terça-feira, setembro 28, 2004

UM AR QUE SE LHE DEU…
De repente, a casa veio abaixo. Sem nada que o fizesse prever, o treinador Mick Wadsworth pediu a demissão do importante cargo de treinador do Sport Clube Beira-Mar obtendo a devida anuência por parte da direcção. A curta passagem de Mick por Aveiro foi, de facto, um ar que se lhe deu.
Não sei quais foram as verdadeiras razões para esta, digamos assim, anormalidade mas parece-me, tendo por base o que me têm confidenciado, que muito ainda não foi devidamente explicado.
É certo que no mundo do futebol já nada pode surpreender. Tão depressa tudo parece estar bem como, de um momento para o outro, dá a sensação que o céu acaba por desabar na cabeça das pessoas. No caso concreto, na cabeça do já ex-técnico beiramarense.
Queiram perdoar-me mas, para quem tem o trabalho de ler os meus textos, sabem perfeitamente que nunca "morri de amores" pelo inglês. Nunca o vi como o treinador certo para um clube que tem, ou será que tinha (?), um projecto bem definido para o futuro que passava, se bem se recordam, por estabilizar o Beira-Mar acima dos 10 primeiros lugares da classificação. O certo é que ao fim de apenas quatro jornadas, Wadsworth foi-se embora alegando fortes motivos familiares. Longe de mim pensar que não sejam, de facto, esses os verdadeiros motivos. Mas quem presta alguma atenção ao futebol e a tudo o que o rodeia sabe perfeitamente que essas são as razões mais utilizadas, quando existem demissões, tanto de uma (direcção) como de outra parte (treinador).
Puxando um pouco a fita atrás, lembro-me que ao fim das duas primeiras jornadas, e após outras tantas derrotas averbadas na SuperLiga, Mano Nunes sentiu que deveria vir a terreiro público anunciar que mantinha toda a sua confiança no treinador. Como sabem, esta é uma atitude presidencial muito usada quando se está prestes a tomar uma decisão mais radical relativamente à manutenção de um treinador. Não vale a pena as pessoas virem a público dizerem maravilhas do trabalho de Mick Wadsworth porque a realidade é que já havia muita gente a colocar em causa as reais hipóteses do Beira-Mar, com Wadsworth à frente, obter um bom resultado no campeonato. Consta-se que independentemente do resultado em Setúbal, o certo é que o destino do técnico há muito que já estava traçado. Bem sei, também, que alguns até concordavam com os métodos de trabalho de Mick Wadsworth. Para esses, a decisão agora conhecida acaba por ser uma espécie de traição. Acontece que uma coisa é dar a sua opinião com base na leitura diária, outra, bem diferente, é procurar saber o que se passa no terreno.
Tenha havido o que quer que seja, é minha opinião que esta foi a melhor solução para as duas partes. O Beira-Mar recupera alguma credibilidade junto da maioria dos seus associados e Mick Wadsworth deixa o clube com seis pontos ao fim de quatro jogos: uma contabilidade que lhe dá alguma margem de manobra para alegar que deixou obra feita.
A questão que agora se coloca é saber que futuro está a ser preparado para o clube. Quem virá agora treinar o Beira-Mar? As opiniões, como é óbvio e compreensível, dividem-se. Uns adianta, desde já, preferirem Manuel Cajuda, outros anseiam pelo regresso imediato de António Sousa. Já agora, seria interessante que os órgãos de comunicação social promovessem uma sondagem para saber qual a vontade dos sócios e adeptos do Beira-Mar. Porque são eles que devem determinar o futuro do clube. Eu, como podem calcular, há muito que tenho a minha própria opinião. Julgo, inclusivamente, ser do conhecimento de todos. No entanto, e por respeito a todos, não direi, de momento, qual a minha preferência. A verdade é só uma: é nestas alturas que as pessoas devem colocar em primeiro lugar a instituição Sport Clube Beira-Mar e deixarem de lado quezílias antigas. O Beira-Mar e respectivos sócios e adeptos merecem o máximo de respeito e desejam que se imponha a vontade de tornar mais forte o clube.
Esta nova paragem na SuperLiga até vem em boa hora. Há tempo suficiente para arrumar a casa e colocar, de novo, a nau beiramarense a navegar em águas bem mais calmas face às enormes tormentas que se avizinham. Está na hora de se ver quem quer o bem do Beira-Mar.

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