
Os clubes puros, predominantemente pertença apenas e só dos sócios são uma miragem algo triste e que fazem parte de um passado cada vez mais distante. Falar-se de amor à camisola é, no futebol moderno, sinónimo de um discurso bacoco que já não lembra a ninguém. Hoje em dia, o que está na moda são as SAD`s, os capitais, investimentos em activos, redução do passivo, etc. Linguagem financeira porque o dinheiro, em todos os sectores da nossa sociedade, é cada vez mais quem mais ordena.
O Beira-Mar, com Mano Nunes e já com Artur Filipe, também passou a jogar neste campo financeiro. A SAD, felizmente, não é uma realidade no clube. Provavelmente, pensarão alguns que o melhor seria escrever «ainda não uma realidade».
O último ano de Mano Nunes trouxe a primeira parceria financeira com uma entidade estrangeira. Na altura, insurgi-me veementemente contra essa parceria. Fui sempre contra e tentei explicar porquê. Em resumo, não queria que estrangeiros mandassem como queriam, com as notas à vista, no meu clube. O resultado final foi desastroso: descemos de divisão.
Agora, foi a vez de Artur Filipe fazer algo parecida. Não é o Stellar Group, mas a Inverfutbol. Já tive a oportunidade de, neste mesmo espaço, dizer que também sou contra esta parceria. Pela mesmíssima razão que apontei à recusa de Mano Nunes/Stellar Group.
Não importa, de momento, questionar e fazer tempestade sobre a entrada da Inverfutbol no Beira-Mar. Tudo tem o seu tempo e as oportunidades, com toda a naturalidade deste mundo, surgirão. Aprendi isso com a dupla Mano Nunes/Stellar Group.
Importa, isso sim, ajudar o Beira-Mar. Não com dinheiro, parcerias, SAD, capitais e outras coisas que tais. Mas sim com o melhor activo que o clube tem. O apoio. O apoio dos sócios e adeptos. Esta é a nossa verdadeira razão de existência. Enquanto sócios e adeptos do Beira-Mar devemos estar com o clube nas horas boas (festejos por subidas e títulos) mas, sobretudo, nas horas menos boas. Contra a Académica de Coimbra a nossa presença nas bancadas do municipal de Aveiro é importante. Não podemos ser mais uns, mas devemos ser os uns adicionais à conquista dos três pontos.
A justiça, neste embate com a Académica, tem que prevalecer. Porque nós temos o orgulho de dizer, a quem nos quiser ouvir, que o nosso presidente não tem o seu nome envolvido em esquemas nada claros. O nome de Artur Filipe, como o do seu antecessor, Mano Nunes, é um nome respeitado e que muito honra o clube. Esquemas que envolvam a justiça, a polícia, etc. não fazem parte deste clube. Do lado da Académica de Coimbra, isso já não é assim. Nos jornais, de quando em vez, lá vem o nome do seu presidente referindo investigações em curso. Nisso estamos em vantagem. No campo, porque é justo que assim seja, também iremos estar em vantagem. Será, efectivamente, justo que assim seja.
Já agora, a terminar, faço um apelo. Aos blogues, que orgulhosamente fazem parte do mundo beiramarense, para que incitem os sócios e adeptos a marcarem presença no Estádio durante o jogo. Eles, do de Coimbra, vêm com a ideia de uma «invasão». Saibamo-lo recebe-los e, no final, façamos a festa acenando-lhes com lenços brancos e um largo sorriso estampado no rosto sinónimo da vitória final.