Apoio a Leonardo Jardim

"O-berreiro-que-se-lê" com a escolha do trio de capitães no Beira-Mar tende a parecer uma novela à boa maneira mexicana. Com preocupações bem maiores a gravitar no universo beiramarense, o que merece menos, ou nenhuma, preocupação é a escolha do recém-chegado Hugo como capitão de equipa.

Pessoalmente, apoio a decisão de Leonardo Jardim. O capitão deve ser, por natureza, a extensão do treinador em campo. Hugo parece-me ser uma boa escolha. Isto de amores, acredito que nutra o mesmo sentimento pelo Beira-Mar que Fangueiro e Fary nutrem pelo clube.

Além disso, Hugo já transporta consigo um capital de experiência no futebol bem maior que Fangueiro e Fary. Acredito que consiga impor respeito perante o grupo e perante os árbitros.

Para além disso, Hugo será, à partida, titular no onze inicial, ao contrário de Fary (as entradas de Rui Varela e Bruno Severino relega-o para o banco) e Fangueiro (tende a não ser jogador para 90 minutos).

Importa, isso sim, jogar para ganhar. Dar o máximo em campo em prol da vitória e honrar uma camisola com 87 anos de história de dignificar um clube que vive à beira do abismo.

Agora, conversas de lana caprina...

Mais uma derrota

O trilho da derrota parece ser o caminho único do Beira-Mar. Se juntarmos o desaire averbado em Freamunde, a equipa aveirense leva já três derrotas consecutivas. Males que desmoralizam e fazem desacreditar uma época que se quer positiva.

Ainda assim, no meio da desgraça, há ilações boas que se podem retirar. Desde logo o facto da defesa parecer estar estabilizada com a entrada do experiente Hugo. Em Portimão, o agora capitão apenas falhou no lance que deu origem ao primeiro golo. No resto, o entendimento com Kanu foi positivo. Djamal e Rui Sampaio entendem-se bem, fazendo uma dupla-tampão de bom nível. A partir daqui é que as coisas vacilam. Sidney não convence e Artur parece algo desmoralizado. Ishmael Yartey é jogador para ser titular e Élio foi uma agradável surpresa.

Desastroso está o ataque. Fary, sozinho, é menos um; Leandro Mahl não é jogador para o Beira-Mar e Fangueiro é mesmo preciso no onze titular.

As esperanças recaem, assim, na pretensa veia goleadora de Bruno Severino e Rui Varela.

Mantenhamos a calma e acreditemos que os bons resultados irão aparecer. Confiamos no trabalho que está a ser desenvolvido por Leonardo Jardim e na próxima ronda marquemos presença, em massa, no Municipal de Aveiro. Um triunfo sobre o líder pode, muito bem, ser o toque a rebate.

Nada a contestar

Foi justa e merecida a vitória do Covilhã. Uma evidência natural que salta a olho nu após o encontro que abriu a Liga Vitalis.

Quem disser o contrário está a ser tremendamente injusto e a faltar à verdade desportiva.

Aliás, na minha opinião a diferença de golos devia ser maior. As oportunidades criadas pelos serranos dava para chegar aos três golos. Assim como o Beira-Mar justificou a marcação de um tento.

Analisando, pela rama, o encontro depressa chegamos à conclusão que faltou pernas a Yohan Tavares, faltou Rui Sampaio e é por demais evidente que o Beira-Mar não tem um goleador. Sobretudo este último factor é evidente. Há uma urgência evidente na aquisição de um homem-golo.

Entrar a perder é muito mau. Sobretudo quando a seguir há uma difícil deslocação a Portimão seguindo-se a recepção ao Feirense. Longe vá o agoiro, mas nota-se que começa a existir um mau pressentimento. Pode ser, e espero bem que assim seja, que não passe de um simples pressentimento. Mas que isto não está nada bom, não está não.

Rola a bola

Primeiras emoções na Liga secundária para o Beira-Mar. Para esta quinta-feira 13, o sorteio ditou a recepção ao Sporting da Covilhã, equipa que, na época passada, derrotou-nos duas vezes.

Agora, a sorte tem que ser outra. Espírito vencedor e atitude guerreira precisam-se para entrar com o pé direito no campeonato.

De Leonardo Jardim fica o desejo que escolha os melhores jogadores para a vitória. Em 3x5x2, em 4x4x2 ou em 4x3x3 o importante é que no final do encontro os três pontos permaneçam em Aveiro e o Beira-Mar se torne no primeiro líder.

Essencial é não inventar para que nada saia errado. Este plantel poderá dar grandes alegrias e tornar-se na surpresa da prova.

Que role então a bola e no final que se veja o sorriso entre os aveirenses.

3x5x2 de Freamunde

O esquema táctico delineado por Leonardo Jardim resultou em fracasso. Não há meias-palavras: foi um fracasso total. Utilizar três centrais é um risco que, na minha opinião, e ela vale o que vale, não deve ser utilizado futuramente.

A olho nu ficaram as deficiências de Tero. Sobretudo este central, que viu-se e desejou-se para tapar o lado direito do ataque do Freamunde. Acresce, ainda, a enorme confusão neste sector recuado. Por vezes, ficou a nítida ideia que ninguém sabia quem haveria de marcar. Uma anarquia fatal que acabou em goleada.

A passagem do Beira-Mar à fase de grupos da Taça Vitalis ficou-se a dever a três factores. 1.º, o facto do Freamunde ter demorado a perceber que o Beira-Mar estava demasiado permeável na defensiva e não ter explorado mais cedo as facilidades pelo meio; 2.º, a inspiração de Bruno Conceição, que com um punhado de boas defesas evitou a derrocada. Sobretudo a acabar o jogo, com uma extraordinária defesa evitou o 4-0 e consequentes grandes penalidades; 3.º, a gorda vantagem averbada na primeira mão onde tudo, mas mesmo tudo correu bem à equipa.

Verdade se diga que no jogo de Freamunde o árbitro foi meigo para o Beira-Mar. Não expulsou Bruno Conceição e perdoou o segundo amarelo a Rui Sampaio.

Estranhamente, à medida que o jogo ia avançando e o espectro da virada se ia cimentando, o treinador insistiu na táctica. Teimosia que poderia ter saído bem cara.

Ficou a (má) experiência, porque a vantagem permitiu esta experiência, e o aviso para os encontros vindouros.

Breve reflexão

Foi uma pré-época atípica em resultados. Derrotas que causaram alguma desconfiança. Ainda assim, as exibições serviram para travar o desânimo. Perdia-se, mas não se alarmava.
O primeiro jogo oficial correu, como disse, bem. Foi melhor o resultado que a exibição. Se não surgir um qualquer imprevisto que, por vezes, até acontece, o Beira-Mar já tem vaga na fase de grupos. Importante pelo aspecto financeiro, primordial para ganhar ânimo.
Noutro âmbito, a actual Comissão Administrativa fez uma viragem de 90 graus nas aquisições. Desistiram de nomes sonantes e míticos no clube, optando por jovens e desconhecidos. A grande vantagem é que esses jovens e desconhecidos vêm ávidos de mostrar serviço e talento. Cerram os dentes e jogam o melhor que podem e sabem. A desvantagem é que esta Liga secundária é dura e de duros. Quem melhor e mais depressa se adaptar a estas condicionantes tem sucesso.
Imperioso é começar bem. Entrar a ganhar, ao contrário do ano passado é que o factor casa foi mal aproveitado. Triunfar todos os jogos no nosso Estádio e conquistar algumas vitórias fora de Aveiro significar subir de divisão.
Uma nota final para o treinador. Pelas primeiras impressões já deu para ver que disciplinador e firme na tomada de decisões. Jovem e já com curriculum apresentável, também ele necessita de um grande êxito na Liga de Honra. Caso contrário, adia a entrada na alta-roda do futebol nacional. Como outros, também Leonardo parte em desvantagem pela inexperiência. Mas, como em tudo na vida, não há só jardins.
Como é óbvio, o desejável só é atingido quando o apoio for grande. Jogar em Aveiro, num Estádio despido de adeptos do Beira-Mar dá vantagem a quem vem de fora.

Correu bem

Não foi um super-Beira-Mar que deu cinco, nem veio a Aveiro um frágil Freamunde que levou que contar.

Correu bem, é o que se pode dizer. O Beira-Mar ganhou com margem folgada, porque soube aproveitar as oportunidades criadas e consentidas na segunda parte diante de um débil fisicamente Freamunde.

Agora, é preciso aproveitar o «treino» da segunda mão para solidificar a embalagem conseguida com vista à primeira jornada da Liga Vitalis. Aqui sim, o Beira-Mar deve centrar todas as suas forças e colocar todos os seus objectivos.

A Taça da liga só serve para duas coisas: ganhar dinheiro e rodar jogadores.

Correu bem, foi o que foi!