Para onde vais, Beira-Mar?
Duas exibições fraquinhas. Dois jogos que prolongam o sofrimento de quem gosta, de quem sente o Beira-Mar. Estamos a caminhar por trilhos horríveis que apenas servem para confirmar uma coisa: o meu Beira-Mar vai continuar a sofrer como jamais sofreu no passado. E para aqueles que se queixavam que não lutávamos por algo de magnífico, grandioso, sublime ou inesquecível, a minha resposta é só uma: vamos lutar pela dignidade de um clube que é o emblema mais representativo de Aveiro, da região Centro e um dos melhores de Portugal. Porque, infelizmente, parece-me que só resta essa luta.
E o que mais custa verificar é que a direcção, eleita democraticamente pelo universo dos sócios beiramarenses, assiste a tudo isto impávida e serenamente. Desculpem, meus senhores, mas o trabalho para o futebol tem sido mau de mais. Isto não é trabalhar para o bem do Beira-Mar. A isto eu chamo displicência para com uma comunidade beiramarense/aveirense que merece um clube melhor classificado na SuperLiga e que deixe, de uma vez uma por todas, de ser notícia pelas piores razões.
Tenham paciência, meus senhores, mas esta é a hora de eu desabafar. Há muito que tenho aguentado tamanho desnorte para com o futebol praticado pelo meu Beira-Mar. Perdoem-me ter que vos dizer isto, mas desde a atribulada saída de António Sousa que o Beira-Mar nunca mais foi o mesmo. Sou, na verdade, favorável a renovações, a projectos novos com fundamento e que beneficiem uma instituição. Agora, sou totalmente contra pactos escuros, que não foram discutidos os seus proveitos pelos associados que todos os meses depositam uma parte do seu salário para que o Beira-Mar seja cada vez maior. O acordo com o Stellar Group, que nós só tivemos conhecimento pelo Diário de Aveiro, nunca foi explicado em sede própria aos sócios; estas aquisições de jogadores como Paul Murray, Pablo Rodriguez, "Tanque" Silva, etc. revelaram-se um verdadeiro desastre. Mesmo que tentem justificar a boa parceria com o Stellar Group refugiando-se nas boas exibições de McPhee ou Pavel Srnicek responde-lhes que a obrigação é acertar em 100 por cento de eficácia e jamais abaixo dos 50 por cento. Ou seja, o engano foi maior em comparação com o acerto.
Mesmo assim, quero-lhes dizer que para alguém vestir a camisola amarela e preta é preciso ter coragem, dignidade e qualidades humanas tanto dentro como fora do campo. Isto vem a propósito das entrevistas dadas por ex-treinadores e ex-jogadores, mas também por análises feitas pelos jornalistas.
Ninguém sabe, por outro lado, as verdadeiras razões que se prendem com as auto-demissões de Mick Wadsworth, vindo pelo mão do Stellar Group, e de Manuel Cajuda, que se queixa de não lhe terem deixado trabalhar à sua maneira.
Esta está a ser uma época negra e decepcionante. Não estamos habituados a tão desolador quadro.
Uma vez mais peço desculpa pela pertinência, mas que raio de objectivo é esse de lutar pelo 10.º lugar? Ganharemos algo se ficarmos em 7.º, 8.º, 9.º ou 10.º? Não é mesma coisa ficar em 11.º, 12.º, 13.º, etc? Para quê esse objectivo tão inusitado e sem qualquer tipo de fundamento? Ainda se colocassem a fasquia para um lugar que desse acesso às eliminatórias da Taça UEFA, talvez o empenho dos jogadores dentro do campo e o apoio dos sócios e adeptos fossem diferentes, para bem melhor. Agora, lutar para ficar nos dez primeiros não lembra a ninguém.
E como este é um texto que serve de desabafo, digo-lhes, meus amigos, que a escolha de Luís Campos foi mais um tiro nos pés. Um desejo antigo do presidente? Onde é que eu já ouvi isto. Não era Wadsworth e/ou Cajuda desejos antigos? Nada tenho contra o homem, mas como treinador deixa muito a desejar. Ao verificar a equipa que apresentou frente ao Braga (com quatro defesas centrais, sendo que um na posição de trinco e dois defesas direitos como são Rui Óscar e Ribeiro, tendo deixando dois avançados no banco) deu para ver qual é o nível de exigência de Luís Campos. Muito baixo. Demasiado baixo para um grande clube como Beira-Mar. E poderia, perfeitamente, questionar a razão da entrada do jovem Ladeira nesse jogo. Enfim, mau de mais para ser verdade!
Torna-se cada vez mais urgente que se tomem medidas eficazes que evitem males maiores. A única equipa que está abaixo de nós na tabela classificativa (Académica de Coimbra) foi a Vila do Conde, para a Taça de Portugal, impor-se por 2-0. Não serve isto também de sério aviso para o futuro do meu Beira-Mar?
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