ÚLTIMO JOGO: VÁRIOS SIGNIFICADOS
1.O Beira-Mar actua pela última vez, nesta época de 2003/2004, no seu estádio perante o seu fiel público. Um estádio, aliás, que tem sido envolto numa verdadeira novela. Quase única, no panorama português. Julgo que não será importante estar a descrever ao pormenor toda a problemática que envolveu a ida, em definitivo, do nosso Beira-Mar para o novo Municipal Mário Duarte. Aliás, e sobre este assunto, mantenho a mesma opinião de que jamais deveríamos ter saído, esta época, do velhinho Mário Duarte. Enfim, O importante, nesta altura, é reflectir um pouco sobre os oito jogos oficiais que o Beira-Mar já disputou no novo estádio. Desde Janeiro, altura em que recebemos o Gil Vicente, a equipa aveirense somou cinco empates frente a Gil Vicente (0-0); Marítimo (2-2); Rio Ave (1-1); Académica (0-0) e FC Porto (0-0) e três derrotas diante de Braga (0-2); Sporting (0-2) e Benfica (0-1). Ou seja, estamos perante a possibilidade de nesta temporada não conseguirmos alcançar a tão almejada quanto desejava vitória de estreia.
Estou, apesar disso, convencido que será desta. Diante do Moreirense, aliás clube que deu início à nossa queda vertiginosa por força da derrota por três bolas a uma, que o Beira-Mar irá quebrar o enguiço e voltar às vitórias. Já é mais do que tempo para que isso aconteça.
2. Domingo será, muito provavelmente e infelizmente, o último jogo do nosso actual treinador à frente do clube que ajudou a erigir. Foram oito temporadas seguidas em que António Sousa soube tão bem comandar a nossa equipa. Um fenómeno quase raro no nosso futebol. Também este jogo pode e deve tomar a forma de uma despedida bonita e dignificante para o nosso eterno técnico. Ele bem merece uma saída honrosa em forma de vitória frente ao Moreirense. Aos atletas que vão estar em campo, peço-lhes que transportem um pouco mais de vontade e permitam aos seu treinador viver mais um dia de glória. Vou estar presente, nas bancadas, e quero guardar este dia para todo o sempre. Quero relembrá-lo como o dia em que António Sousa disse simplesmente "até já" ao seu clube de sempre.
Para que conste, durante esta semana recebi alguns telefonemas de beiramarenses anónimos transmitindo os parabéns à minha pessoa pelas prosas que redijo em prol do Beira-Mar e de António Sousa. É dignificante e prestigiante saber que não estou sozinho; é dignificante e bonito tomar conhecimento que António Sousa goza, efectivamente, de um grande prestígio junto das pessoas de Aveiro. O meu também muito obrigado!
3.Abro aqui um ponto especial dirigido à direcção do Beira-Mar. Eu não quero acreditar que uma relação tão duradoura e tão pacífica aos olhos de todos deixe de o ser de um momento para o outro. Não foi há tanto tempo quanto isso que foi este treinador, este mesmo António Sousa, que esteve presente numa célebre Assembleia-geral do clube apelando, ainda que indirectamente, aos sócio para votar na lista que hoje dirige os destinos do nosso clube. António Sousa serviu, como todos devem saber, de bandeira a um projecto encabeçado por Mano Nunes. Toda os órgãos sociais do meu Beira-Mar devem prestar uma justa homenagem a António Sousa já nesta jornada, diante de todos os beiramarenses. Só assim eu acredito num clube sério e eternamente agradecido.
4. O Beira-Mar e a Stellar Group assinaram um protocolo. Entendo esta parceria como um projecto de forma a dar uma dimensão ainda maior ao nosso clube. Eu quero acreditar que este protocolo seja, de facto, benéfico para a grande instituição que é o Sport Clube Beira-Mar. Mas, se me permitem, gostaria de lembrar um outro clube que viveu uma situação idêntica ao nosso Beira-Mar. Passou-se com o Sporting Clube de Farense. Na altura, o clube algarvio assinou um protocolo com grupo espanhol; mudou de treinador prescindindo do certo e já ambientando Paco Fortes; hoje, é um sério candidato à descida à terceira (?) divisão. Longe de mim servir de ave agoirenta. Mas que estas coisas dão que pensar, lá isso dão!
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