sexta-feira, maio 28, 2004

PORQUE SOU DO BEIRA-MAR?
Compreendam o quanto se torna difícil explicar qual o motivo ou quais os motivos que me levam a ser fiel ao Beira-Mar. É o mesmo que perguntar a uma pessoa se gosta mais do pai ou da mãe. Racionalmente, não há justificação que explique porque sou do Beira-Mar. Dizer que sou do Beira-Mar porque sou de Aveiro é limitando. Não posso, nem devo fazê-lo porque fora de Aveiro também existem muitos e bons beiramarenses.
Mesmo assim, atrevo-me a dar uma explicação. É a minha explicação e nada mais do que isso.
Ser do Beira-Mar é sentir uma felicidade interior enorme que me leva a pensar no clube quase 24 horas por dia; é querer conhecer a instituição por dentro e por fora; é defender a colectividade contras as injustiças e maldades que se nos deparam quase diariamente. Mas ser do Beira-Mar também significa sofrer. E como se sofre! Ou porque um atleta se lesiona; ou porque o clube perde um jogo; ou porque uma época inteira se torna num verdadeiro pesadelo. O sofrimento é penoso e, por vezes, insuportável. Nestas horas só uma consolação me resta: ouvir o hino do clube e relembrar os dias de glória tão frequentes nestes 82 anos de vida.
E porque são as glórias que nos alimentam o ego, o meu clube faz-me sentir orgulhoso dos seus feitos. A conquista da Taça Ribeiro dos Reis, da Taça de Portugal; as subidas de divisão desde a terceira nacional até ao escalão maior do nosso futebol; os feitos incontornáveis das modalidades amadoras como o basquetebol, o andebol, o hóquei em patins, o judo, o boxe ou até a ginástica. Este é um clube verdadeiramente eclético que representa Aveiro e Portugal de forma elevada e respeitada. Esta é uma instituição de utilidade pública porque promove junto da população o saudável hábito de praticar desporto.
Eu sou do Beira-Mar e sou feliz.

terça-feira, maio 25, 2004

OS SEIS OVOS (DUROS) DE MICK WADSWORTH
A vinda do novo treinador inglês para o Beira-Mar acarreta, por si só, alguns riscos previamente assumidos. Quem os assumiu logo na apresentação de Mick Wadsworth foi o presidente do clube, Mano Nunes. Esta equipa técnica, liderada pelo inglês, é uma clara aposta pessoal de Mano Nunes que, segundo se depreende das suas próprias palavras, assumiria todos os riscos inerentes ao sucesso ou fracasso de Mick Wadsworth e seus pares.
No entanto, e na minha mera opinião pessoal, o ex-seleccionador Nacional do Congo também não está, porque não pode, isento de alguns riscos e trabalhos que ou o engrandecem ou o vergam ao fracasso total. Vejamos:
1. Esquecer António Sousa
Mick Wadsworth viverá sempre com o estigma do seu antecessor. Porquê? Pela simples, mas importantíssima, razão de que os sócios e adeptos do Sport Clube Beira-Mar nutriam, e ainda nutrem, um carinho especial pelo carismático treinador português. Foram anos seguidos à frente do futebol profissional do Beira-Mar que fizeram de António Sousa um homem marcante e com obra feita neste clube aveirense já implantado na divisão maior do nosso futebol. Mick Wadsworth só tem uma solução: fazer melhor, já nesta temporada, que António Sousa. Se não o fizer, a aposta em si foi perdida. As primeiras jornadas da temporada de 2004/2005 serão, certamente, decisivas quanto ao futuro do inglês em Aveiro.
2. Provar ser o treinador ideal
Não me esqueço que Mano Nunes disse, certo dia, que o seu treinador seria José Peseiro. O dinheiro não abunda para contratar o ainda treinador-adjunto do Real Madrid. A escolha acabou por cair em Mick Wadsworth. Ora, sabendo que no mercado nacional existem treinadores com provas já dadas de serem de "boa cepa", veja-se, por exemplo, que o Belenenses foi buscar Carlos Carvalhal, um técnico na linha de José Mourinho; Augusto Inácio, campeão nacional pelo Sporting, continua desempregado; Jesualdo Ferreira parece contrariado em Braga; Nelo Vingada está receptivo a propostas, veremos, num futuro muito próximo, até que ponto Wadsworth é o treinador ideal para um Beira-Mar que deve projectar-se, agora mais que nunca, nos lugares cimeiros da classificação.
3. Fortalecer o balneário
Julgo que não será segredo para ninguém que o final de época foi penoso tanto para jogadores como para adeptos. A justificação só pode ser uma: desunião dentro do balneário. A público vieram testemunhos de ex-atletas que referiram a indisciplina como motivo para a péssima segunda volta. A Mick Wadsworth exige-se unir e fortalecer um balneário avesso a pacificação. Conseguirá Wadsworth provocar um milagre desde há muito desejável?
4. Demonstrar respeito e gosto pelo clube/cidade
Estamos habituados, e bem, a um ex-técnico que tinha e tem no seu coração tanto o Beira-Mar como a própria cidade de Aveiro. Sempre afável e disponível, António Sousa deixou uma imagem de simpatia e carinho na maior parte dos beiramarenses e aveirenses. O que não estamos nada à espera é de um novo treinador sisudo, carrancudo e contrário à simpatia. A Mick Wadsworth cabe demonstrar que tudo fará para gostar do clube, da cidade e das pessoas. Isso é muito importante. Provavelmente, mais importante que os próprios resultados.
5. Stellar Group
Julgo que ninguém conhece em que termos concretos está estabelecido esse até aqui secreto protocolo entre o Beira-Mar e a Stellar Group. Uma coisa parece ser certa: este treinador foi indicado pela Stellar Group. Se o sucesso existir nos resultados da equipa, muita gente nem quererá saber que tipo de protocolo foi assinado.
6. Colocar o Beira-Mar nos 10 primeiros
No final da próxima temporada, o Beira-Mar terá que obter uma classificação melhor que António Sousa obteve enquanto treinador principal da equipa auri-negra. A fasquia está no 10.º lugar. Mas sabendo que Mick Wadsworth já colaborou com Sir Bobby Robson, já trabalhou na Selecção Inglesa, julgo que será demasiado frustrante ficar numa modesta 10.ª posição. Para mim, a fasquia é outra: acabar a época nos seis primeiros. Mais: preparar uma equipa ainda mais competitiva e ambiciosa para os próximos anos apostando na prata da casa.
O que nos reservará Mick Wadsworth e seus adjuntos? Uma grande surpresa, ou uma grande decepção? Por tudo isto, a não perder a próxima temporada!

terça-feira, maio 11, 2004

HORA DE REFLEXÕES
1. O Beira-Mar despediu-se da presente época oficial com uma pesada, mas justa no meu entendimento, derrota frente ao modesto Gil Vicente. Nada de alarmante se compararmos a segunda volta, realizada pela equipa, com a primeira etapa do calendário. Afinal de contas, a manutenção - objectivo primordial - já havia sido praticamente alcançada no dealbar da segunda metade da competição. Ainda assim, julgo que os atletas poderiam ter feito um pouco mais em Barcelos e terminarem, desse modo, o campeonato com um resultado bem mais adequado àquilo que foram as pretensões mais ambiciosas da equipa no decorrer da competição. Mas também admito que em clima de festa e com a manutenção não totalmente assegurada, seria muito difícil algum clube bater o Gil Vicente.
Resta-nos o supremo consolo de não termos vivido uma temporada tão angustiante como foi o ano transacto.
2. Por falar em consolo: quem pode esquecer as vitórias na inauguração de nova Luz, nos Municipais de Braga e Coimbra, nas espantosas exibições conseguidas em casa frente ao Estrela da Amadora, Paços de Ferreira, União de Leiria, Belenenses, Moreirense, ou em pleno Alvalade XXI? Quem se atreve a não dar mérito ao desempenho desta mesma equipa, liderada por um grande senhor chamado António Sousa, durante grande parte deste campeonato? Porque que raio teremos nós que dar valor às insignificâncias e aos maus períodos se há bem pouco tempo atrás éramos considerados como uma das melhores equipas portuguesas? Não nego que fizemos uma segunda parte do campeonato degradante. É verdade! Mas sabem uma coisa? Estou-me completamente borrifando para isso. Bem pior que nós estão Alverca, Paços de Ferreira e Estrela da Amadora, assim como todos os restantes clubes que ficaram atrás de nós na tabela classificativa. Caso ainda não tenham reparado, actualmente somos a 11.ª melhor equipa nacional. Isto quando olhamos para a classificação final. Porque na prática, estaremos, certamente, entre as quatro, cinco melhores equipas. Sabendo que em Portugal existem muitas outras formações, sinto-me extremamente feliz.
3. Perdoem-me estar a escrever sobre o mesmo mas não me conformo com esta nova pareceria com a Stellar Group. Tenho um mau pressentimento que este acordo internacional vai ser extremamente prejudicial para o Beira-Mar. Ainda ninguém ousou explicar aos sócios e adeptos em que termos se desenrolam o protocolo; ninguém sabe que reais contrapartidas irão surgir em prol do Beira-Mar. E depois, meus amigos, é este treinador que não augura nada de bom. Já percorri vários sítios na Internet e muito pouca coisa foi dita em abono do inglês. Espero e desejo estar enganado. Desejo fortemente que o inglês faça um bom trabalho e me leve, no futuro, a tecer-lhe rasgados elogios. Mas para já, para já, meus amigos, estou muito desconfiado.
Falta, sem margem para dúvidas, diálogo da parte da direcção para explicar todos os contornos desta nova parceria. Só assim, presumo eu, se podem dissipar estas malditas dúvidas que assaltam o imaginário de todos nós. E depois, vem-me sempre à memória o terrível desfecho do Farense. Que raio de sorte a minha que não durmo descansado.
4. "Last, but not least". Um último parágrafo para prestar a devida homenagem ao meu treinador de sempre: António Sousa. Habituei-me a ver este homem a dirigir eficazmente o meu clube nas últimas temporadas. Este foi o treinador que deu um forte contributo no estabilizar do Beira-Mar na SuperLiga; deu um enorme contributo na melhoria nacional do clube fazendo-o ser respeitando em todo lado. Sinto-me extremamente triste com a sua partida. E se querem que vos diga, já tenho muitas saudades de António Sousa. Para mim, será sempre o treinador ideal do Beira-Mar.
Entre muitas outras coisas, recordo a forma como Sousa recebeu a salva de prata oferecida pela claque oficial do Beira-Mar em Barcelos. Os seus olhos ficaram cheios de água tal era a emoção como foi homenageado. Uma ligação tão duradoura e profícua não pode acabar de um momento para o outro. António Sousa sai. Por pouco tempo. Qualquer dia está de volta. Vão ver que tenho razão!

O fim em beleza mais do que merecido
1.Referi, no meu último artigo, que os jogadores do Beira-Mar deveriam aplicar-se um bocadinho mais no querer e na afirmação para levarem de vencida o Moreirense. Afinal, em causa estava o último desafio de Sousa, enquanto nosso treinador, em casa e a despedida do plantel perante os associados e simpatizantes. E a verdade é que a aplicação de todos os jogadores revelou-se bem mais profunda do que em jogos anteriores. Desse modo, tudo acabou em bem: a vitória foi alcançada e António Sousa ficará com mais uma ligação para todo o sempre em relação ao Beira-Mar. Foi o primeiro treinador a vencer no novo Municipal de Aveiro. Sem dúvida alguma, um feito que lhe fica muitíssimo bem.
2.Um ponto destinado única e exclusivamente a dois atletas do meu clube: Fusco e Ribeiro. Numa altura em que se fala, a toda a hora, sobre a nova parceria entre o Beira-Mar e a Stellar Group será importante, senão determinante, que estes dois jogadores e capitães permaneçam no clube. São, digamos assim, o garante da mística auri-negra dentro do balneário que é, como se sabe, o local sagrado de uma equipa de futebol profissional. Se a situação contratual de Ribeiro garante a sua continuidade no plantel, já Fusco vê o seu contrato expirar no final da corrente temporada. Deve ser, por isso mesmo, apressada a renovação do seu contrato.
3.Para terminar esta já longa temporada, o conjunto aurinegro desloca-se, no próximo Domingo, a Barcelos onde vai medir forças com o Gil Vicente. Esta pode revelar-se, na verdade, uma boa oportunidade para se ajustar umas contas com a turma de Luís Campos. Recordo que foi ao Gil Vicente que coube a honra de estrear o nosso novo estádio, impondo uma desoladora igualdade a uma bola. Torna-se, por isso mesmo, importante desfazer as dúvidas sobre qual será, na verdade, o melhor conjunto. Eu tenho a certeza que o Beira-Mar é bem superior ao Gil Vicente. Mas como existe muita gente a pensar o contrário, seria conveniente arrancar uma vitória em Barcelos e mostrar, de facto, quem é melhor. Aliás, o 10.º lugar ainda é possível de ser conquistado. Basta que a equipa tenha ambição no relvado e jogue direccionada para a baliza contrária. Se assim for, é certo e sabido que a vitória será certa.
4. Aproveito este espaço para informar os meus fiéis leitores que disponho, on-line, de um blog onde estão a ser colocados todos os meus artigos de opinião que fiz publicar no Diário de Aveiro durante esta temporada de 2003/2004. O sítio ainda não está acabado. Alguns pormenores vão ser melhorados, nomeadamente com a inclusão de espaço para entrevistas que já fiz a elementos do Beira-Mar e outras que venha a fazer. Podem aceder ao meu blog através do seguinte endereço: http://sergioloureiro.pt.vu. Está prevista, para daqui alguns dias, a possibilidade dos cibernautas comentarem os meus textos. É uma forma importante de eu melhorar a minha escrita.

ÚLTIMO JOGO: VÁRIOS SIGNIFICADOS
1.O Beira-Mar actua pela última vez, nesta época de 2003/2004, no seu estádio perante o seu fiel público. Um estádio, aliás, que tem sido envolto numa verdadeira novela. Quase única, no panorama português. Julgo que não será importante estar a descrever ao pormenor toda a problemática que envolveu a ida, em definitivo, do nosso Beira-Mar para o novo Municipal Mário Duarte. Aliás, e sobre este assunto, mantenho a mesma opinião de que jamais deveríamos ter saído, esta época, do velhinho Mário Duarte. Enfim, O importante, nesta altura, é reflectir um pouco sobre os oito jogos oficiais que o Beira-Mar já disputou no novo estádio. Desde Janeiro, altura em que recebemos o Gil Vicente, a equipa aveirense somou cinco empates frente a Gil Vicente (0-0); Marítimo (2-2); Rio Ave (1-1); Académica (0-0) e FC Porto (0-0) e três derrotas diante de Braga (0-2); Sporting (0-2) e Benfica (0-1). Ou seja, estamos perante a possibilidade de nesta temporada não conseguirmos alcançar a tão almejada quanto desejava vitória de estreia.
Estou, apesar disso, convencido que será desta. Diante do Moreirense, aliás clube que deu início à nossa queda vertiginosa por força da derrota por três bolas a uma, que o Beira-Mar irá quebrar o enguiço e voltar às vitórias. Já é mais do que tempo para que isso aconteça.
2. Domingo será, muito provavelmente e infelizmente, o último jogo do nosso actual treinador à frente do clube que ajudou a erigir. Foram oito temporadas seguidas em que António Sousa soube tão bem comandar a nossa equipa. Um fenómeno quase raro no nosso futebol. Também este jogo pode e deve tomar a forma de uma despedida bonita e dignificante para o nosso eterno técnico. Ele bem merece uma saída honrosa em forma de vitória frente ao Moreirense. Aos atletas que vão estar em campo, peço-lhes que transportem um pouco mais de vontade e permitam aos seu treinador viver mais um dia de glória. Vou estar presente, nas bancadas, e quero guardar este dia para todo o sempre. Quero relembrá-lo como o dia em que António Sousa disse simplesmente "até já" ao seu clube de sempre.
Para que conste, durante esta semana recebi alguns telefonemas de beiramarenses anónimos transmitindo os parabéns à minha pessoa pelas prosas que redijo em prol do Beira-Mar e de António Sousa. É dignificante e prestigiante saber que não estou sozinho; é dignificante e bonito tomar conhecimento que António Sousa goza, efectivamente, de um grande prestígio junto das pessoas de Aveiro. O meu também muito obrigado!
3.Abro aqui um ponto especial dirigido à direcção do Beira-Mar. Eu não quero acreditar que uma relação tão duradoura e tão pacífica aos olhos de todos deixe de o ser de um momento para o outro. Não foi há tanto tempo quanto isso que foi este treinador, este mesmo António Sousa, que esteve presente numa célebre Assembleia-geral do clube apelando, ainda que indirectamente, aos sócio para votar na lista que hoje dirige os destinos do nosso clube. António Sousa serviu, como todos devem saber, de bandeira a um projecto encabeçado por Mano Nunes. Toda os órgãos sociais do meu Beira-Mar devem prestar uma justa homenagem a António Sousa já nesta jornada, diante de todos os beiramarenses. Só assim eu acredito num clube sério e eternamente agradecido.
4. O Beira-Mar e a Stellar Group assinaram um protocolo. Entendo esta parceria como um projecto de forma a dar uma dimensão ainda maior ao nosso clube. Eu quero acreditar que este protocolo seja, de facto, benéfico para a grande instituição que é o Sport Clube Beira-Mar. Mas, se me permitem, gostaria de lembrar um outro clube que viveu uma situação idêntica ao nosso Beira-Mar. Passou-se com o Sporting Clube de Farense. Na altura, o clube algarvio assinou um protocolo com grupo espanhol; mudou de treinador prescindindo do certo e já ambientando Paco Fortes; hoje, é um sério candidato à descida à terceira (?) divisão. Longe de mim servir de ave agoirenta. Mas que estas coisas dão que pensar, lá isso dão!

A IMAGEM DE UM TREINADOR
1. Aceita-se, pacificamente, que o Beira-Mar voltou a jogar mal na Madeira. Julgo que já não é novidade para quem quer que seja que este Beira-Mar é uma autêntica sombra, no sentido negativo, daquilo que foi na primeira volta. Julgo, também, que se torna exaustivo vir para a comunicação social e estar sempre a escrever sobre o mesmo. Dá-nos claramente a sensação que não sabemos fazer outra coisa que não seja dizer que o Beira-Mar esteve mal neste jogo, esteve mal naquele jogo, etc., etc. A verdade, essa, é fácil de explicar. Embarcámos num sonho bonito de viver que foi o de julgarmos que esta seria uma época fora do normal. Ou seja, sonhamos com uma ida às competições europeias. Eu pecador me confesso. Também alinhei nessa fantasia bonita e de uma dimensão celestial. Resultado: voltando à realidade, custa muito acordar do sonho.
Mesmo assim, acredito perfeitamente que a história sobre o que realmente se passou no interior do balneário da equipa ainda não foi transmitido para o exterior. E se querem que vos diga, se algo se grave se passou, é bom que isso seja explicado aos sócios do clube. Afinal de contas, o Beira-Mar somos nós. Não pertence a ninguém em particular: pertence a quem paga religiosamente as quotas ao fim do mês; a quem sofre com os desaires do clube; a quem não perde uma oportunidade que seja para ir ver o Beira-Mar actuar, suportando enormes sacrifícios. Nós, simples e anónimos sócios e adeptos, temos o direito, mais do que ninguém, de saber toda e só toda a verdade.
2. Tenho para mim que este Beira-Mar da segunda volta é a completa antítese da grande valia do ainda nosso actual treinador. E por falar em treinador, noto, nos jogos a que tenho a oportunidade de assistir, que no banco de suplentes não está o mesmo António Sousa que eu estou acostumado a ver. No banco a orientar a equipa está um treinador abatido, triste, desiludido e amargurado. Aquele é, também, o contrário do grande Sousa, jogador de futebol de créditos firmados, que passeou pelos relvados a magia de um centro-campista de grande classe; um jogador que ganhou títulos nacionais e internacionais ao serviço do Futebol Clube do Porto; um jogador que marcou um inesquecível e estupendo golo frente à Juventus de Boniek e companhia na final da Taça das Taças. Um senhor que soube conquistar um estatuto respeitável no futebol português e que tem lugar em qualquer equipa do mundo. Foi este homem que guiou o meu clube para caminhos de perfeito sossego e o estabilizou na divisão maior do nosso futebol; foi também este treinador que no célebre e inesquecível dia 19 de Junho de 1999 soube conduzir o Beira-Mar à conquista da Taça de Portugal. Um feito notável, construído com base numa equipa que apenas e só lutava para não descer de divisão e que vivia com um parco orçamento em relação aos directos opositores na primeira divisão. Confesso, hoje e aqui, que muito do meu fraterno sentimento em relação ao Beira-Mar se deve à imagem de António Sousa. Nesta hora de amargura só posso estar ao lado de António Sousa. Aconteça o que acontecer; haja o que houver; venha quem viver, António Sousa será sempre o meu treinador de eleição. O futuro certamente lhe tem reservado um lugar especial no Beira-Mar.
3. As opiniões são contraditórias. O possível novo treinador do Beira-Mar anda nas bocas de toda a gente. Os palpites sucedem-se à velocidade da luz. Será o inglês de nome difícil?; será Peseiro tão do agrado do presidente do Beira-Mar? Ao certo, certo ninguém sabe quem virá orientar a equipa auri-negra na próxima temporada. Eu tenho o meu favorito. Querem saber qual é? A suceder a António Sousa... só mesmo o próprio António Sousa. É que como diria o outro: "o que hoje é verdade, amanhã é mentira". E se assim for, quem sai a ganhar só pode ser o meu Sport Clube Beira-Mar.

EXIGIMOS RESPEITO
1.No mínimo, aquilo que nós fieis sócios e adeptos do Beira-Mar exigimos é respeito. Respeito pelo nosso sofrimento em acompanhar a equipa para onde quer que ela vá; respeito por todos aqueles que anseiam pela hora do jogo colocados em frente ao televisor na esperança de assistirem a um jogo de qualidade; respeito por todos os sócios que mês após mês pagam a sua quota ajudando, desse modo, no equilibrar das contas do clube. E o que se vê? Vêem-se 11 homens a correrem atrás do adversário sem se preocuparem, minimamente que seja, em recuperar a bonita imagem que mostraram ao País durante a primeira volta. Mas porquê? Porque é que de um momento para o outro a equipa deixou de praticar bom futebol? Deixou, pura e simplesmente, de espalhar alegria e magia no bom futebol que praticou durante semanas a fio. Existe algum problema? Julgo que nós, sócio, temos o direito de saber o que se passa e exigimos uma explicação. Isto não é, definitivamente, normal! Algo de errado se passa no plantel do Beira-Mar. Atrevo-me a dizer que dou alvíssaras a quem me contar a verdade sobre o que realmente se passa.
2.O regresso de Lisboa, após o último degradante e humilhante jogo do meu clube, foi, como se calcula, penoso. Não consigo, de forma alguma, esquecer o inglório jogo a que tinha acabado de assistir. A minha preocupação, naquele momento, era chegar o mais rapidamente possível a casa e deitar-me para parar de me lembrar do jogo.
Para todos os meus amigos leitores, digo-vos que na segunda-feira saí de Aveiro por volta das 15 h 30m. A esperança era, como devem calcular, enorme em puder assistir finalmente a uma exibição digna do Beira-Mar. Mas logo na viagem uma pequena contrariedade surgiu. O autocarro teve um problema mecânico pelo que tivemos que ficar retidos na estação de serviço da Mealhada durante cerca de uma hora e meia. Após a mudança de transporte, lá fomos nós rumo a Belém. Chegados ao estádio, já com cerca de um quarto de hora de jogo, ouvimos, ainda do lado de fora, os festejos da massa associativa e adepta do Belenenses a comemorarem o primeiro golo. O meu pensamento foi imediato: "bem, lá vamos nós servir de gaiatos e ajudar outra equipa a conquistar mais uma preciosa vitória".
Mesmo assim, mantive a esperança inicial. Acontece, porém, que com o decorrer do jogo e assistindo ao arrastar em campo por parte dos jogadores do meu Beira-Mar, logo percebi que no bornal de regresso iria carregar com o fardo pesado de uma nova derrota. E assim foi! O Beira-Mar contribuiu para um dos mais desprestigiantes jogos deste campeonato. Tem sido assim. A segunda volta, infelizmente, tem-nos mostrado um Beira-Mar amorfo, apático, infeliz, miserável e sem qualquer respeito pelos seus inúmeros adeptos. Até quando, meu Deus?
3.O próximo desafio é frente ao FC Porto. Para alguns, será frente ao todo poderoso fêcêpê. Para mim, será uma outra equipa da SuperLiga que terá, certamente, a honra e o prazer de actuar no bonito Estádio Municipal Mário Duarte. De repente, gostaria de saber o que vai na cabeça dos jogadores ao saberem que irão defrontar o actual primeiro classificado e, possivelmente, bi-campeão nacional. É que se este Beira-Mar não sabe ganhar há mais de dois meses, creio que não será agora que o vai conseguir. Mas se ao menos dessem uma outra imagem, uma imagem de uma equipa que corre, que joga em busca da vitória, que soa e dignifica as laboriosas camisolas amarelas e pretas, que mostra respeito pelo público que assiste ao jogo, então, se assim fosse, eu ficaria orgulhoso de todos eles. Agora, um Beira-Mar igualzinho ao que actuou nos últimos meses, não obrigado!
4. A auto-proclamada demissão de António Sousa do cargo de treinador do meu clube apanhou-me completamente de surpresa. Nunca escondi de ninguém a minha admiração por António Sousa. Ainda que esteja profundamente sentido com as últimas exibições do Beira-Mar, continuo a considerar o nosso actual técnico como o melhor treinador português da actualidade. E só esse facto tem dado um enorme prestígio ao meu Beira-Mar. Recordo-me, perfeitamente, do momento em que Sousa entrou para o clube. Éramos uma equipa adiada, que não tinha qualquer espírito competitivo e sempre eterna candidata à descida de divisão. O tempo serviu como muito bom conselheiro. António Sousa foi construindo um conjunto à sua semelhança e hoje somos, sem margem para dúvidas, como uma das seis melhores formações nacionais. Entramos em qualquer estádio com o claro objectivo de ganhar o jogo. Só assim se justifica o facto de andarmos descontentes com as últimas exibições. Por isso mesmo, curvo-me perante António Sousa e deixo aqui toda a minha mágoa e tristeza pela sua saída. Uma saída pela porta grande com a plena certeza de que sendo esta a sua casa o esperamos muito em breve. Por tudo de muito bom que fez pela instituição Sport Clube Beira-Mar agradeço-lhe, amigo Sousa, do fundo do meu coração. Invejo a sorte do clube que o acolher no futuro.
5. Com a saída, repito pela porta grande, de António Sousa, julgo que a próxima tarefa a breve prazo será a escolha do seu sucessor. E neste caso concreto, até mesmo Sousa tem uma palavra a dizer. Porque ele deve dar, abem do clube, a sua ideia sobre o seu sucessor. A direcção tem que o ouvir, bem como todos os sócios e adeptos. A escolha deve ser criterioso porque o nosso clube não deve servir de experiência para um qualquer. E como gostaria imenso de saber a opinião de todos os beiramarenses, coloco à disposição o meu endereço electrónico para que me digam quem gostariam de ver a orientar o Beira-Mar a partir da próxima época. Enviem uma mensagem para lsergio@portugalmail.pt que eu brevemente darei conta das vossas preferências.

Pura falta de ambição
1.A conferência de imprensa promovida pelos capitães do Beira-Mar não teve efeitos práticos no jogo frente à nossa rival de sempre, Académica de Coimbra. Afinal, a equipa continua desmotivada, apática e sem o fulgor - ai que saudades! - da primeira volta.
O resultado final de 0-0 espelha muitíssimo bem aquilo que se passou ao longo dos 90 penosos e intermináveis minutos. Ainda que da nossa parte tivéssemos a equipa bastante desfalcada, só o facto de jogarmos em casa perante o nosso público deveria servir como estímulo importante para a conquista da vitória final.
E é assim que nos vamos arrastando para o final do campeonato: sem ambição, sem objectivos práticos que nos motivem a assistir a qualquer partida do Beira-Mar. Desta maneira, torna-se bastante difícil fazer os inevitáveis sacrifícios em acompanharmos o clube aquando das suas deslocações.
Poderão alguns alertar-me para o facto de equipas como o Moreirense, União de Leiria e/ou Gil Vicente estarem na mesma situação que o Beira-Mar. Mas esses, ao menos, têm o precioso estímulo de melhorarem a classificação desde o início da temporada. Ao contrário de nós que já este ano fomos subindo de expectativas - primeiro era top-ten, depois a qualificação para a Taça UEFA - agora demos um valente passo atrás e só nos resta segurar, com muita dificuldade, o lugar entre os 10 primeiros da SuperLiga. E esse é, seguramente, um objectivo nada estimulante.
2.Parece um tema lesa-estabilidade quando se fala em problemas de balneário. Eu, sinceramente, não sei o que se passa dentro do balneário do meu clube. Também não sou ninguém para ter o privilégio (ou não) em saber o que lá se passa. De qualquer modo, sou, entre muitos, que acredita perfeitamente que nada está tão perfeito quanto antes. Deixemos de brincar às escondidas. A crise de resultados é só uma consequência da instabilidade que se passa no Beira-Mar. Desde que rebentou a outra crise - neste caso, a directiva - o Beira-Mar, infelizmente, decresceu de produção efectiva de jogo. A verdade, nua e crua, é que os jogadores como que se dividiram. Parece-me, visto do lado de fora, que a separá-los não está a língua, mas sim um oceano que se chama atlântico. Para bom entendedor, meia palavra basta! E sendo tudo isto verdade, até prova em contrário, acredito nesta tese muito pessoal. Julgo também que estaremos perante uma tremenda falta de respeito para com os sócios e adeptos. Deslocamo-nos aos jogos levados ao engano.
3. Deste modo, segunda-feira vou ser enganado. Porque tendo intenção de me deslocar a Lisboa, para assistir ao vivo ao encontro Belenenses vs Beira-Mar, parece que já sei, de antemão, o que me espera. Uma nova derrota da minha equipa conjugada com uma angustiante viagem de regresso a Aveiro. Pelo meio, estou mesmo a ver, uma paragem numa estação de serviço qualquer. As mesmas caras de sempre, o mesmo desconsolo estampado no rosto de cada um e o pensamento comum "se soubesse, tinha ficado em casa". Tem sido sempre assim: o mesmo filme já várias vezes rodado, mormente nos regressos de Moreira de Cónegos, Paços de Ferreira, Leiria e Guimarães.

Os capitães de Março
1.A atitude assumida, no dia 30 de Março, pelos três capitães do Sport Clube Beira-Mar, Fusco, Ribeiro e Filipe, pareceu-me a mais correcta. Os três atletas do clube monopolizaram uma conferência de imprensa para sossegarem os sócios e adeptos quanto a um possível mal-estar no seio do grupo.
Afinal de contas, a "montanha pariu um rato". Ou seja, segundo os capitães respira-se confiança e tranquilidade entre todos os elementos que constituem o grupo de trabalho do Beira-Mar.
Colocando-me, como prezo ser, na posição de mero sócio e adepto deste grandioso clube, julgo que o importante nem é tanto saber se existem ou não problemas internos no clube. Aquilo que a nós sócios e adeptos nos custa realmente aceitar são as recentes derrotas que o clube sofreu nos últimos seis jogos consecutivos. Não é nada fácil entender porque é que depois de uma primeira volta a todos os títulos notável, chegamos a esta altura e vemos o Beira-Mar funcionar como uma verdadeira "vitamina" para os clubes que estão em crise. Isso é que é a realidade!
Perdoem-me os atletas e equipa técnica, mas toda esta fase negativa que está a custar imenso passar pode, legitimamente, levantar toda e qualquer dúvida. Ninguém pode levar a mal que meros sócios e adeptos, jornalistas e simpatizantes questionem até que ponto o grupo está unido. Quero, sinceramente, acreditar que esta crise é passageira; que o que está em falta são meros resultados positivos; que as jornadas que faltam irão ser encaradas como verdadeiras finais. Porque se assim não for, então, na verdade, algo vai mal no Beira-Mar.
2. O recente jogo realizado em Guimarães foi a verdadeira antítese daquilo que o Beira-Mar já nos habituou esta época. Eu, que estive presente em Guimarães, senti-me verdadeiramente humilhado perante os adeptos da casa. Se eu tivesse o condão de adivinhar aquilo que se iria passar, não tinha feito o sacrifício de me deslocar à cidade-berço. O Beira-Mar foi uma autêntica nulidade em campo. Alturas houve, ainda na primeira parte, que desejei que o jogo tivesse o seu terminus o mais rápido possível. Para se ter uma ideia daquilo que nós adeptos passamos, basta referir que, por exemplo, a claque Ultra Auri-Negros passou todos os segundos 45 minutos num silêncio arrepiante. Dir-me-ão, alguns, que o meu clube esteve numa tarde-não. A realidade é que temos vindo a assistir a consequentes e intermináveis tardes-noites-não.
3.O próximo jogo frente à nossa rival de sempre, Académica de Coimbra, encerra um facto especial. Pode funcionar este desafio como o ponto de viragem do Beira-Mar em relação ao resto do campeonato. Tal como os capitães referiram na recente conferência de imprensa, os bons resultados irão surgir já no Domingo diante dos da formação coimbrã. Bem, outra coisa não se pode esperar. Que não se atrevam de na nossa própria casa fazerem-nos passar uma vergonha semelhante à ocorrida em Guimarães. Jogos contra a Académica são sempre especiais. Afinal, o que está em causa é a liderança da região centro.
Duas notas a reter para este próximo embate: a) será que vamos ter o prazer de assistir à nossa primeira vitória em casa. Julgo que já é mais do que tempo; b) conseguiremos numa só temporada vencer por duas vezes os estudantes de Coimbra?
Marcarei presença, no próximo Domingo, no novo Estádio Municipal Mário Duarte para fazer parte de uma das mais bonitas páginas do futebol beiramarense.

Nota do colunista
Quase todo o plantel do Sport Clube Beira-Mar já teve a sua oportunidade de jogar alguns minutos na corrente edição da SuperLiga. Julgo que em falta só estará aquele que hierarquicamente é o jogador número um do meu clube. Trata-se do capitão de equipa e centro-campista Fusco. Sabendo de antemão que Sandro se encontra com alguns problemas físicos e Kata está disciplinarmente impedido de dar o seu contributo à equipa no próximo Domingo, será que é desta que Fusco vai ter a sua tão merecida oportunidade.
Sou dos poucos que ainda vou observar alguns dos treinos do Beira-Mar e vejo o constante máximo empenho de Fusco em todos os exercícios. Reparo que nem convocado tem sido. Afinal, se não se trata de qualquer problema pessoal entre treinador/jogador, qual o verdadeiro motivo para a contínua ausência de Fusco?
Se queremos fazer um resto de campeonato tranquilos com a certeza da permanência na divisão maior do nosso futebol, está mais do que na altura do meu amigo António Sousa colocar o Fusco no onze inicial.

Do mal o menos. A derrota, bem sei, carrega em si mesma uma carga negativa muito difícil de ultrapassar para todos os que dignem ser adeptos do Beira-Mar. Acontece que no recente jogo frente ao grande Benfica, a equipa beiramarense deixou um claro sinal de que o mau tempo está prestes a passar. Parece-me que vamos voltar a sorrir fruto de futuras conquistas de vitórias aliadas a boas exibições.
Sabe-se de antemão que as camisolas e as recentes exibições não vencem jogos. É preciso dar tudo o que se tem para vencer as partidas de futebol. Se formos a ver, os verdadeiros adeptos do Beira-Mar têm desempenhado o seu papel o melhor que podem e sabem. Dão o seu contributo à equipa, quer ela jogue em casa ou fora de portas. Até ao último desafio frente ao Benfica, o que temos vindo a assistir, por parte de alguns jogadores, é um claro abaixamento de forma, uma desmotivação incompreensível e um alheamento confrangedor relativamente às incidências do jogo.
Se me permitem, abro aqui um breve parêntesis para exprimir a minha opinião sobre as recentes escolhas do nosso treinador. E faço-o porque me julgo com todo e direito e legitimidade para discordar de algumas decisões tomadas. Afinal de contas, desde a primeira hora que tenho defendido António Sousa contra todas as opiniões contrárias à sua permanência no clube. Vejamos: na primeira volta, o Beira-Mar realizou o campeonato que realizou tendo recebido elogios de todos os quadrantes. Raras foram as vezes em que a equipa vacilou ou deu mostras de querer abrandar o ritmo diabólico que tão bem a caracterizou. Para esta segunda volta, onde até agora só averbamos o fraco pecúlio de seis pontos, António Sousa e seus pares resolveram mexer na equipa. Até aqui tudo bem! Qual não foi o meu espanto, e de muitos outros, ao verificar que o lado onde procedeu às alterações - neste caso o direito - foi claramente onde jamais o deveria fazer. Ou seja, no caso concreto do capitão Ribeiro. Enquanto íamos ganhando, o Ribeiro servia. Alturas houve em que foi sacrificado para médio direito; depois de termos perdido o fôlego, o Ribeiro já não serve. Ideia claramente errada. Não é preciso ser um grande entendido na matéria para exigir o regresso imediato de Ribeiro ao onze titular, para a sua posição natural. Já agora, coloco a seguinte questão: se o objectivo "Europa" deixou de o ser, não estará na altura de colocar o Fusco a jogar uma vez que seja na actual edição da SuperLiga?
Sinto, mesmo assim, que o Beira-Mar ainda tem uma palavra importante a dizer no actual campeonato. Afinal, não somos pessoas de baixar os braços e atirar a toalha ao chão.
Duas palavras finais para alguns sócios do Beira-Mar, que fazendo valer tal estatuto adquiriram ingressos para apoiar o Benfica. Meus caros, o Benfica, de tão grande que é, certamente não precisaria de ir buscar adeptos à equipa adversária. Vamos apoiar o nosso Beira-Mar que precisa mais de nós do que os ditos grandes.

O QUE MAIS GOSTEI
Foram 21.901 pessoas que assistiram, em directo e ao vivo, a último Beira-Mar vs Benfica. O novo Estádio estava cheio. Confesso que esperava ainda mais público. Mas assim, também não está mal. Ainda que a nós beiramarenses dava a sensação de estarmos a jogar em casa alheia, gostei de ver as bancadas bem compostas para um jogo que, lembre-se, teve honras de transmissão televisiva em directo. Mas aquilo que ambiciono um dia ver, são as bancadas completamente lotadas para apoiar apenas e só o meu Beira-Mar. Será possível?

O PRÓXIMO JOGO
Parece difícil de acreditar mas o Guimarães vive mesmo momentos de pura aflição. Nós, sócios e adeptos do Beira-Mar, sabemos bem o que custa viver com a corda no pescoço. Jamais nos iremos esquecer das agruras vividas na última temporada. Mas, e embora sabendo que não vivemos bem como o mal dos outros, os vitorianos que se preocupem com eles próprios que nós cá nos vamos safando.
Domingo próximo viajamos até à terra de Dom Afonso Henriques. O nosso objectivo passa, em primeiro lugar, por fazer um bom jogo sem pressões nem ambições descontroladas. Sabemos que iremos encontrar pela frente uma equipa que vive recheada de problemas internos a todos os níveis. Se o Beira-Mar tiver cabeça suficiente, saberá tirar o melhor partido da instabilidade vitoriana. Não descuro a vitória do meu clube. Poderá, claramente, funcionar como uma alavanca de regresso às vitórias.
A ver vamos!

Esqueçamos que somos candidatos a um lugar na Taça UEFA da próxima temporada. Esqueçamos que esse foi um objectivo assumido pelo nosso treinador com o firme aval do nosso presidente da direcção. Já reparámos que os jogadores não têm estofo para lutarem por tão ambicioso e digno objectivo. É pena, porque também nós, simples adeptos julgávamos que o nosso Beira-Mar poderia fazer tão bonito brilharete. E só de pensar que já este ano estivemos em quarto lugar, a jogar bom futebol e a conquistar tão brilhantes vitórias custa, e de que maneira, voltar à triste realidade de sermos apenas e só uma equipa que já fez o que tinha a fazer: alcançar a permanência no escalão maior do nosso futebol.
A verdade é que este plantel, afinal, só teve pernas para uma primeira volta de grande qualidade. A partir dai, o relaxamento foi geral. Coloco a questão: terão receio do sucesso? Não conseguirão imaginar a actuar numa grande competição internacional?
O que temos vindo a assistir são exibições confrangedoras, tanto em casa como fora de portas. Se até algum tempo fui admitindo que a culpa seria do relvado novo, então com a deficiente exibição em Leiria convenci-me que não! A culpa não pode ser imputada apenas e só ao novo relvado do novo Mário Duarte. A culpa é, em grande parte, dos jogadores que não têm sabido assumirem-se como uma verdadeira equipa que quando entra em campo o faz com espírito vencedor e que se assume superior ao adversário que tem pela frente.
Valha-nos que estamos a salvo da descida de divisão. Se assim não fosse, meu Deus poderia parecer que estava a viver uma época igualzinha à do ano passado.
Mesmo assim, ainda dou algum benefício de dúvida aos jogadores. O que é nos reservará a próxima jornada frente… ao Benfica?

O QUE MAIS GOSTEI
A visita ao novel estádio da União de Leiria, SAD proporcionou-nos visitar o santuário de Fátima. Um local tranquilo, silencioso que nos faz meditar sobre o passado e prepararmo-nos para o futuro. Gostei de lá ter estado e ter agradecido à Nossa Senhora todos os momentos bons que tanto eu, como as outras pessoas, tenho vivido. Aproveitei também para rezar pelos que padeceram no crime hediondo de Madrid. Quando ficamos tristes com situações banais como uma simples derrota da nossa equipa de futebol, esquecemos que neste mundo existem tantas pessoas a sofrerem, vítimas de crimes mas também da fome, frio e agruras que vão surgindo quando menos se espera.

A PRÓXIMA JORNADA
Relembrar a inauguração oficial do novo Estádio da Luz
No próximo Domingo vamos ter mais um jogo grande em Aveiro. Depois de termos recebido o Sporting, chegou a vez de ser o Benfica a visitar o nosso estádio. O próximo Beira-Mar vs Benfica é, na minha opinião, um dos encontros mais fáceis que os jogadores do meu clube podem ter. Repare-se que a pressão da conquista dos três pontos está toda ela do lado dos lisboetas. Eles é que têm que fazer pela vida para ver se conseguem, ou não, chegar perto do Sporting na luta por um acesso à Liga dos Campeões do próximo ano. Nós, por outro lado, já fizemos quase tudo o que tínhamos a fazer esta época. Eu digo quase tudo porque até final do campeonato os jogadores devem continuar ainda mais a honrar a camisola amarela e preta que orgulhosamente envergam todos os fins-de-semana. Porque quanto a objectivos parece que mentalmente já não aspiramos a mais nada. Infelizmente! Ou será que aspiramos a algo mais?

Afinal, o que é que valemos?
A questão que dá título a esta crónica não tem nada a ver com o último jogo que disputamos. Sabíamos de antemão que seria extremamente difícil bater o pé ao Sporting. Para mais, e já com o decorrer, todos nós reparámos que a equipa leonina teve, de facto, a sorte do jogo do seu lado. Ninguém imaginaria que logo aos 10 minutos o conjunto de Alvalade tivesse uma vantagem tão dilatada quanto confortável de dois golos. Mesmo assim, e isso é que é de salientar, gostei da atitude assumida pelos meus jogadores que, não se deixando abater, foram em busca do primeiro golo que lhes pudesse dar alento para uma possível reviravolta. Não o conseguimos, mas demos boas indicações de que o futuro é risonho e tranquilo.
Como nota dessa última jornada, gostaria de dar os meus mais sinceros parabéns a um jogador que poucas vezes tenho referenciado nos meus artigos, que é o Areias. Um lateral-esquerdo moderno, com poder de finta e de choque, que não se amedronta seja qual for o adversário. Dá gosto ver Miguel Areias actuar. Um activo valioso que o Sport Clube Beira-Mar tem no seu plantel. Parabéns, Areias!
Centremos, desde já, as notas atenções para o futuro. E o futuro é já Domingo em mais um derbie da zona centro. Julgo que esse vai o ser jogo mais importante da época. E é aos jogadores que cabe, então, dar a resposta à pergunta que coloquei em título para este texto. Afinal, o que vale este Beira-Mar? É que ter feito uma primeira volta brilhante, galanteadora e elogioso não chega . Foi bom, é certo, deixou cada aveirense com o seu orgulho bem alto. Mas isso é pouco. Agora, as pessoas recomeçam a ver o Beira-Mar como uma equipa simpática que não mete medo a nada nem a ninguém. Será isso verdade? Terá sido pura sorte as vitórias conquistadas em Braga, Coimbra, Luz, etc.? Terá sido mero "fogo-de-vista" as exibições de encher o olho realizadas em casa frente ao Estrela da Amadora, Paços de Ferreira e em Alvalade? Quero crer que em Leiria os atletas que defendem a laboriosa camisola preta e amarela saberão dar a resposta mais adequada e certa a todas estas questões e dúvidas que se levantam.

O que mais gostei
Ter visto o meu clube perder um jogo, poderá dificultar a escolha de algo que nos tenha tocado pela positiva. Frente ao Sporting houve coisas bonitas que me deixaram contente. Desde logo a exibição do Beira-Mar que, mesmo a perder, não virou a cara a luta. Poderia ter acontecido no nosso novo Estádio uma goleada à antiga. Mas não! O Beira-Mar soube manter a postura, mesmo a perder desde muito cedo por 0-2, e deu trabalho à defesa leonina. Polga e Beto tiveram que provar o porquê de serem considerados como uma das melhores duplas de centrais do nosso campeonato. Mas, se me permitem, gostaria de elogiar, uma vez mais, a intervenção da claque do Beira-Mar. Os Ultras Auri-Negros presentearam-nos com mais um conjunto de frases que nos deixam sossegados quanto ao momento certo que eles utilizam para colocar os pontos nos is. "Um dos orçamentos mais baixos; prejudicados pelas arbitragens; tu mereces mais que a Europa, mereces o Mundo; força Beira!" Não posso estar mais de acordo! Esta vai direitinha para a arrogância do "sistema".

O próximo jogo
Digo-o mais uma vez: o embate frente à União de Leiria vai ser o jogo mais importante desta temporada. Temos mesmo à mão de semear a hipótese de fazermos um resto de campeonato sossegados e sem sobressaltos. A conquista dos três pontos fará com que os responsáveis do Beira-Mar tenham em atenção outras três situações: 1) a manutenção desde já assegurada; 2) a possibilidade de preparar a próxima época com muito tempo pela frente; 3) carregar baterias para a conquista em definitivo de um lugar na Taça UEFA.
Tal como aconteceu em Coimbra, gostaria de pedir aos atletas do meu Beira-Mar que façam o favor de ganhar o jogo e, consequentemente, nos façam sentir como os maiores da região centro. Será possível?

O (El)Mano desnaturado
Que diabo! Agora o sistema também nos quer tramar a vida. Já não chega fazer gato-sapato do Sporting, surge a vez do Beira-Mar. Mas no caso concreto do Beira-Mar, o sistema tem nome e está bem definido. Chama-se Elmano Santos e foi o árbitro (?) do nosso último jogo. Uma actuação a todos os títulos vergonhosa e cúmplice na nossa perca de dois pontos. O objectivo, claro está, é fazer com que o Beira-Mar não chegue a alcançar um lugar nas competições europeias da próxima época. Será que conseguem?
Eu fui um dos cerca de 100 adeptos beiramarenses que se deslocaram, no passado Domingo, à Amadora imbuídos do espírito em ver o clube regressar às vitórias. Aquilo que pudemos assistir foi a um início de jogo bastante animado com os auri-negros a quererem tomar a iniciativa da partida desde o apito inicial. Pura ilusão!
Repare-se que o primeiro golo do Estrela nasce de um claro fora-de-jogo de Miran. Foi, digamos assim, o indicativo daquilo que Elmano estava preparado para fazer.
Reagiu como um grande, a minha equipa. Juninho Petrolina (ora seja bem-vindo ao bom futebol, sr.º Juninho) deu um tamanho pontapé na arrogância de Elmano… perdão, na bola, de fora da área, indo o esférico aninhar-se na baliza de Veiga. Alegria nas hostes beiramarenses, tristeza em Elmano.
Acontece, porém, que a saga de Elmano continuou no segundo tempo. Júlio César, qual artista de circo da era antiga, caiu espalhafatosamente na área do Beira-Mar. Elmano, numa corrida linda digna de dançarino de ballet, apontou de imediato para a marca de grande penalidade. Um lance, diga-se em abono da verdade, seguida de duas faltas não assinaladas a favor do Beira-Mar. No seguimento, Marriot desfeiteou… Elmano. Uma excelente defesa ao penaltie. Pelo meio, já o Estrela tinha chegado à vantagem numa desatenção da defesa (atenção meus senhores, esta não é a primeira nem a segunda vez que a defesa mete água como um barco com casco roto).
O meu Beira-Mar não se intimidou. Procurou, como um gigante, acercar-se da baliza adversária. Juninho fez renascer a esperança na vitória ao empatar o jogo. E já em período de descontos João Paulo falhou escandalosamente aquele que poderia ser o golo da justa e merecida vitória. Nesse momento, foi a vez da tristeza invadir-nos mas, por outro lado, o Elmano da mesma-terra-do-Marítimo-e-do-Nacional ficou com um enorme sorriso na boca(rra). O mesmo sorriso com que se despediu da falange de apoio do Beira-Mar ao dirigir-se para os balneários.
Vamos manter a esperança. Havemos de voltar aos bons velhos tempos, se Deus quiser!
Força Beira. Tu és capaz!

O QUE MAIS GOSTEI
Não há dúvida nenhuma que a actuação de Elmano deixou-nos com os nervos à flor da pele. É óbvio que nem todos somos iguais. Uns reagem com mais calma do que outros. O nosso conhecido Zé do Bombo é daquelas pessoas que, sempre que o Beira-Mar não ganha, considera que a culpa é única e exclusivamente do árbitro. Umas vezes tem razão, outras não. No caso concerto do último Estrela da Amadora / Beira-Mar, o nosso Zé estava cheio de razão. Exaltou-se de tal forma que acabou por se sentir mal. Chegou mesmo a desmaiar. Gostei de observar que, de imediato, a claque dos Ultras Auri-Negros tivesse acompanhado, de perto, a situação do Zé até que ele se sentisse melhor; também o Dr.º Laerte Mota, em serviço junto da equipa, prontificou-se a deslocar-se até junto do Zé e prestar, logo ali na bancada, a primeira assistência. Um gesto bonito e dignificante. Tal e qual como Mano Nunes. O nosso presidente saiu do banco de suplentes para saber em que estado se encontrava o Zé.
Da parte da claque do Estrela da Amadora, que nos presenteou com uma faixa dando-nos as boas-vindas, quis saber do estado de saúde da pessoa que se tinha sentido mal.
Enfim, no futebol ainda há espaço e pessoas com coração de ouro!

O PRÓXIMO JOGO
Jogo grande aquele que vai haver no próximo Sábado, em Aveiro. Frente a frente estarão o oitavo classificado e candidato legítimo à Europa (o meu Beira-Mar) e o actual segundo classificado e candidato ao título de campeão nacional (Sporting Clube de Portugal).
Esta é uma clara oportunidade para que se verifiquem três belíssimas situações: 1) uma enorme afluência de público ao nível do último Portugal/Grécia; 2) um excelente espectáculo entre duas das melhores equipas do futebol português (alguém dúvida?!); 3) a primeira grande vitória do nosso Beira-Mar em casa (estou certo que é desta!)
Meus caros leitores, perder este jogo é sinónimo de perder a oportunidade em assistir a um desafio do mais alto nível.

GALA AURI-NEGRA
A claque organizada do Beira-Mar, os Ultras Auri-Negros, organizou, no passado dia 21 de Fevereiro, a sua primeira gala à qual deram o pomposo nome de "Gala Auri-Negra".
Em termos de gala, propriamente dito, só teve mesmo a eleição das personalidades "auri-negras" do ano. Porque a essência deste encontro-jantar estava no facto de todos eles sentirem o clube como muito poucos o sentem.
Uma iniciativa que juntou muitos dos elementos da fiel claque cujo único ideal continua a ser o Sport Clube Beira-Mar. Não deixa de ser significativo que ao longo do jantar se ouvissem cânticos iguais àqueles que os Ultras entoam tanto no estádio municipal de Aveiro como em todos os campos de futebol onde a equipa aveirense actua.
Porque os Ultras foram os reis e senhores da festa, também entre eles procedeu-se à tal eleição das personalidades. Assim, entre as Ultras foram eleitas as seguintes categorias: Miss auri-negra: Ana Vinagre; Miss Simpatia: Susana Jesus; Miss Fotogenia: Joana Lourenço; Croma: Susana Jesus.
Nos masculinos, os premiados como personalidades nas diversas categorias foram: Miss auri-negro: Nuno Q. Martins; Mr. Simpatia: Nuno Q. Martins; Mr. Fotogenia: Hugo Graça; Cromo: Mike.
Para a categoria de Ultra Auri-Negro "Mascote" foi eleito José Ribeiro, mais conhecido por Zé da Gaita e do Bombo; como Ultra Esponja foi escolhido Hugo Paulo e o Ultra Auri-Negro Carisma foi escolhido, entre os seus pares, Nuno Q. Martins.
Os Núcleos também tiveram o seu momento. Albergaria, Bairrada, Cacia, Capital, Corticeiro, Ílhavo, Gafanha, Girls, Grupo Aveiro, Grupo Roughnecks, Quitas, Rossio, São Jacinto e Vagos marcaram presença com alguns dos seus elementos.
Post Scriptum.: Qualquer semelhança entre a falta de vontade em escrever sobre a recente (não) exibição e derrota do Beira-Mar frente ao ... B... Barcelos... não, frente ao Baltazar. Já sei, frente ao Braga e a descrição em pormenor da Gala Auri-Negra é pura coincidência.

O QUE MAIS GOSTEI
Ao ambiente saudável e divertido juntou-se a participação de elementos de outra claque. Prova viva de que os auri-negros conquistam simpatia e amizade em terrenos alheios, está o facto de que nesta gala estiveram presentes três elementos da claque do Boavista, Panteras Negras. Vieram com o intuito de assistirem ao último jogo do Beira-Mar em casa. Ficaram para o jantar. É certo e sabido que entre as claques não existe um campeonato com pontos ganhos ou perdidos. No entanto, os Ultras Auri-Negros fazem da amizade o seu tipo de jogo preferido.
Um orgulho para dirigentes, equipa técnica, jogadores e associados do Beira-Mar.

O PRÓXIMO JOGO
A próxima iniciativa da claque beiramarense, ao que julgo saber, está marcada para a altura do seu quarto aniversário. São já quatro anos seguidos que o Beira-Mar tem atrás de si um conjunto de rapazes e raparigas que se dedicam, com o inerente esforço quotidiano, a acompanhar a equipa. Seja em que competição for, os Ultras Auri-Negros marcam presença para emprestarem o seu carinho à equipa. Em dias da semana, ao fim-de-semana, à tarde ou à noite eles fazem-se sentir.
Assim, também marcam a diferença porque sabem estar. Se fazem bem, recebem elogios. Se fazem algo de errado, recebem reparos. Mas no fim, sabem humildemente pedir desculpa.
Porque me fazem sentir um Ultra Auri-Negro, permitam que a minha voz se junta à vossa quando cantam aquele refrão que mais gosto: "não te deixo mais, não te deixo mais; quero apoiar o meu Beira-Mar".

DESEJO ASSUMIDO
Começo o meu habitual comentário semanal por saudar e curvar-me pela vontade assumida, tanto pelo treinador como pelo presidente do Sport Clube Beira-Mar, dito a uma só voz (o que para mim reforça a ambição), em lutarem pela conquista de um lugar que dê acesso à Taça UEFA na próxima temporada.
Quero crer que era esta ambição pública que estava em falta para que os jogadores do Beira-Mar se possam libertar de algo inexplicável que os impedia de voltarem a conquistar vitórias não só em casa (ai que saudades!) como fora de portas. Considero, também, que este desejo tornado público ocorreu no momento exacto, em vésperas de recebermos o Sporting Clube de Braga que é, como todos sabem, um dos candidatos à conquista de um lugar na Taça UEFA. A ambição controlada e legitimada não é um defeito. É, isso sim, uma grande virtude de grandes Homens!
Os jogadores, por seu lado, devem entender que os responsáveis pelo clube quiseram, desta forma, transmitir um recado. Um recado de que exibições como aquela que produziram em Paços de Ferreira, não se podem tolerar daqui para a frente. Aquilo que pudemos assistir na jornada anterior, foi a um domínio avassalador do Paços que empurrou o Beira-Mar para junto da grande-área. O 2-0 ao intervalo pecava por ser… escasso.
Depois do descanso, gostei de ver uma outra atitude do meu clube. Mas as diferenças em relação à primeira volta voltaram a verificar-se. Lembro-me perfeitamente que frente ao Benfica também estivemos a perder ao intervalo. No entanto, na segunda parte, e em pleno Estádio da Luz em dia de inauguração oficial, viramos o resultado e vencemos o jogo.
Três ideias finais sobre o último jogam: estreia promissora de Malá, que vindo da segunda divisão B não sentiu qualquer tipo de pressão ou diferença em actuar na competição maior do nosso futebol; as apostas, nomeadamente ao intervalo, de António Sousa fazendo entrar Rui Lima e João Paulo. Revelaram-se acertadas e coerentes com a sua ideia já transmitida de que não gostou da atitude dos jogadores; de quem eu não gostei, e já o disse variadíssimas vezes, é do jogador Wijnhard. Nunca me convenceu. Acho-o demasiado mole a defender e muito trapalhão a atacar. Discute muito com eles sem que eles percebam o que está para ali a dizer. Penso, por isso mesmo, que está mais do que na hora de dar uma oportunidade, na equipa titular, ao brasileiro Wellington.

O QUE MAIS GOSTEI
"Os amigos são para toda a vida. Felicidades Rui Dolores!" Quando uma claque trata desta forma um jogador adversário que já passou pela sua equipa, então temos a esperança bem firme de que o futebol tem, de facto, um futuro risonho ao nível da boa educação e saber estar. Os auri-negros, quando querem, sabem ser educados e demonstram que têm lugar num futebol justo, limpo e coerente. Pena é que por vezes tomem atitudes menos dignificantes. Mas isso, prometo, fica entre eles e a minha pessoa.

O PRÓXIMO JOGO
Ora ai está aquele que me parece ser o jogo da reviravolta em termos exibicionais do Beira-Mar em casa. O adversário é o ideal: joga para ir à UEFA como nós; tem os mesmos pontos que nós; proporciona bons espectáculos e quer redimir-se do desaire sofrido na primeira volta.
Relembro que os jogos disputados entre Beira-Mar e Braga, nomeadamente em Aveiro, são férteis em muitos golos. Se não, repare-se: época 2000/2001: 3-0, com golos de Odair (própria baliza) e Fary (2); época 2001/2002: 4-2, com golos de Fary (2), Lobão, Geraldo, Barroso e Barata; época 2002/2003: 2-2, com golos de Fary (2) e Wender (2).
Prevê-se um excelente encontro de futebol. Prevejo, igualmente, uma grande vitória do Beira-Mar.

NÃO PODEMOS ADORMECER EM CASA
Isto de jogar no novo estádio começa, de facto, a ser horrível e inquietante. Está a custar imenso vencer o primeiro jogo naquele que deveria ser o palco dos sonhos de todos os beiramarenses.
Frente ao Rio Ave o meu clube voltou a jogar… mal. Ainda se fosse eu a proclamar tal ideia isolado, poder-se-ia pensar que estaria a ser anti-beiramarense. Acontece que lendo algumas crónicas escritas, por quem sabe, sobre as exibições do Beira-Mar em casa, todas, repito, todas elas convergem numa ideia comum: o Beira-Mar tem-se dado mal nos jogos realizados em Aveiro. Falta, de momento, saber o porquê.
Vamos lá ver uma coisa. Ou o relvado é tratado como deve ser, de modo a que não só os atletas da casa como os de fora pratiquem um jogo agradável, ou então toma-se a coragem presidencial e regressamos de malas e bagagens para o velhinho Mário Duarte.
Durante esta semana que terminou, tenho falado com sócios mais antigos e que comentam entre eles, todos os dias, sobre a carreira do Beira-Mar. Também neles há claramente um pensamento comum. Se os jogos que realizámos no novo estádio tivessem sido realizados no antigo, nesta altura o clube estaria, seguramente, com mais seis pontos. Assim, não conseguimos fugir à concorrência.
Quero, contudo e atendendo à negra série de empates na nossa própria casa, que começa a haver uma certa melhoria na atitude dos jogadores. Diante do Rio Ave, mesmo não tendo jogado ao seu melhor nível, o Beira-Mar, pela primeira vez, conseguiu marcar primeiro que o adversário. Agora, só falta mesmo saber segurar a vantagem e, necessariamente, aumentá-la.
Referência para as palavras do nosso treinador quando refere que os sócios e adeptos não podem exigir o campeonato à equipa. Bem sei que isso é impossível, pelo menos este ano. Mas gostaria de transmitir ao meu amigo António Sousa, que eu continuo a considerar como o melhor técnico português, que aquilo que nós, sócios e adeptos, gostaríamos de ver, ou melhor de volta a ver, era o Beira-Mar que há bem pouco tempo nos deliciou, mormente durante grande parte da primeira volta. Não nos sai, de maneira nenhuma, do pensamento as exibições de gala produzidas em casa frente às seguintes equipas: Paços de Ferreira, Estrela da Amadora, Belenenses, Nacional da Madeira e União de Leiria. Fora de portas, frente a: Braga, Sporting, Benfica e Académica de Coimbra. Nestes exemplos que acabem de mencionar, em 27 pontos possíveis fizemos 24. Desde que começou a segunda volta, em 12 amealhamos apenas cinco pontos.
É preciso e urgente começar a arrepiar caminho. Estamos habituados às vitórias e boas exibições. Queremos de volta essas alegrias.

O QUE MAIS GOSTEI
Seria deselegante e estaria a enganar os meus leitores, relativamente aos meus sentimentos, se não mencionasse a formidável homenagem que a claque do Beira-Mar prestou ao aniversariante Ribeiro. Segundo sei, o próprio jogador ficou impressionado e feliz com o cantar a uma só voz de todo o público, do tradicional "parabéns a você". Ele merece todo o nosso carinho.
Esta atitude demonstra e vinca a harmonia perfeita que existe entre os sócios e os jogadores e técnicos do Beira-Mar.
Estou certo que muitas coisas boas ainda estão para acontecer.

O PRÓXIMO JOGO
Finalmente vamos todos poder rever o sempre eterno beiramarense Rui Dolores. Estive com ele há poucos dias. Tive, por isso, a oportunidade de testemunhar o quanto o Rui sente e gosta do Beira-Mar. Para o confortar, fiz questão de lhe dizer que o futuro dele passa pelo nosso clube. Disse-o, com convicção.
Mesmo estando o nosso Rui Dolores do outro lado da barricada, espero e desejo uma grande vitória da minha equipa.
Olhando para as estatísticas, reparo que o Beira-Mar nas últimas três temporadas obteve um empate e duas derrotas. Esta época, o Paços de Ferreira não está tão forte e, inclusivamente, tem-se apresentado algo amorfo e bastante permeável em todos os sectores de jogo. É, por isso mesmo, uma grande oportunidade de vencer na Mata Real.
Em vésperas de recebermos o Braga, seria extremamente importante mantermos a vantagem pontual sobre os minhotos.
Desloco-me a Paços de Ferreira para festejar uma vitória.
Já agora: terça-feira, se Deus quiser, festejo mais um aniversário. Não querem os jogadores do Beira-Mar presentearem-me, ainda que mais cedo, relativamente ao dia 17 de Fevereiro, com uma vitória?

quinta-feira, maio 06, 2004

O BEIRA-MAR EM ACÇÃO
SORTE?! É PRECISO É SABER PROCURÁ-LA
Enfim, lá regressamos às vitórias. Foi preciso chegarmos a Fevereiro para obtermos a primeira vitória do ano. Mesmo assim, saúde-se porque não foi um triunfo qualquer. Foi o triunfo do querer, da abnegação e algo mais que adiante tentarei explicar.
Saliente-se, também, que esta foi mais uma vitória fora de portas. Num campo difícil onde FC Porto e Sporting também venceram e também pela vantagem mínima. O Alverca é uma daquelas equipas "chatas" que nunca vira a cara à luta e procura jogar em rápidos contra-ataques. No entanto, gostei de ver o Beira-Mar a actuar de forma segura, precavido para qualquer eventualidade e com mentalidade vencedora. Há quem tenha dito que a equipa teve a sorte do jogo. Pode até ser, mas convém reconhecer, também, que para ter sorte é preciso saber procurá-la e demonstrar que a merece. E esses ingredientes, meus caros, estiveram sempre presentes nos jogadores beiramarenses. Acredito que este tenha sido o triunfo iniciador para o regresso a novas vitórias. Para consolidarmos, porque não, o quarto lugar que tão fica ao meu clube.
Três notas soltas relativas a este Alverca / Beira-Mar. Em primeira lugar, e cumprindo a promessa de explicar o que se ganhou mais na deslocação à Alverca, o Beira-Mar provou que mesmo jogando sem a "vedeta" Juninho Petrolina também sabe vencer. E isso é muito importante. Uma equipa de futebol não pode depender de apenas um só jogador. O colectivo vale mais que as "vedetas". Gostei!
Em segundo lugar, a segurança do inglês Marriot. A par do também internacional Zeman, o Beira-Mar acertou em cheio nas contratações europeias. Estou plenamente convencido de que mantendo a estrutura base da equipa, o clube pode, a partir da próxima época, começar a assumir-se como candidato a muito mais do que a simples permanência. Nota final para Ladeira. Uma estreia positiva. Convém que o jovem jogador não revele peneiras de jogador porque ainda não o é. Muito caminho tem ainda para percorrer. Provavelmente, muitos minutos tem para passar no banco. Com o tempo pode vir a ser uma referência do Sport Clube Beira-Mar. Para já, tem a sorte do seu lado: um balneário amigo e unido e um grande treinador!
Que chegue bem depressa Domingo para saborearmos uma nova vitória auri-negra.



O QUE MAIS GOSTEI
Já chateia, na realidade, marcarem-se jogos para a noite de segunda-feira. Parece que os senhores-dos-gabinetes não se lembram que no dia seguinte muitos de nós tem que se levantar cedo para ir trabalhar. Tenho para mim que realizar uma jornada de futebol à segunda-feira, desporto que movimento muita gente, é um verdadeiro atentado ao respeito pelas pessoas. Ainda por cima, a maior parte dos que se deslocaram a Alverca fizeram-no de autocarro tendo chegado a Aveiro muito para além da uma hora da manhã. Mesmo assim, e sabendo da hora tardia a que chegariam, fizeram-se ao caminho. Isto prova, de facto, que gostam muito, mas mesmo muito de um clube cada vez maior e que já merece o respeito dos tais senhores-dos-gabinetes



O PRÓXIMO JOGO
De novo o Rio Ave. Esta será a terceira vez que iremos defrontar a turma de Vila do Conde. Até à data, já experimentamos a amargura do empate e da derrota. Falta o outro sabor. O doce. O sabor da vitória. Não se pense, porém, que será fácil. É preciso ter muito cuidado com a equipa de Carlos Brito que está a jogar muito melhor que no início de época. Mesmo assim e porque se nota uma certa melhoria no Beira-Mar, outra coisa não se espera que a vitória. Faço um claro apelo ao público para que se desloque, no próximo Domingo, ao novo Estádio do Beira-Mar. Pode até ser que quem lá for faça parte de uma nova história bonita do Beira-Mar: o jogo da primeira vitória no novo Estádio. Se Deus quiser, eu vou lá estar. E você?


O BEIRA-MAR EM ACÇÃO
E depois da bonança?
Começamos mal o novo ano de 2004. Ninguém esperaria tão desastrada prestação do meu cube num campo onde até nem é nada difícil levar pontos. Um desconsolo, uma tristeza e tanta raiva nesta viagem a Moreira de Cónegos. Confesso o meu desalento. De repente, para mim, o castelo de felicidade desmoronou-se. E estava eu a viver um clima de paz, de felicidade e alegria. Será que acabou o tempo de bonança? E a seguir, o que virá?
A verdade é que durante esses fatídicos 90 minutos o Beira-Mar esteve desconcentrado, perro, apático e pouco esclarecido. Falhando, logo de início, oportunidades de golo claríssimas para jogadores de tão boa qualidade. A atitude, para o segundo tempo, começou por ser razoável com a marcação do golo que nos permitiu reduzir para um animador 1-2. O pior viria depois. Ainda hoje me questiono que raio deu no Zeman para protagonizar aquele erro infantil, imaturo, atrapalhado e indesculpável? Afinal andamos a brincar com as pessoas, ou quê? Tenho eu utilizado este espaço tantas e tantas vezes para defender os jogadores e recebo como moeda de troca estas autênticas punhaladas nas costas? Bem sei que nenhuma equipa é invencível, agora perder assim custa muito! Frente a este Moreirense, perdoem-me mas não desculpo esta derrota!
Para complicar ainda mais a situação do Beira-Mar, afinal sempre vão haver saídas de jogadores. Onde é que eu já ouvi e li que ninguém saia nem entrava antes do final da época? O primeiro, porque não sei se único, é o Rui Dolores que viaja para o Paços de Ferreira. Razão tinha o outro quando afirmava que o que hoje é verdade, amanhã é mentira! Ou muito me engano, ou o Beira-Mar assume uma verdadeira e inquebrável força psicológica para aguentar todo este clima destabilizador que se começa a criar ou, então, vai o clube cair por ai abaixo na tabela classificativa. A ver vamos!
Comentário ainda para a forma selvática, arruaceira, foleira e descabida com que a polícia de intervenção agrediu alguns elementos da claque auri-negra. Se queriam demonstrar que sabem lidar com os adeptos, falharam redondamente. Se, pelo contrário, quiseram mostrar que pela polícia em nada estamos preparados para organizar o Campeonato da Europa deste ano, acertaram em cheio.
Forças de intervenção como os que vi em alguns elementos no jogo Moreirense vs Beira-Mar, não obrigado!



O PRÓXIMO JOGO
Esperemos que o Beira-Mar frente ao Gil Vicente seja o reencontro com as vitórias e as boas exibições. Outra forma não deve ser de esperar. Como o embate só se realiza na próxima segunda-feira, muito tempo há para o preparar.
Fazendo um apelo à memória, depressa chegamos ao último Beira-Mar vs Gil Vicente. A época estava a chegar ao seu final, o nosso sofrimento, esse, era uma constante. Foi no dia 18-Maio-2003. Uma recepção, uma goleada: 5-0 aos galos de Barcelos e sorrisos nas hostes beiramarenses. Ricardo Sousa bisou, Ivo fez um autogolo, Fary "molhou a sopa" e Carlinhos fechou a contagem.
É com este jogo e este resultado, mas também com uma das mais brilhantes exibições da minha equipa, que vou segunda-feira ao estádio na esperança de voltar a festejar uma nova vitória.
Força Beira-Mar!



O QUE MAIS GOSTEI
Por uma polícia capaz de defender os cidadãos nos estádios de futebol com dignidade, postura e que ofereça segurança (afinal, tudo o que deve ser nesta classe); por estar totalmente solidário com os auri-negros vítimas de alguns selvagens e que a consequente queixa que apresentaram resulte em conclusões válidas, apresento o resto deste caixilho em branco clamando por paz, segurança e respeito pelo próximo.

O BEIRA-MAR EM ACÇÃO
Não começou nada bem a estreia naquele que poderá vir a ser o nosso lar, doce lar. Para já, o sabor amargo teima em não passar no nosso paladar beiramarense. Bem vistas as coisas, provavelmente andámos enganados sobre as reais ambições do nosso Beira-Mar. A manutenção ainda é o nosso principal objectivo. Sonhar com um lugar de acesso nas competições europeias ainda não nos é permitido.
Mas, vamos a factos concretos. A novela que se desenrolou sobre a ida definitiva do meu clube para o SEU estádio envolveu, no mínimo, pormenores algo caricatos. Pormenores que tiveram como único prejudicado o próprio clube. E aqui convém abrir um breve parênteses para referir, ou se me permitirem para chamar a atenção, que a actual bandeira de Aveiro e da própria região Centro é, indiscutivelmente, o Beira-Mar. E muita sorte deve ter a região em que só um clube lhe pode dar tanta projecção como o Beira-Mar, de facto, pode. Julgo, na minha modesta opinião, que o Beira-Mar não está a ser aproveitado da melhor maneira. Existe algo, que muitos sabem mas ninguém o diz, ou assume, que impede uma maior projecção tanto do Beira-Mar como de Aveiro.
Certo, certo meus amigos é que um dia, que prevejo não muito distante, este assunto, que envolveu a deslocação do clube para o novo estádio, irá ser esclarecida junto da opinião pública. E então, ai sim, saberemos a quem pedir justificações.
O recente Beira-Mar vs Gil Vicente teve lugar nesta novela. O Beira-Mar não é o mesmo do início da época. Aquela equipa que surpreendeu tudo e todos com vitórias em Braga, Luz e Coimbra não é o mesmo que se viu na segunda-feira. E o que se viu foi um conjunto de jogadores esforçados e com vontade, é certo, mas também com muita falta de inspiração. Jogaram mais, mas isso em nada mostrou que se tenha jogado melhor que o adversário. Tanto assim que para muitos, mas tristemente o confesso, também para mim o empate afinal acaba por ser… justo! Reclame-se paz, serenidade e respeito. Isso sim. Alguém está a falhar, não respeitando o Sport Clube Beira-Mar, com já 81 anos de história.
Devemos, contudo e em abono da justiça e da verdade, reconhecer que não devemos pedir mais a um clube que, em termos de orçamento é dos mais baixos desta exigente SuperLiga. Afinal, aquilo que se exige é que para o campeonato do próximo ano o Beira-Mar volte a participar no escalão principal. E esse desiderato está praticamente assegurado. O resto, que será sempre por acréscimo, virá com a humildade, o trabalho, a dedicação, o empenho e o suor. Mas também nós, simples sócios e adeptos, temos o dever de estar à altura desta grande e dignificante instituição.


O QUE MAIS GOSTEI
O empate em casa frente ao Gil Vicente e em dia de inauguração da própria casa não é, de facto, um bom resultado. Aquilo que o Beira-Mar queria era oferecer aos sócios uma vitória e relançar a equipa na perseguição do quarto lugar. A equipa técnica, liderada por António Sousa, apostou forte em virar o resultado. Primeiro saíram Filipe e Levato aos 53 minutos; depois foi Ribeiro a dar o seu lugar a Wellington, à passagem do minuto 71. Um conjunto virado para o ataque diante de uma equipa cada vez mais remetida à sua defesa. A recompensa viria à entrada para o último quarto de hora. Um golo, o do empate, que fazia renascer a esperança da conquista dos três pontos. Desde sempre que desejo ver o meu clube jogar assim: virada para o ataque pondo em sentido o adversário.


O PRÓXIMO JOGO
A próxima jornada é novamente em casa. O Marítimo é o primeiro adversário da segunda volta. A primeira derrota averbada, neste campeonato, pelos auri-negros deu-se logo na jornada inaugural precisamente no caldeirão dos Barreiros. Mas, as últimas três épocas, em encontros realizados no já saudoso velhinho Mário Duarte, mostram um Beira-Mar bem mais forte que o Marítimo. Senão repare-se: em 2000/2001, os aveirenses venceram por 2-0 (Fary, aos 32m; Gambôa, aos 56m); em 2001/2002, nova vitória pelos mesmos números (Fary, aos 37 e 44m). Na temporada transacta, na última jornada, uma feliz vitória por 1-0 (Fary, 49m) selou a manutenção.
Venha de lá esse jogo e quebremos o enguiço dos empates no novo estádio sempre pelo mesmo resultado de 1-1 (Portugal/Grécia; Beira-Mar/Ossasuna e Beira-Mar/Gil Vicente).


O BEIRA-MAR EM ACÇÃO
Olhar em frente

Dois jogos, duas derrotas! Este é o pecúlio de uma equipa cujos últimos resultados e exibições não deixavam antever tal quadro. Ou seja, o Beira-Mar, de um momento para o outro, como que ficou aquém das expectativas, direi eu altas, criadas à sua volta.
Vamos por partes. Comecemos pelo primeiro resultado negativo. Ao fim de cinco jornadas seguidas, a equipa aveirense reconheceu o amargo sabor da derrota. Foram 450 minutos de jogos, para a SuperLiga, sempre facturar pontos, boas exibições e elogios. Mas do mal, o menos. Valha-nos a honra de não nos termos soçobrado frente a qualquer equipa. Diante de nós estava o todo-poderoso FC Porto. Em pleno estádio das Antas.
Mesmo assim, gostei, sinceramente, daquilo que vi. Um Beira-Mar desinibido, corajoso, que procurou, acima de tudo, ser acutilante e proporcionou mais um bonito espectáculo de futebol. Tivemos azar, é certo! Repare-se que o primeiro golo azul-e-branco nasce de um pontapé de canto mal assinalado. Deveria ser pontapé de baliza a nosso favor. Dez minutos de jogo, e o nosso avançado faz auto-golo. O 2-0 aconteceu só aos 78 minutos. Mourinho, habituado a vitórias confortáveis, pula num ápice para comemorar o golo. Sinal de quê? Nervosismo, pois claro. Do outro lado estava única equipa capaz de lhe fazer frente. No final, o treinador portista voltou a ser igual a si próprio. Presunçoso, arrogante e nada humilde para com o seu opositor. Por muito bom treinador que seja, ficava-lhe bem reconhecer que o Beira-Mar, a espaços, foi muito melhor que o seu Porto. Eu estive lá, e tal como muitos outros vimos isso mesmo. Enfim, atitudes que ficam bem com quem as pratica.
Quarta-feira, voltou a festa da Taça de Portugal. Tinha, francamente, um forte pressentimento que poderíamos chegar longe nesta competição. Mas eis que no melhor pano cai a nódoa. Culpa dos jogadores e equipa técnica? Nem pensar nisso! Se me permitem, as culpas vão direitinhas para quem teve a infeliz, anormal e prejudicial ideia de realizar o "foleiro", pindérico e triste Beira-Mar-Osasuna. Muito mais que escrever sobre esse pouco conseguido Rio-Ave vs Beira-Mar, devemos, isso sim, questionar o porquê do Beira-Mar fazer o frete de estar frente à segunda-equipa-orientada-pelo-adjunto-do-Osasuna. Meus amigos, onde é que estava a cabeça dos que decidiram brincar com os aveirenses e beiramarenses. Decorreu tudo tão mal, mas tão mal mesmo que: - o Pedro Miguel Ramos disse, erradamente, duas vezes que o Beira-Mar tinha 27 pontos no campeonato; a Marisa Cruz é um flop na apresentação; o contador de anedotas usou e abusou nas asneiras com crianças nas bancadas; o Roberto Leal rebaptizou o presidente do Beira-Mar chamando-lhe de Mário Nunes; os atletas de formação do Beira-Mar deveriam desfilar no relvado e não serem colocados - qual malfeitores - isolados numa bancada; o jogo começou às 22h 10m impróprio para uma equipa profissional que Domingo ia às Antas e na quarta-feira jogava a continuidade na Taça. Para não castigar mais a organização, fico por aqui. Salvou-se neste espectáculo (?) os ultras auri-negros. Parabéns Nuno Martins. Envergonhaste a dupla de apresentadores que prestou um mau serviço ao nosso clube. Mas se a claque ganhou algum cachet (que deveria ser em dinheiro vivo, como se consta ter sido para a dupla de apresentadores) então valeu a pena apanharem tanto frio. Se nada ganharam, peço perdão do que vou escrever, mas vocês foram usados à boa maneira da escravatura.
Adiante. O importante mesmo é levantar a cabeça. Regozijar-mos por saber que a postura, a atitude e a humildade certamente irão voltar a ser apanágio deste Beira-Mar que muito honra e dignifica a população e cidade de Aveiro.



O QUE MAIS GOSTEI
Depois de duas derrotas poder-se-à pensar que se torna difícil escolher algo de positivo. Elucido desde já que não! Acompanhar o Beira-Mar é ter a certeza que coisas boas nos acontecem. Retiro do contexto destas duas viagens ao norte aquela que proporcionou voltar pela segunda vez a Vila do Conde. Ao contrário de todas as outras vezes, a deslocação operou-se em viaturas próprias. A mim coube-me a honra de viajar no carro do Nuno Martins. E o que mais me impressionou foi ter verificado que entre os elementos da claque ultra auri-negros existe uma preocupação fraternal. O telemóvel tocou variadíssimas vezes para saber se estava tudo bem, se não havia problemas na viagem, a que distância estávamos do estádio, enfim, tudo questões que se prendiam com a segurança de todos. Muito mais que ser o imprescindível 12.º jogador do clube que nos une, está o facto de entre eles existir uma união verdadeiramente familiar. Um exemplo para muitas famílias!



O PRÓXIMO JOGO
Não temos gratas recordações daquilo que foi o último Beira-Mar vs Nacional da Madeira. Um tal de Serginho marcou dois golos nesse jogo disputado no dia 22 de Setembro do ano passado e que, à passagem da quarta jornada, nos deixou apreensivos face ao futuro. Tudo correu mal nesse encontro. Até Fary foi expulso aos 84 minutos quando tudo tentamos para chegar ao golo. É tempo, pois então, de corrigir os erros desse maldito jogo e retomar, ao mesmo tempo, o caminho das vitórias que tão bem sabemos este ano. Frente a este Nacional algo irregular estou certo que o meu clube dará mais um passo em frente em direcção a uma temporada que certamente irá ficar na história do clube.

O BEIRA-MAR EM ACÇÃO
Atitude demolidora
Um verdadeiro festival na arte de bem jogar futebol, foi aquilo a que tivemos oportunidade de assistir no embate que opôs, frente-a-frente, Beira-Mar e Belenenses. Julgo, até, que a equipa de Belém nunca levou um "banho de bola" como na passada Segunda-feira. E isto, meus amigos, foi produzido por um Beira-Mar cada vez mais senhor de si, personalizado e que sabe bem aquilo que quer.
Mal soou o apito para se dar início ao encontro, o Beira-Mar "assaltou", por completo, o último reduto belenense. Sabendo das dificuldades por que passava, a postura azul foi apenas e só jogar a favor do tempo. Segurar o nulo era o melhor que lhe podia acontecer. Para tal, foi utilizado um descabido e patético anti-jogo que teve como expoente máximo o guarda-redes Marco Aurélio.
Conforta-me saber que estamos quase, quase a dobrar a primeira volta e o meu Beira-Mar mantém-se firme e seguro sem vacilar seja contra quem for.
Deste modo, a minha dúvida persiste: até quando esta maravilhosa atitude? Espero e desejo ficar nesta dúvida durante muito e mais bom tempo.
Pena tive que a partir das justas expulsões dos atletas do Belenenses, a formação aveirense tivesse caído um pouco de produção. Se já melhorou, e muito, na postura quando se coloca a vencer - essa postura que tanta falta fez frente ao Vitória de Guimarães - o próximo objectivo deve ser, na minha opinião, o de saber jogar frente a equipas que se vêem reduzidas em jogadores e que se fecham a "sete chaves" na sua defesa. Ainda falta muito campeonato e, claro está, tudo pode acontecer.
Mas enquanto o futuro não chega, vamos saboreando este esplendoroso momento em que acima de nós só estão os crónicos três grandes.
Sabe tão bem viver feliz!



O QUE MAIS GOSTEI
Estava complicado encontrar o caminho da vitória. Os ataques sucediam-se em catadupa: pela esquerda; pela direita, pelo centro do terreno. Mas também através de jogadas colectivas e/ou até mesmo individuais.
O tempo ia passando e a bola teimava em não entrar. Em todos os adeptos presentes, quer fossem afectos ao Beira-Mar como ao Belenenses, pairava a sensação de um desfecho injusto. Nunca o Beira-Mar mereceu ganhar um jogo como este frente aos azuis de Belém.
Mas eis que chegou uma ajuda divina. Uma ajuda que certamente teve um toque de alguém muito especial para o clube aveirense como para a claque. A D. Beta, que minutos antes tinha sido recordar por todos quantos estiveram presentes naquele estádio; uma pessoa que ajudou os auri-negros no início da sua existência disponibilizando o seu próprio veículo para transportar o material essencial no apoio ao seu clube de sempre; a D. Beta que para onde fosse o Beira-Mar ela também ia. Os golos apareceram, porque a D. Beta assim o quis. A vitória vai por inteiro para ela.
Mas também porque merecem, os beiramarenses deram o seu importante contributo na passada segunda-feira. Os jogadores e equipa técnica, certamente agradecem essa ajuda indispensável. E eu faço-o pessoalmente através dos vários núcleos da claque Auri-Negra: Albergaria, Bairrada, Cacia, Capital, Corticeiro, Ílhavo, Gafanha, Girls, Grupo Aveiro, Rougnecks, Quintas, Rossio, São Jacinto e Vagos.
Uma vitalidade impressionante a quem o clube deve agradecer para todo o sempre!
Foi, de facto, de tudo isto que mais gostei.




O PRÓXIMO JOGO
Mais uma prova de fogo nos espera a próxima jornada. Esta primeira volta reservou-nos a visita ao estádio de Sporting, Benfica e agora FC Porto. Uma coincidência que deve ser cumprida com o maior respeito e dignidade.
Ao recordarmos os últimos embates, temos, necessariamente, que revivermos derrotas que nos deixa tristes e amargurados.
Mas o melhor mesmo é contornar a história. Passar por cima dos momentos menos felizes e saborear as recordações bonitas e brilhantes. Recuemos até ao dia 23-Fevereiro-2002. Jogava-se a 24.ª jornada. Carlos Xistra, auxiliado por Serafim Nogueira e António Gonçalves deu início a um jogo em que os intérpretes no bom trato da bola foram:
FC Porto: Vítor Baia; Ibarra, Ricardo Carvalho (Costinha, 58m), Jorge Andrade e Mário Silva; Deco, Paredes, Alenitchev (Hélder Postiga, 46m) e Cândido Costa; Benni McCarthy e Clayton (Paulo Costa, 57m).
Beira-Mar: Nuno Santos; Jorge Neves, Lobão, Vítor Silva e Cristiano; Bruno Ribeiro (Geraldo, 72m), Levato (Areias, 90m), Juninho Petrolina e Marcelinho; Gambôa e Rui Dolores (Fary, 46m).
Os dois treinadores eram os mesmos que Domingo se vão defrontar. Os golos, bem os golos foram dois para o Porto e TRÊS para o Beira-Mar. Cristiano e Fary, por duas vezes, deram uma das maiores alegrias que os aveirenses puderam viver.
Vou às Antas com este jogo na memória!