segunda-feira, janeiro 29, 2007

Peço-lhe desculpa...

... caro Paco SOLER. É que hoje nas páginas do Diário de Aveiro, escrevi Paco Fortes. Pode o amigo não ter lido, é certo, mas pode alguém ter-lhe dado a conhecer. De modo que se chegar a ver esta humilde página, aqui fica o meu pedido de desculpa.
E saiba o caríssimo que se por alturas da Páscoa conseguir livrar o meu Beira-Mar dos lugares da descida, terei todo o gosto em oferecer-lhe o respectivo folar. Afinal, a tradição, para mim, ainda é o que era. Dei-lhe um nome diferente, como padrinho ofereço-lhe o folar. Mas só na condição do Beira-Mar estar a salvo dos dois último lugares.
A continuar assim, digo-lhe, com toda a sinceridade, que vai conseguir levar a cabo essa missão. Você vai mesmo ganhar o folar.
Já agora, SOLER, permita-me que lhe faça uma simples pergunta: porquê os festejos, da sua parte, no final do jogo com o Aves? Não lhe soube a pouco o empate? É que na minha opinião, bastante modesta, bom, bom seria ganhar. Empatar com o Aves, para mim, é o mesmo que... perder dois pontos. Não se ganhou um.
Vá lá, continue a trabalhar e lute pelo folar. Nem sabe o gosto que terei em oferecer-lho!

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Primeira de uma série...

... que não terá fim. Esta época, claro está. Estou a referir à vitória averbada ontem, diante do Louletano para a Taça de Portugal. Paco Soler teve mais sorte que Carlos Carvalhal, na estreia em casa. Se bem me lembro, Carvalhal empatou, desgraçadamente, com o Vitória de Setúbal a um golo. Soler levou de vencida um arrebitado Louletano. Os quatro golos marcados (três do nosso "mágico" Rui Lima) são sinal de que a veia goleadora terá vindo para ficar. Já os de Santana tinham enfardado seis. Aprendida a lição de «como vencer na Taça de Portugal», a hora é de ler os manuais onde haja matéria sobre «como conquistar três pontos num jogo para o campeonato.» Estudada a matéria, é só debitá-la, de cor e salteada, na Vila das Aves. Com ou sem avançados.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Sócios com atitude

A recente criação do Movimento 1922 só vem demonstrar que o Beira-Mar jamais se vai sentir só e abandonado. O grupo de sócios que vai tentar promover o debate entre todos os que gostam e sentem o clube, onde à cabeça surge o meu amigo Nuno Q. Martins, dá mostras que para o Beira-Mar a estagnação e deserto de ideias nunca encontrarão abrigo no nosso clube. Saúdo vivamente esta iniciativa porque o debate e o esgrimir de argumentos só podem merecer o nosso aplauso e o nosso contentamento. A História do nosso clube tem a faculdade de nos ensinar que foram reuniões deste tipo, à margem dos órgão sociais, que o clube foi ganhando vitalidade e construindo património. Basta trazer à luz da memória as tão famosas tertúlias e a comissão pró-pavilhão.
É certo que este tipo de movimento, como o M1922, não pode nem deve significar que todos os sócios descontentes com a forma (e não o conteúdo, atenção porque esse ainda não o conhecemos) como foi elaborado o protocolo com os espanhóis, e algumas outras decisões tomadas por a actual direcção do Beira-Mar, deva merecer um seguidismo cego e nefasto. Devemos ouvir, reflectir e dizer de nossa justiça (aqui cabe o meu vivo aplauso à posição assumido pelo meu amigo Francisco Dias). Ainda não ouvi nem li a quem quer que seja que a direcção, democraticamente eleita, deva pedir a sua demissão.
De momento, e pelo que vou lendo na Internet, o meu também amigo Carlos Martins assumiu sérias reservas relativamente ao Movimento 1922. Está no seu legítimo direito. Parece-me, no entanto, que seja extemporâneo estar a anunciar, desde já, um fracasso a este movimento. As suas opiniões, enquanto associado do clube, devem ser respeitadas. A contra-argumentação é meio caminho andado para a solução final. Neste primeiro encontro, promovido pelo M1922, se todos aparecerem quem fica a ganhar é o Sport Clube Beira-Mar. Isto, claro está, caso a elevação e a educação marquem presença. E o desrespeito e a crítica meramente destrutiva forem impedidos de entrar.

domingo, janeiro 14, 2007

E como é que fica autoridade?

Instalado aqui na bancada de impresa, do Estádio da Mata Real, observo atentamente o banco do Beira-Mar. Reparo que Soler se mantém em pé, de braços cruzados a seguir atentamente as incidências do encontro com um ou outro gesticular para dentro do campo. Ao lado, Costeado (na ficha de jogo aparece como treinador-adjunto) e, logo a seguir, Artur Filipe (delegado ao jogo do Beira-Mar). De repente, uma dúvida me assola: em caso de conflito, que autoridade tem Artur Filipe (presidente do clube) sobre Soler (assalariado do inverstidor espanhol)? Sendo verdade que o Beira-Mar nada paga, mensalmente, aos reforços e equipa técnica, terá a direcção algum poder sobre esses novos jogadores e treinadores? Estará a disciplina prevista no protocolo?

terça-feira, janeiro 09, 2007

Um clube diferente...

... com gente diferente. Para o bem, ou para o mal o Beira-Mar tem pessoas díspares no modo de ser e de actuar. Este é um clube que não irá cair na mesma situação desgraçada que, infelizmente, caíram Farense, Campomaiorense, Salgueiros, etc. O Beira-Mar não tem o seu futuro em risco! Porque acredito que no seu núcleo de sócios, que anda à volta dos 9.000, existam pessoas com coragem e capacidade para não deixar morrer um emblema com 85 anos de vida.
É certo que se vivem momentos controversos. À partida, quando a actual direcção tomou conta dos destinos do clube, ninguém sonharia em ver o Beira-Mar chegar a esta situação, onde os sócios não são tidos nem achados para o que quer que seja. Não importa referir se o tal acordo com os espanhóis é bom ou não. É vantajoso ou não. Cada um tem a sua versão e a sua crença. Eu, por príncipio, sou contra, agora, como o fui no passado, no tempo da famigerada Era Stellar Group. Insurgi-me contra aquilo que estavam a fazer. Provavelmente, em situação idêntica ao que o meu amigo Nuno Q. Martins está a fazer agora.
No início, dei o meu voto de confiança à actual direcção. O passado de Artur Filipe fazia-me acreditar que o Beira-Mar ficaria bem entregue. Uma pessoa devidamente bem identificada com a instituição e que esteve em momentos diferentes da vida do clube. Foi companheiro de Mano Nunes, Manuel Madaíl, Firmino Parrança, entre muitos outros. Trazia consigo um desconhecido José Cachide que, com o tempo, mostrou uma outra maneira de fazer "política" no futebol. Mostrou ser sério, afável, responsável e ponderado. Acreditei que estavam reunidas todas as condições para levar a cabo um projecto diferente que desse uma outra vitalidade ao clube. A empreitada, como é óbvio, revelava-se difícil. Na Liga de Honra sem receitas, tornava-se tarefa de gigantes devolver o clube à divisão maior do nosso futebol sem hipotecar o clube.
Mas... tudo mudou. De um momento para o outro, começaram a aparecer sinais de que a transparência deixou de ser palavra de honra neste emblema a apenas 25 anos de completar um século de vida. Este não é o Beira-Mar que estávamos habituados a amar, a viver, sentir, adorar e, sobretudo, a encher-nos de um orgulho delicioso. Estaríamos mal habituados? Se calhar não, porque as pessoas também mostravam ser verdadeiras e sérias.
As contradições que o meu amigo Hugo Reis apanhou são demasiado graves. Andar na vida pública desta forma não é bonito. Eu não me identifico com esta forma de ser e de estar. Eu estou disponível para ouvir soluções. Eu quero continuar a ter orgulho em dizer, a quem quer que seja, que me honro ser sócio do Sport Clube Beira-Mar sem que alguém se ria disso na minha cara.
Acredito que Aveiro ainda tenha pessoas diferentes que ajudem o Beira-Mar.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

O fim de dia (Domingo) de todas as traições

Carlos Carvalhal: «serei treinador do Beira-Mar a curto, médio e longo prazo». José Cachide: «vou com Carvalhal até ao fundo do poço». Artur Filipe: «Francisco Soller esteve em Aveiro? Não sei nada disso!»
Mais: Caetano Alves fez de Carvalhal o seu grande trunfo eleitoral nas eleições que perdeu para Mano Nunes. Tanto Caetano Alves como Artur Filipe estiveram, no final do ano passdo, em Espanha. a negocia Alcaraz? Já a preparar a ofensiva espanhola? As duas coisas? Nenhuma das duas? Será que eu, sócio com as quotas em dia e interessado no meu clube, posso saber o que se passa? Porque razão na Assembelia Geral nada foi dito? Para que servem os sócios? Apenas para pagar as quotas?
Chega?! Esperem! Só outra coisa: Inácio era tido como próximo de José Cachide e Carvalhal, como é óbvio, o preferido de Caeteano Alves. E agora? Como é que vão ficar as coisas?Muito vai mal neste pobre reino. Alguém faz alguma coisa?

Por coerência...

... mas também porque enquanto sócio em dia não fui tido nem achado neste protocolo, ou o que quer que seja, estou frontalmente contra a substituição de Carlos Carvalhal e a entrada dos espanhóis no meu clube.
Faço-o em consciência e peço, por esta via, à actual direcção explicações para o que está a acontecer.
Custa-me ver, uma vez mais, o nome do meu Beira-Mar na praça pública envolvido em protocolos que não foram explicados. Estou totalmente solidário com todos aqueles que, com legitimidade e saudável amor ao clube, insurgem-se com o actual estado do Beira-Mar.

sábado, janeiro 06, 2007

Por trás de um olhar

Hoje fui, pela primeira esta época, fazer a cobertura de uma conferência de imprensa do Beira-Mar em vésperas de um jogo. Os jornalistas eram os mesmos de sempre, à excepção do Jacinto Martins. Face à sua ausência, fui eu que estive ao serviço do Diário de Aveiro. Para mim é um prazer estar nestes momentos. Prazer por conviver de perto com o Carlos Oliveira, Carlos Delgado e Carlos Teixeira. E agora, junta-se a Sónia, ao serviço da Lusa. Prazer, também, porque estou a fazer trabalho sobre o meu clube. Acontece, no entanto, que o actual momento do Beira-Mar é tudo menos sereno. As notícias, oficiosas, vindas a público dão conta de que muito vai mudar. Fala-se em parcerias. De Espanha, vejam bem. Por coerência, desconfio de parcerias no mundo do futebol. Desconfiei do acordo com o Stellar Group e mantenho sérias reservas relativamente a este negócio que se pode fazer com os espanhóis. Como é de imaginar, 90 por cento do tempo da conferência de imprensa foi gasto a questionar Carlos Carvalhal sobre a sua continuidade, ou não, à frente do Beira-Mar. O treinador mostrou-se sempre muito evasivo. Não quis, em momento algum, dar a sua opinião. Mas eu tenho a minha opinião. Essencialmente, sobre o estado de espírito do técnico. Procurei estar com muito atenção ao seu olhar. E reparei, confesso, que Carvalhal está... angustiado, desiludido. Não está bem. Sente-se uma traição. O modo como, por vezes, olhava o vazio demonstrava claramente que muito teria a falar. Isto não é nada bom. Tenho em Carvalhal um homem sério. Um homem honesto e íntegro. Neste nublado mundo da bola, Carvalhal terá, com toda a certeza, dificuldade em sobreviver. Profissionalmente, claro está. Aceitar vir para o Beira-Mar foi um risco que assumiu. Espero que tenha pensado bem, porque da maneira como as coisas estão a correr a Carlos Carvalhal já lhe foi entreaberta a porta de saída. É pena. É pena que o Beira-Mar seja um clube... adiado. Um jogador que venha para aqui, desaprende a jogar. Um treinador que aqui chegue vê o seu crédito reduzir drasticamente.