Inqualificável

Ponto prévio: tenho a maior admiração pelo jogador Hugo Seixas, camisola "10" da equipa de juniores do SC Beira-Mar.

As exibições que tem protagonizado ao serviço do clube, atestam a sua qualidade que o podem a singrar no complexo mundo do futebol.

E escrevo complexo porque para ser jogador de futebol não basta, apenas, saber utilizar os pés. Ao jogador moderno exigi-se que complemente a técnica com a auto-disciplina e a noção que esta modalidade arrasta milhões de pessoas e os jovens acabam por ver nos jogadores os seus ídolos e figuras a imitar.

O que se passou no final do jogo de sábado deve envergonhar o Hugo, os seus pais (que estavam na bancada) e a própria instituição quase centenária que se orgulha do seu passado, tenta sobreviver a um presente complicado perspectivando um futuro de glória.

Durante o decorrer do encontro, que o Beira-Mar acabaria por perder diante do Trofense, os desaguisados orais nas bancadas não passavam mais do mesmo. Isto é, assistia-se a uma (a)normalidade nos jogos de futebol entre adeptos de equipas opostas.

Ainda no decorrer do encontro, apercebi-me que o Hugo Seixas ameaçou um jovem adepto do Trofense. Da ameaça, passou ao acto. Mal o árbitro apitou para o final do embate, o atleta corre para fora do relvado e ainda equipado tentou chegar a vias de facto na bancada do "velhinho" Mário Duarte.

Por sorte, as pessoas afectas ao Beira-Mar detiveram o descontrolado Hugo Seixas, mas o acto irreflectido e inqualificável faz pensar que nem tudo funciona bem na formação "auri-negra".

A minha admiração pelas qualidades futebolísticas do Hugo não saem minimamente beliscadas, mas o seu comportamento deve merecer a completa reprovação dos responsáveis do clube.

Os meios não devem, nem podem justificar os fins. Sendo certo que o Hugo Seixas é o melhor jogador da equipa; sendo certo que o Beira-Mar está na luta pela subida de divisão em juniores; não pode o clube deixar de castigar o Hugo pela atitude que envergonha o SC Beira-Mar.