Vinha de carro quando a rádio deu a notícia que confesso, me apanhou de surpresa. É certo que a incerteza da vida é uma constante, mas nunca estamos muito bem preparados para o desaparecimento de um amigo. O Tozé foi-o e é isso que me leva a parar no tempo e a escrever, em sua homenagem, este desabafo sentido, de alguém que sempre o admirou.
Homem simples, sempre prestável, conheci o Tozé nos tempos da rádio Terra Nova, a sua sempre rádio Terra Nova, que era já quase uma imagem de marca, a par das frases feitas, como o "golo, golinho, golão" daquele homem de coração enorme e para quem a amizade não tinha preço. Fui disso testemunha ocular, das causas e das coisas que o Tozé defendeu, muitas vezes na sombra e no quase anonimato, sem pedir ou exaltar protagonismos.
Vivia o Beira-Mar de forma intensa, num equilíbrio sempre delicado entre a isenção e a paixão e lembro com saudade as vezes em que me ligava e de forma subtil, fazia sempre valer o seu apego pelo clube aurinegro, influenciando, sem o querer, o alinhamento do jornal de desporto que tantas vezes fiz com a sua colaboração e as sua ajuda preciosa.
Mas também alinhámos, numa luta silenciosa, pela construção da pista de tartan de Aveiro e bastava as perguntas inquietas, para, que de forma subtil e inteligente, não fossem esquecendo um dossier que esteve tantas vezes e tanto tempo encalhado. Muito disso teve a mão do Tozé, que sempre com o seu sorriso, de barba grisalha, lá ia metendo a colherada na defesa dos interesses de Aveiro.
Menos conhecida, mas ainda assim interessante, era a sua ligação à medalhística, de que o Tozé era autor de algumas peças verdadeiramente belas, que revelavam a sua astúcia e sensibilidade.
Era um amigo, porra. E os amigos deviam estar proibidos de morrer, mas a vida é isto mesmo, por muito que nos custe a aceitar a vil realidade.
Fica a saudade e acima de tudo a imagem de um homem invulgarmente bom, agarrado a valores nobres e universais e esses sim, que me fazem deixar um Adeus Até Sempre.
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Vinha de carro quando a rádio deu a notícia que confesso, me apanhou de surpresa. É certo que a incerteza da vida é uma constante, mas nunca estamos muito bem preparados para o desaparecimento de um amigo. O Tozé foi-o e é isso que me leva a parar no tempo e a escrever, em sua homenagem, este desabafo sentido, de alguém que sempre o admirou.
Homem simples, sempre prestável, conheci o Tozé nos tempos da rádio Terra Nova, a sua sempre rádio Terra Nova, que era já quase uma imagem de marca, a par das frases feitas, como o "golo, golinho, golão" daquele homem de coração enorme e para quem a amizade não tinha preço. Fui disso testemunha ocular, das causas e das coisas que o Tozé defendeu, muitas vezes na sombra e no quase anonimato, sem pedir ou exaltar protagonismos.
Vivia o Beira-Mar de forma intensa, num equilíbrio sempre delicado entre a isenção e a paixão e lembro com saudade as vezes em que me ligava e de forma subtil, fazia sempre valer o seu apego pelo clube aurinegro, influenciando, sem o querer, o alinhamento do jornal de desporto que tantas vezes fiz com a sua colaboração e as sua ajuda preciosa.
Mas também alinhámos, numa luta silenciosa, pela construção da pista de tartan de Aveiro e bastava as perguntas inquietas, para, que de forma subtil e inteligente, não fossem esquecendo um dossier que esteve tantas vezes e tanto tempo encalhado. Muito disso teve a mão do Tozé, que sempre com o seu sorriso, de barba grisalha, lá ia metendo a colherada na defesa dos interesses de Aveiro.
Menos conhecida, mas ainda assim interessante, era a sua ligação à medalhística, de que o Tozé era autor de algumas peças verdadeiramente belas, que revelavam a sua astúcia e sensibilidade.
Era um amigo, porra. E os amigos deviam estar proibidos de morrer, mas a vida é isto mesmo, por muito que nos custe a aceitar a vil realidade.
Fica a saudade e acima de tudo a imagem de um homem invulgarmente bom, agarrado a valores nobres e universais e esses sim, que me fazem deixar um Adeus Até Sempre.
Desportivamente teu... amigo...
Meu caro, que rico testemunho aqui deixou. Permita-me, e curvando-me perante a memória do nosso comum amigo Tó-Zé, que sublinhe um parágrafo seu:
"Era um amigo, porra. E os amigos deviam estar proibidos de morrer, mas a vida é isto mesmo, por muito que nos custe a aceitar a vil realidade."
Um abraço,
Sérgio Loureiro
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