Esta é uma história que merece honras de reportagem jornalística. O Beira-Mar, equipa que milita no escalão principal da divisão maior do nosso futebol, vai contar, nesta jornada na bonita ilha da Madeira, com o apoio de um único elemento. Parece incrível, mas é verdade!
Chama-se Hugo Alexandre Gonçalves Paulo e tem 26 anos de idade. Para os amigos é conhecido simplesmente por "Hugo da Pensão". Esta figura carismática pertence à claque dos Ultras Auri-Negros e, dentro desta, é membro efectivo do Núcleo do Rossio. Neste Domingo, o bom do Hugo estará, muito provavelmente, no meio de alguns milhares de adeptos de futebol a puxar, isoladamente, pelo Beira-Mar.
Pergunta: No Domingo, e face às certas ausências de todos os outros elementos da claque, vai estar sozinho na Choupana a gritar pelo Beira-Mar. Esta é, presumo, uma situação nova para si?
Hugo: Para mim é, certamente, nova. Não sei se já se passou com outro beiramarense numa outra altura. Mas como acompanho com regularidade o Beira-mar há muitos anos nunca tinha vivido uma situação destas.
Pergunta: Mesmo sabendo que, possivelmente, vai estar sozinho no meio daqueles que são conhecidos como os adeptos mais apaixonados da Madeira, não se sente desanimado?
Hugo: De forma alguma! O meu espírito, quando acompanho o Beira-Mar seja em casa ou fora, é sempre o de apoiar incessantemente o clube. No dia do jogo, não me calarei um minuto sequer para que os jogadores saibam que, mesmo na Madeira, têm na bancada um adepto que puxa por eles, acredita neles e espera uma grande vitória. Aliás, faço questão de colocar, na rede, as faixas dos Ultras Auri Negros e do Núcleo do Rossio num local bem visível.
Pergunta: Segundo sei, o Hugo nem é natural de Aveiro. Mesmo assim, há já vários anos que não perde um jogo…
Hugo: De facto não sou de Aveiro. Sou natural da freguesia de Carvalhelhos, concelho de Chaves. Mas desde que me mudei para Aveiro, há alguns anos, que logo me afeiçoei ao Beira-Mar. Posso dizer que o meu único clube é o Beira-Mar e sou o sócio número 2575.
Pergunta: É verdade que o Hugo não perde um jogo do Beira-Mar há muito tempo?
Hugo: Esta vai ser a oitava temporada que acompanho o Beira-Mar, algumas vezes com despesas muito elevadas para mim. Basta referir que quando o Santa-Clara estava na primeira divisão na mesma altura que Marítimo e Nacional da Madeira, cheguei a fazer todas as viagens para as ilhas. Só à Madeira vou pelo oitavo ano seguido. Que me lembre, o único jogo que perdi foi para a Taça UEFA frente ao Vitesse, na Holanda. Mas, mesmo para esse momento importante na vida do clube, cheguei a ter o dinheiro para fazer a viagem e assistir ao jogo. O que não tive foi companhia de conhecidos.
Pergunta: Quanto é vai gastar para estar este fim-de-semana na Madeira, a acompanhar o Beira-Mar?
Hugo: Só a viagem são 230 €uros. Depois tenho que pagar a comida e a dormida, pelo que fica tudo à volta dos 350 €uros.
Pergunta: O Hugo recebe algum apoio de alguém, para este tipo de deslocações?
Hugo: Não, sai tudo do meu bolso. Parto no Sábado às 8 horas da manhã e regresso no Domingo, no avião das 23 horas.
Pergunta: O que espera desta deslocação do Beira-Mar à Madeira para defrontar o europeu Nacional?
Hugo: Gostava que os jogadores atendessem ao meu esforço retribuindo-me com uma vitória. Ao contrário dos anos anteriores, sinto que, este ano, vamos conseguir vencer na Madeira. Nunca vi o Beira-Mar ganhar nem na Choupana nem nos Barreiros. O melhor que assisti foi a um empate. Para além disso, tenho algumas amizades na Madeira que me vão buscar ao aeroporto e é sempre um prazer revê-los.
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