terça-feira, maio 11, 2004

Do mal o menos. A derrota, bem sei, carrega em si mesma uma carga negativa muito difícil de ultrapassar para todos os que dignem ser adeptos do Beira-Mar. Acontece que no recente jogo frente ao grande Benfica, a equipa beiramarense deixou um claro sinal de que o mau tempo está prestes a passar. Parece-me que vamos voltar a sorrir fruto de futuras conquistas de vitórias aliadas a boas exibições.
Sabe-se de antemão que as camisolas e as recentes exibições não vencem jogos. É preciso dar tudo o que se tem para vencer as partidas de futebol. Se formos a ver, os verdadeiros adeptos do Beira-Mar têm desempenhado o seu papel o melhor que podem e sabem. Dão o seu contributo à equipa, quer ela jogue em casa ou fora de portas. Até ao último desafio frente ao Benfica, o que temos vindo a assistir, por parte de alguns jogadores, é um claro abaixamento de forma, uma desmotivação incompreensível e um alheamento confrangedor relativamente às incidências do jogo.
Se me permitem, abro aqui um breve parêntesis para exprimir a minha opinião sobre as recentes escolhas do nosso treinador. E faço-o porque me julgo com todo e direito e legitimidade para discordar de algumas decisões tomadas. Afinal de contas, desde a primeira hora que tenho defendido António Sousa contra todas as opiniões contrárias à sua permanência no clube. Vejamos: na primeira volta, o Beira-Mar realizou o campeonato que realizou tendo recebido elogios de todos os quadrantes. Raras foram as vezes em que a equipa vacilou ou deu mostras de querer abrandar o ritmo diabólico que tão bem a caracterizou. Para esta segunda volta, onde até agora só averbamos o fraco pecúlio de seis pontos, António Sousa e seus pares resolveram mexer na equipa. Até aqui tudo bem! Qual não foi o meu espanto, e de muitos outros, ao verificar que o lado onde procedeu às alterações - neste caso o direito - foi claramente onde jamais o deveria fazer. Ou seja, no caso concreto do capitão Ribeiro. Enquanto íamos ganhando, o Ribeiro servia. Alturas houve em que foi sacrificado para médio direito; depois de termos perdido o fôlego, o Ribeiro já não serve. Ideia claramente errada. Não é preciso ser um grande entendido na matéria para exigir o regresso imediato de Ribeiro ao onze titular, para a sua posição natural. Já agora, coloco a seguinte questão: se o objectivo "Europa" deixou de o ser, não estará na altura de colocar o Fusco a jogar uma vez que seja na actual edição da SuperLiga?
Sinto, mesmo assim, que o Beira-Mar ainda tem uma palavra importante a dizer no actual campeonato. Afinal, não somos pessoas de baixar os braços e atirar a toalha ao chão.
Duas palavras finais para alguns sócios do Beira-Mar, que fazendo valer tal estatuto adquiriram ingressos para apoiar o Benfica. Meus caros, o Benfica, de tão grande que é, certamente não precisaria de ir buscar adeptos à equipa adversária. Vamos apoiar o nosso Beira-Mar que precisa mais de nós do que os ditos grandes.

O QUE MAIS GOSTEI
Foram 21.901 pessoas que assistiram, em directo e ao vivo, a último Beira-Mar vs Benfica. O novo Estádio estava cheio. Confesso que esperava ainda mais público. Mas assim, também não está mal. Ainda que a nós beiramarenses dava a sensação de estarmos a jogar em casa alheia, gostei de ver as bancadas bem compostas para um jogo que, lembre-se, teve honras de transmissão televisiva em directo. Mas aquilo que ambiciono um dia ver, são as bancadas completamente lotadas para apoiar apenas e só o meu Beira-Mar. Será possível?

O PRÓXIMO JOGO
Parece difícil de acreditar mas o Guimarães vive mesmo momentos de pura aflição. Nós, sócios e adeptos do Beira-Mar, sabemos bem o que custa viver com a corda no pescoço. Jamais nos iremos esquecer das agruras vividas na última temporada. Mas, e embora sabendo que não vivemos bem como o mal dos outros, os vitorianos que se preocupem com eles próprios que nós cá nos vamos safando.
Domingo próximo viajamos até à terra de Dom Afonso Henriques. O nosso objectivo passa, em primeiro lugar, por fazer um bom jogo sem pressões nem ambições descontroladas. Sabemos que iremos encontrar pela frente uma equipa que vive recheada de problemas internos a todos os níveis. Se o Beira-Mar tiver cabeça suficiente, saberá tirar o melhor partido da instabilidade vitoriana. Não descuro a vitória do meu clube. Poderá, claramente, funcionar como uma alavanca de regresso às vitórias.
A ver vamos!