo tempo, Rui Neves deu uma ajuda à recuperação fazendo um auto-golo aos 63 minutos. No entanto, Gaúcho, à passagem do 71.º minuto, fez o 1-3. Em apenas dois minutos (87 e 89) o Beira-Mar logrou chegar ao empate. Primeiro foi Ricardo Sousa, na conversão de uma grande penalidade, depois foi Fary a encerrar a época.


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