Os capitães de Março
1.A atitude assumida, no dia 30 de Março, pelos três capitães do Sport Clube Beira-Mar, Fusco, Ribeiro e Filipe, pareceu-me a mais correcta. Os três atletas do clube monopolizaram uma conferência de imprensa para sossegarem os sócios e adeptos quanto a um possível mal-estar no seio do grupo.
Afinal de contas, a "montanha pariu um rato". Ou seja, segundo os capitães respira-se confiança e tranquilidade entre todos os elementos que constituem o grupo de trabalho do Beira-Mar.
Colocando-me, como prezo ser, na posição de mero sócio e adepto deste grandioso clube, julgo que o importante nem é tanto saber se existem ou não problemas internos no clube. Aquilo que a nós sócios e adeptos nos custa realmente aceitar são as recentes derrotas que o clube sofreu nos últimos seis jogos consecutivos. Não é nada fácil entender porque é que depois de uma primeira volta a todos os títulos notável, chegamos a esta altura e vemos o Beira-Mar funcionar como uma verdadeira "vitamina" para os clubes que estão em crise. Isso é que é a realidade!
Perdoem-me os atletas e equipa técnica, mas toda esta fase negativa que está a custar imenso passar pode, legitimamente, levantar toda e qualquer dúvida. Ninguém pode levar a mal que meros sócios e adeptos, jornalistas e simpatizantes questionem até que ponto o grupo está unido. Quero, sinceramente, acreditar que esta crise é passageira; que o que está em falta são meros resultados positivos; que as jornadas que faltam irão ser encaradas como verdadeiras finais. Porque se assim não for, então, na verdade, algo vai mal no Beira-Mar.
2. O recente jogo realizado em Guimarães foi a verdadeira antítese daquilo que o Beira-Mar já nos habituou esta época. Eu, que estive presente em Guimarães, senti-me verdadeiramente humilhado perante os adeptos da casa. Se eu tivesse o condão de adivinhar aquilo que se iria passar, não tinha feito o sacrifício de me deslocar à cidade-berço. O Beira-Mar foi uma autêntica nulidade em campo. Alturas houve, ainda na primeira parte, que desejei que o jogo tivesse o seu terminus o mais rápido possível. Para se ter uma ideia daquilo que nós adeptos passamos, basta referir que, por exemplo, a claque Ultra Auri-Negros passou todos os segundos 45 minutos num silêncio arrepiante. Dir-me-ão, alguns, que o meu clube esteve numa tarde-não. A realidade é que temos vindo a assistir a consequentes e intermináveis tardes-noites-não.
3.O próximo jogo frente à nossa rival de sempre, Académica de Coimbra, encerra um facto especial. Pode funcionar este desafio como o ponto de viragem do Beira-Mar em relação ao resto do campeonato. Tal como os capitães referiram na recente conferência de imprensa, os bons resultados irão surgir já no Domingo diante dos da formação coimbrã. Bem, outra coisa não se pode esperar. Que não se atrevam de na nossa própria casa fazerem-nos passar uma vergonha semelhante à ocorrida em Guimarães. Jogos contra a Académica são sempre especiais. Afinal, o que está em causa é a liderança da região centro.
Duas notas a reter para este próximo embate: a) será que vamos ter o prazer de assistir à nossa primeira vitória em casa. Julgo que já é mais do que tempo; b) conseguiremos numa só temporada vencer por duas vezes os estudantes de Coimbra?
Marcarei presença, no próximo Domingo, no novo Estádio Municipal Mário Duarte para fazer parte de uma das mais bonitas páginas do futebol beiramarense.
Nota do colunista
Quase todo o plantel do Sport Clube Beira-Mar já teve a sua oportunidade de jogar alguns minutos na corrente edição da SuperLiga. Julgo que em falta só estará aquele que hierarquicamente é o jogador número um do meu clube. Trata-se do capitão de equipa e centro-campista Fusco. Sabendo de antemão que Sandro se encontra com alguns problemas físicos e Kata está disciplinarmente impedido de dar o seu contributo à equipa no próximo Domingo, será que é desta que Fusco vai ter a sua tão merecida oportunidade.
Sou dos poucos que ainda vou observar alguns dos treinos do Beira-Mar e vejo o constante máximo empenho de Fusco em todos os exercícios. Reparo que nem convocado tem sido. Afinal, se não se trata de qualquer problema pessoal entre treinador/jogador, qual o verdadeiro motivo para a contínua ausência de Fusco?
Se queremos fazer um resto de campeonato tranquilos com a certeza da permanência na divisão maior do nosso futebol, está mais do que na altura do meu amigo António Sousa colocar o Fusco no onze inicial.
<< Página inicial