Postal de Melgaço

O particular diante do Celta de Vigo serviu para tirar algumas ilações. Isto quando estamos a pouco menos de duas semanas do arranque oficial da época 2011/2012.

Desde logo, acredito piamente que o Beira-Mar vai fazer uma temporada tranquila. Tem um «onze» base formado que denota solidez e capacidade de domínio. Falta, é verdade, alguém que marque golos. Considero esta próxima semana como vital para olear, de vez, a máquina de modo a causar surpresa e entrar a ganhar no campeonato, na complicada deslocação à Madeira.

Gostei de Siaka Bamba, confirmei a já boa rotina do quarteto defensivo, admiro a prestação de Rui Sampaio e vejo nos alas Artur e Cristiano como os grandes desequilibradores. A estes, falta juntar a qualidade enormíssima de Rui Rego. Temos, provavelmente, o melhor guarda-redes a actuar em Portugal.

Para não pedir muito, julgo que na contratação de um ponta-de-lança de créditos firmados podia juntar-se um organizador de jogo tecnicamente evoluído.

Repito o que escrevi: este Beira-Mar tem quase tudo para fazer boa figura no campeonato. Mas como no futebol não basta ter uma equipa titular forte, olhamos para o banco e... "ai Jesus"!

Não posso, nem devo deixar passar em claro, porque estava lá e vi, a hora a que a equipa chegou ao Centro de Estágios de Melgaço. Sair de Aveiro, debaixo de um calor tórrido, às 14 horas, num autocarro cujo interior deixa os ocupantes desconfortáveis por exíguo que é, e chegar perto da hora de jogo é de um amadorismo atroz. Vi os atletas a queixarem-se das pernas quando pouco tempo depois iam jogar...

William Blake disse, um dia,: "a energia é a etrena alegria."

Post scriptum: o melhor da deslocação foi a visita ao centro história com a indispensável subida à Torre de Menagem. Delicioso momento de História!

Terrível colagem à académica

Ano após ano e o Beira-Mar volta a defrontar a Académica de Coimbra em jogos amigáveis.

Falhada a vinda do Cluj para apresentação da equipa, o Beira-Mar meteu pés a caminho até Coimbra para convidar a equipa das «capas negras» a marcar presença no tradicional jogo de apresentação.

Ainda estou para me lembrar o dia em que a Académica se dignou a chamar o Beira-Mar para semelhante desafio.

Sou dos que pensam que o jogo de apresentação vale muito mais que um qualquer desafio de preparação. O jogo de apresentação, para mim, significa o nobre cumprimento global de um grupo aos seus sócios, que ajudam o clube com o pagamento da quotas e o apoio em todos os momentos, e adeptos. É um momento único que se quer de perfeita sintonia e harmonia entre a equipa e o seu povo.

Ficar ligado esse nobre acontecimento com a Académica, nossa rival de sempre, pelo meio não me parece agradável. Isto de rivalidades, sadias, obviamente, levo-as muito a sério. E custa-me muito observar o Beira-Mar, ano após ano, a baixar-se perante os de lá, os de Coimbra.

Isto resume-se, confesso, a uma pobreza de espírito.

Marcial disse, um dia,: "serás sempre pobre, se és pobre; a fortuna apenas é concedida aos ricos."

Comunicação do Beira-Mar

O departamento de comunicação do Beira-Mar tem, há algum tempo a esta parte, desenvolvido um trabalho assinalável.

Ainda não é, reconhecidamente, uma área que atingiu o seu auge, um exemplo a ser seguido como, aliás, nenhuma área no interior do clube, mas o esforço que tem sido feito merece aplauso.

O site vai dando as notícias de acordo com indicações de quem manda na estrutura directiva e as entrevistas aos novos reforços representam progressos relativamente a um passado bem recente.

Há sempre aspectos a melhorar, como é óbvio, e a dinânima que vejo ser implementada na comunicação do Beira-Mar permite-me concluir que esta área tem merecido alguma atenção e considerada como elemento essencial para o progresso de um emblema de toda uma região.

Dar tempo ao tempo, neste caso, é o conselho a seguir sempre na esperança de que outras iniciativas possam ser desenvolvidas.

Peter Ustinov disse, um dia,: "comunicação é a arte de ser entendido."

Post-scriptum: "o clube divulgou o vencedor do boneco que recrie a futura mascote. Corre, por ai, um coro de assobios ao desenho. Pois eu, na minha opinião, acho o boneco bonito e perspicaz. Porquê? Desde logo, pelo cachecol que representa as cores e a afectação ao Beira-Mar; depois, por ter sido uma criança a desenhá-lo. Tem azul? Pois tem! Mas o boneco, em forma de gota, é a perspicácia exemplar ao transmitir a ideia do próprio nome do clube: Beira-Mar. Um clube de uma cidade do litoral à beira-mar. Importa, agora, isso sim é saber que uso dar ao projecto vencedor."