É preciso ter lata
Os candidatos às eleições de sábado, no Beira-Mar, apresentaram, ontem à noite, as linhas programáticas da candidatura e aproveitaram, a ocasião, para elucidarem a (triste) realidade financeira do clube. Aliás, acrescento, as dificuldades vivenciais do clube em nada apanharam desprevenidos os presentes e ausentes.
Do resultado da acção de Mário Costa e seus pares vamos lendo, ouvindo e vendo um chorrilho de comentários no mínimo infelizes. Sem ambição, pobre, com fé no Santo aveirense, enfim tudo menos aquilo que, de facto, deveria ser escrito.
Quer dizer, a dupla Artur Filipe/José Cachide colocou o Beira-Mar em tribunal e, ganhando, como ganharam, a causa jurídica querem ser ressarcidos, a breve prazo, todo o dinheiro que meteram no clube; a Inverfutbol, fruto da parceira que a direcção de Artur Filipe fez, vem reclamar os 1,2 milhões de euros que julga ter direito (para ontem, já era tarde) e a comandita crítica acha que devolver a credibilidade ao clube, chegar a entendimento com os credores para pagamento faseado das dívidas e optar por uma gestão coerente com a realidade do clube é uma estratégia sem ambição, pobre e que se encosta na fé no Santo cá do burgo. É preciso ter lata.
Podemos criticar o que quisermos, como fiz na (fraca) comunicação do clube, agora criticar por ausência do impossível é lamentável.
Haja, definitivamente, pachorra para tanta falta de lata!
5 Comentários:
Sérgio,
Lata é dizeres que a parceria com a Invertfutebol é da direcção de Mano Nunes...
Quanto ao resto, no momento em que não formos livres de criticar, não somos nada. E se leres o "programa" ele poderia ser melhor.
Sérgio,
A parceria com a Inverfutbol não é da responsabilidade de Mano Nunes.
Quanto à questão da lata, por teu desconhecimento de causa, eu consigo entender o teu sentimento. No entanto, em matéria de lata relativamente a posturas e comportamentos, muito teria eu para dizer, mas prefiro invocar a fé para não ser delegante com ninguém.
Quanto ao programa apresentado, só é realista num aspecto: ilustra bem a falta de rumo e de estratégia de quem se propõe dirigir o clube. E isto é demasiado sério e grave para quem gosta do clube se calar.
Um abraço.
Falha minha.
Peço desculpa pelo lapso.
Obviamente que a nefasta parceria com a Inverfutbol é da responsabilidade da direcção de Artur Filipe.
O que falhou no tempo de Mano Nunes foi a não menos nefasta cooperação com o Stelar Group, que também nos trouxe amargos de boca.
No resto, mantenho o que escrevi.
Meu caro JMO, confundir os "grupos", e protagonistas temporais, que nos "assaltaram" a liberdade do clube dá logo azo a escreveres o 1.º parágrafo como escreveste?
Caro amigo NQM, estou sempre, mas sempre disponível para conversar contigo sobre o Beira-Mar. Aprendo sempre alguma coisa... com fé beiramarense.
SL
SL,
O teu erro tornou o teu escrito extremamente negativo da mesma forma. Reagi porque quem não se sente não é filho de boa gente. Não aceito que entendam mal o direito à critica. A lista candidata começa mal um processo que era e é complicado e não pediu a niguém um estado de graça: tem-no ou terá se o merecer.
Estou a vontade, critiquei o que tive que criticar, suportei o que tive que suportar e graças ao Beira-Mar sou vitima dos piores insultos.
Sérgio,
Comigo ninguém aprende nada, porque eu também não tenho nada para ensinar. No entanto, se ajudar alguém a reflectir, já me sinto útil.
Relativamente à invocação que fiz da fé, dou-te o seguinte exemplo que tu, como pessoa inteligente que és, certamente compreenderás.
Imagina a direcção do Beira-Mar reunida com um dos vários credores do clube:
Credor - Quando é que os senhores me tencionam pagar o que o clube me deve?
Direcção do BM - Nós pretendemos pagar-lhe, mas terá que ser aos poucos e vai depender também da liberdade que os outros credores nos concederem.
Credor - Mas o clube agora na 1ª liga tem mais receitas. Que garantia é que os senhores nos dão que nos conseguem ir pagando e que, se nós não vos penhorarmos receitas, os outros não penhoram primeiro?
Direcção - Somos um grupo de pessoas muito bem intencionadas, muito Beiramarenses, temos uma massa associativa que gosta muito de nós e... TEMOS FÉ que os outros credores confiem em nós.
Sérgio, qualquer semelhança deste texto com a realidade é pura ficção.
É legítimo que me perguntes se o clube tinha alguma alternativa à sua disposição, algum instrumento de gestão que não o deixasse tão vulnerável aos credores. E a minha resposta é afirmativa e os membros desta direcção conheciam-na e não a quiseram. Por isso, o trilho da fé foi escolhido em consciência pelos próprios e, não obstante eu desejar-lhes as maiores felicidades e sucessos, não sou tão crente como eles.
Quanto ao "projecto", falaremos noutra oportunidade.
Um abraço.
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