quarta-feira, agosto 25, 2004

COMEÇAR DE NOVO
1. Faltam poucas horas para o início de mais uma edição da SuperLiga. Um campeonato onde todas as equipas transportam legítimas aspirações a alcançar lugares honrosos de acordo com a valia dos respectivos plantéis.
Sinto, com sinceridade, que esta temporada, que está prestes a iniciar, marcará um virar de página na história do futebol nacional. Somos vice-campeões da Europa, a nível de selecções, temos, a disputar a nossa Liga, o actual detentor da Taça dos Campeões Europeus, os estádios construídos e remodelados para albergarem os jogos do Euro 2004 oferecem um outro tipo de conforto tanto aos espectadores como aos próprios patricantes; enfim, um conjunto de factores que favorecem a prática de um melhor futebol a todos os níveis. Para além disso, o povo português é, na verdade, um amante fiel deste desporto-rei.
O nosso Beira-Mar também tem um começo da estaca zero. Uma nova equipa técnica, portas completamente escancaradas a jogadores de várias nacionalidades, parcerias com empresas estrangeiras (Stellar Group e TBZ) e ambição de fazer uma das melhores épocas da sua história. Neste particular, estou verdadeiramente expectante. Assumo, sem restrições nem rodeios, a minha desconfiança relativamente a Mick Wadsworth. No entanto, assumo-o de frente, publicamente e sem me esconder por detrás de um qualquer disfarce cobarde. Relembro, no entanto, que mesmo estando de pé-atrás sobre o técnico, também referi que enquanto Wadsworth estiver à frente do meu clube será sempre o meu treinador. Repito, também, que se ele tiver sucesso (assim Deus queira) virei aqui mesmo, na primeira oportunidade, lamentar-me pelo erro cometido. Desejo, sinceramente, poder fazê-lo. Seria um sinal claro de que tudo tinha corrido bem.
2. A primeira jornada do Beira-Mar revela-se, desde já, vitoriosa. Pelo menos, no aspecto financeiro. Quem deve estar a esfregar as mãos de felicidade é a TBZ. Um balúrdio de dinheiro que permite reforçar os cofres dessa empresa. Paralelamente, o estado de espírito dos jogadores promete elevar os seus índices de confiança. Defrontar, logo na ronda inaugural, um candidato ao título poderá funcionar como suplemento para se superarem perante os jogadores adversários.
Aliás, tive a oportunidade de ver o clube da águia a jogar frente ao Anderlecht e, meus amigos, este Benfica é claramente mais fraco que aquele que defrontamos na inauguração da nova Luz. Por isso, se na altura vencemos por 2-1 (ai Jesus, que saudades dessa noite memorável!) espero ansiosamente por uma outra noite divinal.
3. Posso dizer que também eu já entrei em estágio para o embate frente ao Benfica. Nas últimas noites tenho tido sempre o mesmo sonho. É verdade! Tenho sonhado com um Estádio Municipal Mário Duarte completamente lotado. Duas boas equipas a praticarem um futebol lindo; nas bancadas, meus amigos, as bandeiras e cachecóis amarelos e pretos são em maioria relativamente ao vermelho e branco. No final, o público afecto ao Beira-Mar, em larga maioria sobre o adversário, agradece a vitória beiramarense com uma estrondosa salva de palmas e a gritar, em uníssono, Beira-Mar, Beira-Mar, Beira-Mar. Será verdade que os sonhos se tornam em realidade?

quinta-feira, agosto 19, 2004

À espera do arranque
1. Desde o início do estágio, que teve lugar por terras de Santo Tirso, que se notam algumas melhorias neste Beira-Mar, variante Nações Unidas. Depois de alguns encontros desoladores disputados com Tirsense, Vizela e Ovarense, a equipa auri-negra recompôs-se e apareceu totalmente transfigurada frente ao Boavista e Espanyol de Barcelona. A última goleada diante do Oliveira do Bairro (8-0) mais não deve servir do que para reforçar os índices de confiança que se querem ver no seio do plantel.
Entretanto, o campeonato aproxima-se e novos jogadores vão chegando a Aveiro. Neste aspecto, aliás, os beiramarenses têm sido sui generes ao receberem diversos jogadores para experiências que, posteriormente, foram dispensados. Espera-se para ver até que ponto os actuais elementos têm tempo ou não para formarem um boa equipa. Isso sim, é que é primordial!
Para que conste, estiveram à experiência em Aveiro Abdoulie Corr, Robert Vágner e Andreas Mortensen. Foram desviados, sabe-se lá por quê, Stanton Fredericks, para o FC Moscovo, e Lee Peacock, para o Sheffield Wednesday. No consulado de Mick Wadsworth entraram, ao que se julga para ficar, os guarda-redes Eugene Galekovic e Pavel Srnicek, mas também Paul Murray, Stephen PcPhee, "Tanque" Silva, Pablo Rodriguez e Heitor. Entretanto, espera-se a chegado de mais um jogador: para actuar a extremo-esquerdo.
Coerente como sou, mantenho a minha opinião apreensiva relativamente à nova temporada do meu clube.
Continuo a defender que esta valente sangria de atletas operada no plantel não significa, necessariamente, uma melhoria de desempenho. Mantenho, por outro lado, muitas reservas em relação ao novo técnico. Mesmo assim, sempre deixo o meu benefício de dúvida sobre Mick Wadsworth. E gostaria de deixar bem claro que enquanto ele for treinador do Beira-Mar também será o meu treinador. Se tiver sucesso serei o primeiro, através deste jornal, a dar-lhe os mais calorosos parabéns.
2. Bonito, bonito continua a interminável novela cujos actores principais são os dirigentes do Beira-Mar e a administração da EMA. Uma vergonha injustificável cujos contornos levam, a nós sócios e simpatizantes do clube, a não saber se o clube, nesta temporada que se está prestes a iniciar, actuará no velhinho Mário Duarte ou no estádio novo. Argumentos dirimidos pelas duas partes principais que em nada, mas mesmo nada, dignifica o clube a própria cidade de Aveiro. Deixo, se me permitem, uma questão: quem é a personagem que irá colocar um definitivo e valente ponto final nesta autêntica encruzilhada.
3. Faltando apenas duas semanas para o começo oficial da SuperLiga, as equipas participantes ultimam os pormenores para que tudo esteja operacional no preciso momento de se dar o pontapé de saída. O que temos visto até ao momento deixa-nos, na minha opinião, um pouco apreensivos. Exemplo disso foi o que se passou no recente embate entre Boavista e FC Porto. Um espectáculo deplorável a roçar o limite inimaginável da violência campal. Vai ser muito arriscado e perigoso defrontar o conjunto orientado por Jaime Pacheco tanto no Bessa como em casa.
Mesmo assim, estou confiante que outras equipas proporcionem bons jogos de futebol. Agrada-me a preparação cuidada de Benfica e Sporting. O FC Porto continuará forte na conquista do título. Estou ansioso para ver o desempenho de Belenenses, Braga, Penafiel e Rio Ave. Até mesmo Vitória de Guimarães e Marítimo preparam-se para mostrar bom desempenho futebolístico. Que venham os fins-de-semana de futebol e com eles momentos deliciosos que o desporto-rei sempre acaba por proporcionar.

terça-feira, agosto 17, 2004

ARRANQUE EM FALSO
Começa deficitária a nova época do Beira-Mar. Indefinições, desconfianças e muito alarmismo em relação ao futuro. Verdade seja dita, e basta ler as notícias divulgadas quase que diariamente, o Beira-Mar parte para esta nova temporada bastante atrás do resto da concorrência. Meus amigos, basta estar atento para se perceber que os restantes clubes da SuperLiga têm os respectivos plantéis devidamente definidos e fortes, enquanto que nós, beiramarenses, vamos observando o nosso clube a navegar num mar de indefinições.
Mesmo assim, julgo que com o decorrer da época os jogadores vindouros terão bastante tempo para se conhecerem e ganharem o devido entrosamento entre eles. A maior preocupação, neste momento, reside nesta minha teimosa desconfiança relativamente à enigmática parceria estabelecida entre o Beira-Mar e o Stellar Group. Persistem-me sérias dúvidas sobre o real interesse que esse grupo manifesta em relação ao meu clube.
A fundamentarem essas minhas dúvidas, reparo que os devidos arranjos no plantel tardam a ser resolvidos. As saídas de João Paulo, Whellinton e Gambôa ainda não foram devidamente colmatas por quem de direito. Neste momento, a poucas horas da equipa sair para o importante estágio de início de época, o conjunto auri-negro dispõe apenas de McPhee para a frente de ataque. Pouco, muito pouco aliás, para um clube que ambiciona terminar o campeonato entre os 10 primeiros classificados.
Por outro lado, o Stellar Group já começou a provocar mossas difíceis de enfrentar na constituição de um grupo forte. Ainda não foram devidamente explicadas as verdadeiras razões para as deserções de Fredericks, amigos meus falaram-me tão bem dele, e de Peacock. Estaremos, como acredito, perante desvios de jogadores com base em propostas bem mais rentáveis para o Stellar e Group deixando o Beira-Mar para trás?
Depois, esta história muito mal explicada do empréstimo por três (???) anos de Kingsley, um dos melhores jogadores que actuaram em Portugal, aos suecos do Malmoe. Consta-se que esta medida visa valorizar o jogador. Pergunto: como é que se valoriza um atleta jogando num campeonato de menor dimensão e prestígio, como é o sueco, em relação ao português, País recentemente coroado vice-campeão da Europa? Sinceramente, isto deixa-me bastante preocupado!
O Stellar Group foi, ao que julgo saber, responsável pela colocação na equipa do avançado trintão Robert Vagner. Pesquisando nesse maravilhoso mundo que é a Internet, verifico que a carreira de Vagner tem sido marcada por alguma irregularidade, alternando épocas altas com outras baixas. Além disso, é um jogador, como provou no secundário clube alemão Energie Cottbus, que raramente aguenta os 90 minutos de jogo. Mais: nas duas últimas temporadas realizou um total de 49 jogos oficiais, tendo contabilizado cinco golos. Lanço uma nova questão: é de um avançado destes que realmente precisamos?
Ainda em relação a novos jogadores que interessam ao Beira-Mar, já algumas semanas que se fala na necessidade de vir um guarda-redes e mais um ou dois avançados. Se é assim tão urgente a vinda de jogadores para estas posições, como julgo que é, porque raio o Stellar Group ainda não procedeu à colocação desses atletas. Para seguir uma linha coerente e lógica, deixo uma nova questão: estará o Stellar Group mais interessado em reforçar equipas, por si patrocinadas, como mais viabilidade lucrativa?
Perdoem-me, meus amigos, mas estou, sinceramente, muito preocupado com o futuro do nosso Beira-Mar. Definitivamente, estamos a assistir a um arranque de temporada em falso que se pode revelar desastroso para o clube. Deus queira que me engane.

Ao meu amigo Ribeiro

Começar de novo

Começa hoje um novo ciclo na vida do meu clube. Nova temporada, nova equipa técnica, novos jogadores mas, espero eu, a mesma ambição na procura constante das vitórias.
Confesso-vos, com total sinceridade, que andei muito preocupado com as notícias vindas a público relativamente ao defeso do Beira-Mar. Jogadores que poderiam entrar mas acabaram por não vir; atletas que desejavam sair mas acabaram por ficar; símbolos do clube com boas propostas mas que permaneceram (felizmente) em Aveiro.
E é precisamente aqui que gostaria de começar a minha primeira reflexão desta nova época futebolística. As primeiras palavras têm como destinatário o meu caro amigo Ribeiro, lateral-direito e sub-capitão daquele que é considerado, por mim, como o melhor clube nacional.
A vida de um futebolista é, como todos sabem, curta e, por vezes, ingrata sobretudo quando se não é reconhecido pelas pessoas que o rodeiam. Eu noto em ti, meu amigo, que ultimamente tens andado um pouco em baixo, algumas vezes triste. Não que me tivesses dito seja o que for. Aliás, e para que não existam más interpretações, considero-te meu amigo porque sempre te mostraste acessível e nada "armado" em vedeta e não porque tenhamos uma frequente convivência diária.
O certo é que cai sempre muito bem em todos os que gostariam de ver as estrelas do futebol como pessoas aplicadas, trabalhadoras mas, provavelmente ainda mais importantes, humildes no dia-a-dia. E isso me amigo, tu és, de facto, imbatível.
Como referi no início deste texto, durante as férias muito se escreveu e comentou sobre o alegado interesse de clubes nacionais (Boavista, Braga, Marítimo, União de Leiria) e estrangeiros na tua contratação. Inclusivamente, chegou-se a falar sobre o sério interesse, em ti, de um clube romeno. A minha primeira reacção foi de estupefacção. Seria possível os dirigente do meu clube deixarem sair para uma qualquer equipa o maior símbolo do Beira-Mar? Não me queria convencer que a Roménia fosse o teu destino imediato. Mesmo que para lá fosses, fica sabendo que tudo faria para assistir à tua estreia. Aliás, a Patrícia até já estava a ficar mentalizada na hipótese de me acompanhar nessa viagem.
Felizmente as coisas compuseram-se. Tu ficaste! Tu continuas a ser uma referência para os mais novos que anseiam seguir uma carreira de jogador; para os mais velhos que vêem em ti o fiel depositário da verdadeira mística auri-negra. Estou plenamente convencido que muito poucos saberão, por exemplo, que recentemente estiveste numa instituição para pessoas deficientes em representação do Beira-Mar. E isso só é protagonizado por alguém que tem um coração muito grande. E tu, meu amigo Ribeiro, és uma estrela mesmo fora dos relvados.
A verdade, verdadinha, e mesmo que tu me tentes desmentir depois de leres estas, para ti surpreendentes, linhas, é que a tua tristeza só tem uma justificação: o não reconhecimento do teu valor enquanto Ser Humano e beiramarense. E sabendo que, na realidade, a carreira de um atleta é muito curta, seria de bom-tom que esse reconhecimento se torna uma verdade absoluta a muito breve prazo. Pergunto-te: concordas ou não comigo?
Desejo-te uma nova época cheia de conquistas e repleta de êxitos que bem mereces.
Um abraço do Sérgio Loureiro.