terça-feira, agosto 17, 2004

Ao meu amigo Ribeiro

Começar de novo

Começa hoje um novo ciclo na vida do meu clube. Nova temporada, nova equipa técnica, novos jogadores mas, espero eu, a mesma ambição na procura constante das vitórias.
Confesso-vos, com total sinceridade, que andei muito preocupado com as notícias vindas a público relativamente ao defeso do Beira-Mar. Jogadores que poderiam entrar mas acabaram por não vir; atletas que desejavam sair mas acabaram por ficar; símbolos do clube com boas propostas mas que permaneceram (felizmente) em Aveiro.
E é precisamente aqui que gostaria de começar a minha primeira reflexão desta nova época futebolística. As primeiras palavras têm como destinatário o meu caro amigo Ribeiro, lateral-direito e sub-capitão daquele que é considerado, por mim, como o melhor clube nacional.
A vida de um futebolista é, como todos sabem, curta e, por vezes, ingrata sobretudo quando se não é reconhecido pelas pessoas que o rodeiam. Eu noto em ti, meu amigo, que ultimamente tens andado um pouco em baixo, algumas vezes triste. Não que me tivesses dito seja o que for. Aliás, e para que não existam más interpretações, considero-te meu amigo porque sempre te mostraste acessível e nada "armado" em vedeta e não porque tenhamos uma frequente convivência diária.
O certo é que cai sempre muito bem em todos os que gostariam de ver as estrelas do futebol como pessoas aplicadas, trabalhadoras mas, provavelmente ainda mais importantes, humildes no dia-a-dia. E isso me amigo, tu és, de facto, imbatível.
Como referi no início deste texto, durante as férias muito se escreveu e comentou sobre o alegado interesse de clubes nacionais (Boavista, Braga, Marítimo, União de Leiria) e estrangeiros na tua contratação. Inclusivamente, chegou-se a falar sobre o sério interesse, em ti, de um clube romeno. A minha primeira reacção foi de estupefacção. Seria possível os dirigente do meu clube deixarem sair para uma qualquer equipa o maior símbolo do Beira-Mar? Não me queria convencer que a Roménia fosse o teu destino imediato. Mesmo que para lá fosses, fica sabendo que tudo faria para assistir à tua estreia. Aliás, a Patrícia até já estava a ficar mentalizada na hipótese de me acompanhar nessa viagem.
Felizmente as coisas compuseram-se. Tu ficaste! Tu continuas a ser uma referência para os mais novos que anseiam seguir uma carreira de jogador; para os mais velhos que vêem em ti o fiel depositário da verdadeira mística auri-negra. Estou plenamente convencido que muito poucos saberão, por exemplo, que recentemente estiveste numa instituição para pessoas deficientes em representação do Beira-Mar. E isso só é protagonizado por alguém que tem um coração muito grande. E tu, meu amigo Ribeiro, és uma estrela mesmo fora dos relvados.
A verdade, verdadinha, e mesmo que tu me tentes desmentir depois de leres estas, para ti surpreendentes, linhas, é que a tua tristeza só tem uma justificação: o não reconhecimento do teu valor enquanto Ser Humano e beiramarense. E sabendo que, na realidade, a carreira de um atleta é muito curta, seria de bom-tom que esse reconhecimento se torna uma verdade absoluta a muito breve prazo. Pergunto-te: concordas ou não comigo?
Desejo-te uma nova época cheia de conquistas e repleta de êxitos que bem mereces.
Um abraço do Sérgio Loureiro.

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