O BEIRA-MAR EM ACÇÃO
Não foi fácil, não senhor, a vitória na Lourinhã. Entendo perfeitamente a análise feita desta forma, tão simples e directa. Assim como, valha a verdade, também não é nada fácil a qualquer equipa grande "passear" frente aos mais pequenos em jogos da Taça de Portugal. E é por este tipo de dificuldades que os jogos da Taça são tão especiais e sempre aguardados. Veja-se, por exemplo, o Gil Vicente. Seria alguém capaz de adivinhar que a Sanjoanense fosse a Barcelos eliminar uma equipa da SuperLiga? São surpresas assim que, na realidade, o povo do futebol gosta de ver.
Estive na Lourinhã a assistir a este embate, a convite do meu querido amigo Evaristo. Frente ao Lourinhanense, o Beira-Mar limitou-se a jogar o suficiente para ganhar. Pronto, nada há mais a dizer. Ainda que a critica tenha dado a entender que o Beira-Mar tenha jogado o mínimo, não nos podemos esquecer, por outro lado, que a equipa técnica fez alinhar, e muito bem, jogadores com poucos minutos de competição. Para mim, o resultado final é sempre o mais importante. E esse diz que o meu clube marcou três golos contra apenas dois do adversário. Sofrimento? Complicado? Renhido? Oh meus amigos!, a verdade é que uma eliminatória já foi ultrapassada. Venha agora o sorteio e que nos calhe, em sorte, um adversário acessível e, de preferência, que o jogo seja disputado no novo Mário Duarte. Será sempre importante que daqui para a frente os grandes se defrontem entre eles.
O Boavista foi o primeiro a ser colocado fora de prova. A sorte é um factor primordial nos jogos a eliminar. Seria muito bom que ficássemos imunes ao azar de defrontar FC Porto, Sporting e/ou Benfica. Tudo o resto sempre é bem mais acessível.
Continuo a afirmar que este ano temos fortes pretensões nesta competição. Em ano de Europeu, nada melhor do que pintar o Jamor de amarelo e preto.


O QUE MAIS GOSTEI
Foram 11 eternos anos envergando essa laboriosa e mágica camisola amarela e preta. Oito passou-os como capitão de jogadores como Nartanga, Abdul, Diego, Garcia, Sidónio, Liberal, Bertino, etc. O jogo entre Lourinhanense e Beira-Mar era o pretexto ideal para lhe fazer uma homenagem franca e singela. No intervalo da partida, os altifalantes soaram o nome de Evaristo. Bem-disposto e comovido, o bom do Evaristo foi até à entrada do túnel de acesso ao relvado receber uma lembrança do Presidente do Beira-Mar. Minutos depois, veio ter comigo. Queria-me confidenciar que o Beira-Mar lhe tinha oferecido uma camisola e um galhardete. Quem estava a meu lado disse-me que o Evaristo tinha os olhos a brilhar. Compreendi-o muito bem. Aquelas recordações foram fortes e sentidas. O meu amigo Evaristo estava igualzinho a uma criança a quem lhe tinha entrega uma prenda.
Meus amigos, este ano tenho vivido emoções fortes. Mas esta de ver o Evaristo tão sensibilizado é algo que jamais esquecerei.


O PRÓXIMO JOGO
Domingo é dia de derbie da região centro. Em Coimbra o meu clube vai medir forças com a Académica. Este é um daqueles jogos que mais aguardamos durante toda uma temporada. Um Académica vs Beira-Mar equipara-se na minha opinião, a um Benfica vs Sporting ou, até mesmo, a um FC Porto vs Boavista.
Sempre que o jogo termina com uma vitória para alguma equipa, os seus sócios e adeptos galvanizam-se perante os adversários. No final e naquele momento, a equipa vencedora é considerada como que a melhor da região centro. É uma verdadeira disputa entre Coimbra e Aveiro.
Para este confronto, o Beira-Mar assume as legítimas aspirações de ganhar o desafio. Nos últimos três anos, por exemplo, só por uma vez jogaram entre si. Tanto na temporada 2000/2001 como na de 2001/2002, os estudantes vaguearam pela segunda divisão. No ano passado, no dia 20 de Outubro, jogou-se a sétima jornada no Municipal de Tábua. Ricardo Sousa abriu o activo aos 17 minutos. Pouco tempo depois, Dário marcou o golo do empate que perdurou até ao final. Queixas para o meu Beira-Mar que aos 80 minutos ficou sem Filipe porque Jacinto Paixão resolver mostrar-lhe o segundo amarelo.
Neste próximo Domingo, estarei no renovado Municipal de Coimbra prontinho para fazer uma festa igualzinha às que fiz em Braga, na Luz e na Lourinhã. Deste tipo de festas não me canso eu.