quinta-feira, janeiro 06, 2005

"O difícil não é subir, mas, ao subir, continuarmos a ser quem somos"
Michelet, Jules
Jogar para ganhar
O próximo jogo do meu Beira-Mar, frente à forte formação do Sporting Clube de Braga, encerra, em si mesmo, algumas particularidades dignas de registo.
A primeira é que este desafio representa a estreia de Luís Campos, e toda a sua equipa técnica, a liderar os destinos do meu clube. E para estreia, julgo que Luís Campos não poderia desejar um opositor melhor. É, reconhecidamente, um adversário difícil mas, convenhamos, acessível ao Beira-Mar. Digamos que o novo treinador tem uma oportunidade de ouro para entrar com o pé direito. E sejamos francos e honestos, seria importante que o clube vencesse para que esta animosidade à volta de Luís Campos começasse a perder alguma razão de ser.
Sobre isto, e em nome da lisura e transparência, gostaria de afirmar, publicamente, que Luís Campos não é um técnico da minha preferência. Digo-o com frontalidade e não me escondo atrás de falsos cinismos. Mesmo assim, e tal como disse a Mick Wadsworth, enquanto Luís Campos estiver à frente do meu clube será sempre o meu treinador. Desejo-lhe toda a sorte do mundo, porque se ele tiver sucesso é sinal que o meu Beira-Mar também carrega o gosto peso do sucesso.
Por outro lado, este jogo é o primeiro após a tradicional (e inconveniente pela duração, digo eu) paragem de festas. O Beira-Mar, convenhamos, não aproveitou esta paragem da melhor maneira. Rescisão extemporânea do acordo com Manuel Cajuda; ausência prolongada de vários atletas e chegada tardia do novo timoneiro que não teve o tempo suficiente para preparar a equipa. Deste modo, teremos a oportunidade de verificar até que ponto os jogadores estão devidamente preparados para defrontarem um conjunto que é do seu campeonato.
E que dizer das dispensas de jogadores como Pablo Rodriguez, Zeman e Levato, a par do processo disciplinar instaurado a "Tanque" Silva? Julgo que sobre esta matéria a direcção do meu clube tratou do assunto com dois pesos e duas medidas. Se Pablo Rodriguez nunca caiu nas boas graças dos adeptos, já Zeman (brilhante defesa-central) e Levato (não nos esqueçamos que já envergou a braçadeira de capitão) possuíam um elevado capital de confiança junto dos sócios e adeptos. Mantenho a minha opinião que estes dois atletas ainda seriam bastante úteis ao Beira-Mar. A vinda de Ricardo Silva para o lugar de Zeman, quanto a mim, não foi vantajosa para o Beira-Mar. Demoradamente está a contratação de um lugar para Levato.
Relativamente a "Tanque" Silva nota-se uma grande falta de dualidade. Também se ausentou do país sem autorização da direcção e só porque tem marcado golos (não tantos quantos um avançado deve marcar) foi-lhe apenas e só instaurado um processo disciplinar. A minha dúvida mantém-se: que penalidade irá sofrer quando terminar o processo disciplinar?
Bom, este é um conjunto de particularidades que pode, ou não, influenciar o bom rendimento da equipa no Domingo. De qualquer modo, apelo aos sócios e adeptos que na hora da verdade, quando o jogo começar estejam em grande número no bonito Estádio Municipal Mário Duarte para apoiarmos o nosso laborioso clube. Porque tal como diz a claque, e com toda a razão, "o Beira-Mar está acima de todos NÓS".
Não posso terminar esta breve reflexão sem deixar uma palavra de solidariedade para com o Paulino Silva. Julgo que a direcção, presidida por Mano Nunes, deveria ou melhor, tinha a obrigação de dar uma oportunidade ao Paulino. Tal e qual como fez quando abriu as portas a um técnico desconhecido e inexperiente como era António Sousa, e que mais tarde se veio a comprovar que se tinha tratado de uma excelente aposta, Mano Nunes e seus pares perderam uma grande oportunidade para lançar na alta-roda do nosso futebol um homem que para além de já ter mostrado provas evidentes de que é um bom técnico (grande desempenho, na globalidade, do Beira-Mar em Coimbra) mostrou, desde a primeira hora, uma grande lealdade e compromisso de honra perante o Sport Clube Beira-Mar. Um grande abraço de amizade ao Paulino.
Vemo-nos, todos em conjunto, no Domingo a gritar em uníssomo pelo nosso Beira-Mar.

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