terça-feira, maio 11, 2004

EXIGIMOS RESPEITO
1.No mínimo, aquilo que nós fieis sócios e adeptos do Beira-Mar exigimos é respeito. Respeito pelo nosso sofrimento em acompanhar a equipa para onde quer que ela vá; respeito por todos aqueles que anseiam pela hora do jogo colocados em frente ao televisor na esperança de assistirem a um jogo de qualidade; respeito por todos os sócios que mês após mês pagam a sua quota ajudando, desse modo, no equilibrar das contas do clube. E o que se vê? Vêem-se 11 homens a correrem atrás do adversário sem se preocuparem, minimamente que seja, em recuperar a bonita imagem que mostraram ao País durante a primeira volta. Mas porquê? Porque é que de um momento para o outro a equipa deixou de praticar bom futebol? Deixou, pura e simplesmente, de espalhar alegria e magia no bom futebol que praticou durante semanas a fio. Existe algum problema? Julgo que nós, sócio, temos o direito de saber o que se passa e exigimos uma explicação. Isto não é, definitivamente, normal! Algo de errado se passa no plantel do Beira-Mar. Atrevo-me a dizer que dou alvíssaras a quem me contar a verdade sobre o que realmente se passa.
2.O regresso de Lisboa, após o último degradante e humilhante jogo do meu clube, foi, como se calcula, penoso. Não consigo, de forma alguma, esquecer o inglório jogo a que tinha acabado de assistir. A minha preocupação, naquele momento, era chegar o mais rapidamente possível a casa e deitar-me para parar de me lembrar do jogo.
Para todos os meus amigos leitores, digo-vos que na segunda-feira saí de Aveiro por volta das 15 h 30m. A esperança era, como devem calcular, enorme em puder assistir finalmente a uma exibição digna do Beira-Mar. Mas logo na viagem uma pequena contrariedade surgiu. O autocarro teve um problema mecânico pelo que tivemos que ficar retidos na estação de serviço da Mealhada durante cerca de uma hora e meia. Após a mudança de transporte, lá fomos nós rumo a Belém. Chegados ao estádio, já com cerca de um quarto de hora de jogo, ouvimos, ainda do lado de fora, os festejos da massa associativa e adepta do Belenenses a comemorarem o primeiro golo. O meu pensamento foi imediato: "bem, lá vamos nós servir de gaiatos e ajudar outra equipa a conquistar mais uma preciosa vitória".
Mesmo assim, mantive a esperança inicial. Acontece, porém, que com o decorrer do jogo e assistindo ao arrastar em campo por parte dos jogadores do meu Beira-Mar, logo percebi que no bornal de regresso iria carregar com o fardo pesado de uma nova derrota. E assim foi! O Beira-Mar contribuiu para um dos mais desprestigiantes jogos deste campeonato. Tem sido assim. A segunda volta, infelizmente, tem-nos mostrado um Beira-Mar amorfo, apático, infeliz, miserável e sem qualquer respeito pelos seus inúmeros adeptos. Até quando, meu Deus?
3.O próximo desafio é frente ao FC Porto. Para alguns, será frente ao todo poderoso fêcêpê. Para mim, será uma outra equipa da SuperLiga que terá, certamente, a honra e o prazer de actuar no bonito Estádio Municipal Mário Duarte. De repente, gostaria de saber o que vai na cabeça dos jogadores ao saberem que irão defrontar o actual primeiro classificado e, possivelmente, bi-campeão nacional. É que se este Beira-Mar não sabe ganhar há mais de dois meses, creio que não será agora que o vai conseguir. Mas se ao menos dessem uma outra imagem, uma imagem de uma equipa que corre, que joga em busca da vitória, que soa e dignifica as laboriosas camisolas amarelas e pretas, que mostra respeito pelo público que assiste ao jogo, então, se assim fosse, eu ficaria orgulhoso de todos eles. Agora, um Beira-Mar igualzinho ao que actuou nos últimos meses, não obrigado!
4. A auto-proclamada demissão de António Sousa do cargo de treinador do meu clube apanhou-me completamente de surpresa. Nunca escondi de ninguém a minha admiração por António Sousa. Ainda que esteja profundamente sentido com as últimas exibições do Beira-Mar, continuo a considerar o nosso actual técnico como o melhor treinador português da actualidade. E só esse facto tem dado um enorme prestígio ao meu Beira-Mar. Recordo-me, perfeitamente, do momento em que Sousa entrou para o clube. Éramos uma equipa adiada, que não tinha qualquer espírito competitivo e sempre eterna candidata à descida de divisão. O tempo serviu como muito bom conselheiro. António Sousa foi construindo um conjunto à sua semelhança e hoje somos, sem margem para dúvidas, como uma das seis melhores formações nacionais. Entramos em qualquer estádio com o claro objectivo de ganhar o jogo. Só assim se justifica o facto de andarmos descontentes com as últimas exibições. Por isso mesmo, curvo-me perante António Sousa e deixo aqui toda a minha mágoa e tristeza pela sua saída. Uma saída pela porta grande com a plena certeza de que sendo esta a sua casa o esperamos muito em breve. Por tudo de muito bom que fez pela instituição Sport Clube Beira-Mar agradeço-lhe, amigo Sousa, do fundo do meu coração. Invejo a sorte do clube que o acolher no futuro.
5. Com a saída, repito pela porta grande, de António Sousa, julgo que a próxima tarefa a breve prazo será a escolha do seu sucessor. E neste caso concreto, até mesmo Sousa tem uma palavra a dizer. Porque ele deve dar, abem do clube, a sua ideia sobre o seu sucessor. A direcção tem que o ouvir, bem como todos os sócios e adeptos. A escolha deve ser criterioso porque o nosso clube não deve servir de experiência para um qualquer. E como gostaria imenso de saber a opinião de todos os beiramarenses, coloco à disposição o meu endereço electrónico para que me digam quem gostariam de ver a orientar o Beira-Mar a partir da próxima época. Enviem uma mensagem para lsergio@portugalmail.pt que eu brevemente darei conta das vossas preferências.